20 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: APERFEIÇOAMENTO DA EQUIPE PARA IMPLANTAÇÃO DO ACESSO AVANÇADO NA UNIDADE DE SAÚDE LARANJEIRAS DOS COSMES.

ESPECIALIZANDA: IZABEL CRISTINA FARIA DE OLIVEIRA

ORIENTADORA: Maria Betânia Morais de Paiva

 

             Esta atividade consiste em um relato de experiência vivenciado pela equipe de Estratégia saúde da família (ESF) de Laranjeiras dos Cosmes, São José de Mipibu/RN acerca do início do processo de implantação do Acesso Avançado (AA) na unidade.

            O AA é um método de agendamento que permite maior absorção da demanda espontânea e tem como objetivo “fazer o trabalho de hoje, hoje”. (ALVES, 2017). Instigada pelo desafio da especialização de implantar o AA no local de trabalho que atuo, procurei me aperfeiçoar a respeito dessa forma de gerenciamento de agenda e organizei uma reunião de equipe com o objetivo de propor uma nova forma de atendimento que pudesse atender a comunidade de forma mais abrangente e satisfatória.

  O atendimento na unidade que trabalho é feito prioritariamente de forma agendada para quase todos os profissionais com exceção do profissional dentista que realiza seus atendimentos todos de forma espontânea. Ao chegar para compor a equipe foi me repassado que os atendimentos da unidade eram agendados, que geralmente as consultas médicas eram marcadas na segunda para a semana toda e os agendamentos eram 15 atendimentos pela manhã com reserva de 05 para demanda espontânea na qual eles consideravam “urgências” e 10 atendimentos a tarde e 05 para demanda espontânea. Ao decorrer dos dias, passei a estudar o comportamento da demanda que procura a unidade e observei que a forma de agendamento utilizado pela equipe há algum tempo gera uma demanda reprimida e ao mesmo tempo, retornos desnecessários, uma vez que o paciente não é avaliado de acordo com sua prioridade de atendimento. Movida por essa questão e instigada pela especialização em saúde da família procurei a gerente da unidade, que tem formação em enfermagem e propus uma reunião de equipe para conversarmos sobre a implantação de uma nova forma de organização da agenda através do Acesso Avançado. A gerente já havia feito um curso onde tinha visto de forma resumida informações acerca do tema e achou inviável implantar essa modalidade de acesso na unidade em momentos anteriores, pois a profissional médica que atuava na época não aceitava atender mais que 20 pessoas no dia. Nessa direção, a reunião foi agendada e ao falar para equipe sobre a possibilidade de aplicar o acesso avançado na Unidade Básica de Saúde (UBS) gerou uma agitação por parte de alguns integrantes. Da reunião em destaque emergiram as seguintes questões: Vocês estão dispostas a atender 50 pessoas por dia? Vocês não acham que esse método de atendimento irá comprometer as outras atividades como as agendas programadas, as atividades coletivas os grupos operativos e as visitas domiciliares? Vocês já pensaram na possibilidade de toda hora chegar paciente querendo atendimento?

            Desse modo, expliquei mais uma vez que o AA seria uma forma de gerenciar melhor a agenda de todos os profissionais e que funcionaria da seguinte maneira:

  • 8:00 às 9:00 Teríamos consultas breves para o paciente que chega direto na unidade com o tempo médio de 10 em 10 minutos;
  • 9:00 às 11h Consultas agendadas no dia ou no dia anterior com tempo médio de 15 em 15minutos;
  • 11h às 12h Consultas de retorno, recuperação de atraso no atendimento, procedimentos, administrativo, reunião de equipe, visita domiciliar com tempo médio de 30 em 30 minutos;
  •  13h às 14h Consultas breves para o paciente que chega direto na unidade com tempo médio de 10 em 10 minutos;
  • 14h às 15h30 Consultas agendadas no dia ou no dia anterior com tempo médio de 15 em 15 minutos;
  • 15h30 às 16h30 Consultas de retorno, recuperação de atraso no atendimento, procedimentos, administrativo, reunião de equipe, visita domiciliar com tempo médio de 30 em 30 minutos (ALVES, 2017).

Após os esclarecimentos das dúvidas ficou programado como próximo passo para a implantação do AA na unidade a divulgação da ideia para a população, compreendendo a importância de esclarecer os usuários acerca da mudanças a serem implantada, uma vez que os maiores interessados nesse processo. A atividade de mobilização da comunidade será realizada durante 04 semanas para em seguida, iniciarmos as mudanças de forma efetiva. Espera-se com o novo método de atendimento zerar a demanda reprimida existente, diminuir os retornos desnecessários, fazer valer o princípio da equidade que consiste em oferecer mais a quem mais precisa e menos a quem requer menos cuidados. (SOUZA, 2018).

Acredito que a fragilidade maior será no início da implantação do AA onde ocorrerá adaptação da equipe para com a nova forma de organização da agenda principalmente em seus primeiros dias de funcionamento pois a equipe já vem há algum tempo trabalhando prioritariamente com a agenda programada. Por outro lado as potencialidades da implantação sem dúvida se sobressairão aos impasses pois como já foi expressado o objetivo principal é melhorar o acesso e a qualidade do atendimento.

 

REFERÊNCIAS:

 

ALVES, Bruna Neves. Implementação do acesso avançado na unidade de Estratégia Saúde Da Família VI- Morumbi, Jardinópolis-SP. (Especialização)-Universidade Federal de São Paulo. Universidade Aberta do SUS, São Paulo, 2017. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/9964. Acesso em 06/08/2018

SOUZA, Natale Oliveira de. Legislação do SUS esquematizada e Comentada. 2 ed. Salvador, Sanar 2018. 318p.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 110 p.: il. – (Série E. Legislação em Saúde)

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