8 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: O ACOLHIMENTO À DEMANDA PROGRAMADA NO ATENDIMENTO A IDOSOS NA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DR SUELDO CAMARA.

 

ESPECIALIZANDO: JORGE ORGES MARTINEZ

ORIENTADOR: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

COLABORADORES: ENFERMEIRA.

 

Esse relato de experiência condiz com a execução da microintervenção sobre o acolhimento à demanda programada, voltado para a necessidade em oferecer uma atenção de qualidade e integral aos idosos atendidos, pois esse grupo de pessoas representa a taxa maior da população mundial e brasileira, pois a expectativa de vida vem aumentando nos últimos anos.

Dessa forma, é preciso definir o conceito de idoso, onde a idade cronológica é apenas um ponto determinante, levam-se em conta também, hábitos de vida e classificação dos países. Em um país desenvolvido é considerado idoso aquele com 65 anos ou mais; e em países subdesenvolvidos, como o Brasil, é considerado idoso aquele com 60 anos ou mais. Atualmente, com a diminuição das taxas de fertilidade e o aumento da expectativa de vida, os idosos vivem aproximadamente 20 anos além dos 60 (OMS, 2015).

Uma estimativa apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU, 2016), revela que até o ano de 2050 a população mundial de idosos com mais de 60 anos vai passar dos atuais 841 milhões para 2 bilhões, evidenciando uma preocupação constante com o atendimento destes pela saúde pública, pois o fato de viver mais não implica em um envelhecimento saudável.

Portanto, o envelhecimento proporciona a ocorrência de várias mudanças físicas e mentais. Se tratando de mudanças mentais, pode-se citar as falhas na memória, dificuldades de atenção, na orientação e na concentração e nas mudanças físicas, o envelhecimento dos órgãos, a diminuição da capacidade física: como velocidade, força, resistência, agilidade, equilíbrio, diminuição da acuidade visual, olfato, audição e paladar (CASTRO, 2011).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2015), não se pode dizer que existe um envelhecimento igual para todos os idosos, pois a diversidade das capacidades e necessidades de saúde destes depende dos eventos que ocorrem ao longo de todo o curso da vida e frequentemente são modificáveis, ressaltando a importância do enfoque de ciclo de vida para se entender o processo de envelhecimento.

É preciso trabalhar o envelhecimento e estimular uma vida saudável, marcada não somente pela ausência de doença, mas sim pela capacidade das habilidades funcionais, pois os maiores gastos com o atendimento dos idosos na saúde pública são voltados para o tratamento de doenças crônico-degenerativas, embora mais positivo seria se os resultados fossem voltados para a manutenção da habilidade funcional e seus benefícios (OMS, 2015). 

            Na região onde atendo, com a Equipe de Saúde da Família (ESF) Dr Sueldo Câmara, existem muitos idosos necessitados de acompanhamento e orientações. Estes idosos em sua maioria são abandonados por suas famílias, as quais alegam não ter tempo para cuidar destes, ou mesmo, não tem família.

Dessa forma, a equipe saúde da família deve compreender que a melhor forma de melhorar a assistência à saúde do idoso é oferecer além do acompanhamento médico em sua doença crônica, uma qualidade de vida melhor no envelhecimento, a qual se dá também através da educação em saúde e no trabalho em grupos.

            Assim, o objetivo dessa microintervenção é apontar como funciona o acolhimento dos idoso na ESF como parte das ações programadas, bem como mostrar a importância da educação em saúde quando esta é feita em grupos, mais precisamente no trabalho com grupos de idosos, onde se pode abordar diversos temas relacionados a sua saúde.

            Foi realizada uma reunião inicial com toda a equipe de saúde para debater como organizar melhor o grupo de idosos e seu acolhimento referente às doenças crônicas e seu atendimento na unidade.

Como há uma demanda alta de idosos que necessitam de acompanhamento, essa microintervenção foi elaborada com o objetivo de verificar a importância do acolhimento dessa população e utilizamos a educação em saúde como estratégia aplicada no grupo de Hiperdia visando tambématender situações de maus tratos e abandono familiar. Os sujeitos abordados serão homens e mulheres a partir de 60 anos, acompanhados pela ESF, os quais serão convidados a participar das ações de educação em saúde. Estes foram convidados pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), através da  visita domiciliar .

O primeiro momento foi a apresentação da estratégia de acolhimento ao idoso para a equipe de saúde, através de um treinamento sobre a importância de acompanhar a saúde do idoso atendido pela UBS.

No segundo momento ocorreu a organização dos ACS para realizarem as visitas domiciliares, com o objetivo de convidar os idosos para participarem do encontro.

A terceira etapa foi onde a equipe de saúde organizou os materiais, fez o levantamento dos recursos necessários para a execução dessa estratégia, consultou as possibilidades financeiras e recorreu a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para conseguir os materiais e insumos necessários.

Realizou-se o Planejamento da ação educativa sobre a importância do acolhimento dos idosos e a prevenção das doenças crônicas com abordagem no grupo Hiperdia para manter um estilo de vida saudável, com base no cronograma elaborado e a organização do tempo empenhado.

Em seguida se tratou da reunião propriamente dita com os idosos presentes através de um círculo de cultura, o qual se trata de uma roda de conhecimentos trocados entre as pessoas participantes que envolve seus hábitos culturais e de vida, havendo a troca de conhecimentos entre profissionais e usuários da ESF.

Como fragilidade na realização dessa ação estratégica foi constatado que  a equipe se mostrou despreparada para ampliar a visão de acolhimento a demanda programada dos idosos, por isso foi necessário oferecer um treinamento de educação permanente para se inteirar dos fatos e melhorar a qualidade no acolhimento e acesso aos serviços de saúde.

            A potencialidade dessa microintervenção se deu através da multidisciplinaridade da equipe de saúde, que organizou a estratégia de atendimento aos idosos e também ao interesse dos idosos em estar participando dessa ação, ofertando novas formas de acolher esse ciclo de vida.

            Espera-se com a continuidade dessa estratégia que o acolhimento dos idosos feito pela Unidade seja qualificado como positivo frente a execução das ações de educação em saúde, que continuarão sendo feitas através do grupo de idosos.

O maior desafio na realização dessa microintervenção, foi atender a demanda de idosos e promover um acolhimento adequado, que pudesse envolver  todos os setores de saúde ,bem como os médicos especialistas no cuidado integral à pessoa idosa.

 

 

REFERÊNCIAS :

 

CASTRO, Aliane Augustinho de. Qualidade de vida e capacidade funcional em idosos adeptos a educação física gerontológica, Revista BIUS, v. 2, n. 1, 2011.

 

OMS. Organização Mundial da Saúde. Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. Todos os direitos reservados. As publicações da Organização Mundial da Saúde estão disponíveis no sitio web da OMS, 2015.

 

ONU. Organização das Nações Unidas. Reportagem: População mundial deve atingir 9,6 bilhões em 2050, diz novo relatório da ONU. 2016. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/populacao-mundial-deve-atingir-96-bilhoes-em-2050-diz-novo-relatorio-da-onu/>. Acesso em 10 de julho de 2018.

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