22 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: OTIMIZAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO REGULAR DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS CADASTRADAS NA UBS CIDADE NOVA, MACAPÁ-AP.

ESPECIALIZANDO: EDER RODRIGUES NAZÁRIO

ORIENTADOR: CLEYTON CÉZAR SOUTO SILVA

 

            As principais estratégias que contribuíram para a redução da mortalidade infantil foram a ampliação do acesso à vacinação, das taxas de aleitamento materno, do nível de escolaridade da mãe, da cobertura da atenção básica à saúde/saúde da família e, na última década, do Programa Bolsa Família, levando à diminuição da pobreza e, com suas condicionalidades, induzindo maior utilização da atenção básica à saúde pelas famílias, entre outras (ALMEIDA; MAGALHÃES, 2016).

            No acompanhamento regular do Crescimento e Desenvolvimento (CD), o Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (1ª semana, 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (18º e 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitem de maior atenção devem ser vistas com maior frequência. Esse calendário de consultas representa um consenso em relação à bibliografia consultada. Algumas crianças necessitam de maior atenção e devem ser vistas com maior frequência (BRASIL, 2013).

            O PNI (Programa Nacional de Imunização) inspira respeito internacional entre especialistas de saúde pública, pois sabem que se trata do Programa Nacional de Imunizações do Brasil, um dos países mais populosos e de território mais extenso no mundo e onde nos últimos 30 anos foram eliminadas ou são mantidas sob controle as doenças preveníveis por meio da vacinação. A meta operacional básica do PNI é vacinar 100% das crianças menores de 1 ano com todas as vacinas indicadas no calendário básico (BRASIL, 2003).

            Para a primeira parte desde capítulo, foi realizado uma análise por meio de um questionário que aborda as ações recomendadas pelo Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ/AB). A aplicação das questões foi feita durante reunião semanal da equipe no mês de agosto, de forma a permitir que todos membros participassem e dessem suas opiniões, discutindo sobre cada item abordado, visando identificar as potencialidades e dificuldades dentro da equipe, e posteriormente responder de forma consensual. O resultado do questionário aplicado em equipe encontra-se em anexos desse documento.

            Na cidade de Macapá, existe a Portaria nº 295/2016 – SEMSA, que estabelece que o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil (puericultura) deve ser realizado desde o nascimento até os 09 anos de idade.

            Especificamente na UBS Cidade Nova, a 1ª consulta é agendada na própria UBS, e após cada consulta realizada com a equipe de saúde, a criança é agendada para a próxima consulta, facilitando tanto a adesão ao seguimento, como organização do trabalho em equipe.

            Existe um calendário de consultas da criança que é anexado na primeira folha da caderneta da criança logo na 1ª consulta, reduzindo a possibilidade de esquecimento e norteando o responsável sobre qual profissional irá atender a criança naquele momento. O calendário foi digitalizado e encontra-se também em anexo.

            No decorrer do ano vigente, as consultas de crescimento e desenvolvimento da criança aumentou de forma exponencial. O principal fator responsável pelo aumento da demanda foi a orientação tanto médica, como de enfermagem, durante o período de Pré-Natal realizado dentro da UBS. Assim quando a puérpera recebia alta em conjunto com o recém-nascido, ela já conhecia sobre os cuidados básicos e o seguimento de puericultura.

            Como forma de controle interno da equipe existe um caderno de registro de crianças da área adscrita, permitindo monitorização contínua e intervenção, desde crianças faltosas as consultas de puericultura até as crianças com vacinação atrasada. Por meio do caderno é possível obter de forma rápida as principais informações:

    • Nome;
    • Endereço;
    • Data de Nascimento;
    • Peso;
    • Crescimento;
    • Desenvolvimento;
    • Alimentação;
    • Vacinação;
    • Última consulta de CD;
    • Testes de Triagem Neonatais;
    • Suplementação Vitamina A e Ferro;
    • Fatores de risco;
    • Violência.

            As dificuldades encontradas durante a microintervenção, foi relatado pelos agentes de saúde um bloqueio que impediam a abordagem de violência e acidentes no ambiente familiar, por estigmas tanto da população, quanto dos próprios profissionais.

            Verificou-se também que a equipe não realiza de forma efetiva a busca ativa das crianças prematuras, com baixo peso, e com consulta de CD atrasada. Cada agente realizava o serviço de acordo com critérios próprios, sem qualquer padronização do serviço, o que pode interferir na qualidade da assistência prestada para as crianças da área adscrita.

            Sobre as potencialidades, como forma diminuir pontos fracos encontrados e permitir o fortalecimento da equipe para agregar conhecimento, foi programado uma aula interativa com a psicóloga do NASF com o tema “Linhas de Cuidado para Crianças em Situação de Violência”, permitindo aprofundamento no processo de identificação, notificação, seguimento e prevenção dos possíveis casos de violência.

            Além da atividade em educação permanente, foi realizada uma padronização da busca ativa das crianças pela enfermeira da equipe, de forma a sistematizar o processo de trabalho, melhorando a qualidade prestada na atenção à saúde da criança.

            Vale relembrar da importância do papel da Especialização em Saúde da Família para o aprendizado teórico-prático, pois permite conhecer de forma simples as dificuldades da equipe. Além disso a resolução dos problemas encontrados, por meio protocolos e políticas públicas vigentes pelo Ministério da Saúde, e também do reforço dos pontos positivos que já existiam.  

 

REFERÊNCIAS

  

ALMEIDA, P. V. B.; MAGALHAES, M. L. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança. In: São Paulo carinhosa: o que grandes cidades e políticas intersetoriais podem fazer pela primeira infância. 2016. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/comunicacao/noticias/imagens/2016_06_30_lr_LancLivroSPCarinhosa_Alta_001.jpg>. Acesso em: 09 ago. 2018.

 

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunizações 30 anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

 

 

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Temática de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Caderneta de Saúde da Criança: passaporte para a cidadania. Brasília, 2013.

 

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