15 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

TÍTULO: APERFEIÇOAMENTO DA EQUIPE PARA IMPLANTAÇÃO DO ACOLHIMENTO NA UBS MARIA MESSIAS DE ANDRADE (SE)

ESPECIALIZANDO: SUSANNE GUILARTE SANS

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

 

O primeiro contato do usuário com o sistema de saúde é fundamental para o desenvolvimento de um atendimento de qualidade, baseado nos princípios da integralidade e humanismo. A organização das demandas espontâneas e programadas na Atenção Primaria de Saúde (APS) sempre foi um desafio para as equipes, daí a importância do acolhimento como ferramenta única para o estabelecimento de relações de solidariedade e confiança entre os profissionais da saúde e as pessoas que buscam seus serviços, seu desempenho de forma adequada melhora a empatia entre a equipe e a população (CATARINO, 2013).

O objetivo desta microintervenção é aperfeiçoar a estratégia de acolhimento da Unidade Básica de Saúde Maria Messias de Andrade.

A recepção dos usuários é uma das partes mais importantes do acolhimento. As pessoas que a realizam devem ser qualificadas para assistir à população, para que eles possam receber, ouvir e tomar decisões da forma mais pratica e justa possível. Outro elemento importante durante esse período é a acessibilidade aos prontuários, na unidade. O sistema de prontuários eletrônicos ainda não está instalado e as fichas de atendimento individuais ainda são utilizadas. Estes são organizadas por microáreas e, dentro destes, em ordem alfabética. Essa é a maneira da recepcionista procurá-los quando o usuário chega, mas seria melhor se fossem organizadas por famílias dentro de cada microárea, levando em conta que a família é a célula fundamental da sociedade e que os fatores familiares também influenciam a saúde das pessoas. Dessa forma, haveria um pouco mais de humanização no trabalho e nos ajudaria a conhecer melhor nossa população e o ambiente em que se desdobram esses fatos.

Além disso, em situações específicas de doenças endêmicas ou infecciosas, onde a busca por contatos é necessária, o trabalho já estaria avançado. Por esta razão, com a ajuda dos agentes comunitários de saúde, nós executamos essa tarefa, sinalizando com cores as microáreas e com números, as famílias.

A demanda programada é aquela que é previamente agendada e que tem como objetivo a promoção da saúde e a prevenção de agravos. A demanda espontânea é onde o usuário chega à UBS por problemas agudos e seu acolhimento visa agilizar o atendimento, realizando avaliação dos usuários e determinando suas prioridades de acordo com seu risco ou vulnerabilidade. É muito importante neste momento a classificação de risco do usuário, que deve ser feita por um profissional de nível superior, priorizando os casos urgentes.

Agora, o principal problema na unidade de saúde é a limitada disponibilidade de vagas para demanda espontânea, mesmo quando as necessidades da mesma vão crescendo a cada dia. Isso acontece porque os usuários da demanda agendada, diga-se diabéticos, hipertensos e outros grupos, vêm com uma frequência maior do que a estabelecida, buscando vagas para atendimento. Mesmo quando seus problemas não exigem atenção urgente, eles não esperam que os agentes de saúde agendem suas consultas, e às vezes discutem insistindo para atendimento no dia.

Devido a esta situação, a equipe se reuniu e foi criado um plano de atendimento para cada usuário da demanda agendada, sendo esse plano revisto a cada três meses. Também determinou-se que um cartão com a data da próxima consulta seria entregue na mesma recepção, somente sendo capaz de retornar antes desse tempo, se ele adoecesse de um problema agudo, aumentando assim a capacidade de demandas espontâneas. Além disso, a agenda médica foi organizada, deixando três vagas pela manhã e três na tarde para demanda programada, ficando restante disponível para demanda espontânea.

Com essas mudanças, foi redirecionada a assistência, acessibilidade e o atendimento tem sido garantido a todas as pessoas que procuram o serviço, sem ter que esperar vários dias, evitando assim longas listas de espera. A população passou a se sentir mais satisfeita com a assistência prestada e o trabalho começou a fluir de forma organizada, planejada, com equidade.

O ato de acolher valoriza a relação profissional e usuário, humaniza o cuidado, estabelece vínculos e compromissos à medida que a equipe responde as necessidades de saúde da população. Com essa microintervenção, a equipe aprendeu que quando o acolhimento e realizado de forma eficaz, traz ao usuário bem-estar físico, psicológico, social e emocional, e quando isso acontece, o trabalho do profissional de saúde é gratificado. Para sua continuidade, espera-se manter as conquistas alcançadas até o momento.

 

                                                        Referências

 

 

CATARINO, L. C. A importância do acolhimento na atenção básica. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Núcleo de Educação em Saúde Coletiva. Governador Valadares, 2013. 37f. Monografia (Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família).

 

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