8 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

REORGANIZAÇÃO E PROMOÇÃO DA HUMANIZAÇÃO DO ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA E PROGRAMADA NA EQUIPE 07 DA ESF DE CRISTINÁPOLIS- SE.

 

 

 

ALUNA: DAIANA LOUISE ANDRADE SILVA

 

ORIENTADORA: JULIANA FERREIRA LEMOS

 

           A intervenção realizada pela equipe da Unidade Básica 07 do centro do município de Cristinápolis fundamentou-se no aperfeiçoamento do acolhimento à demanda espontânea e à demanda programada na nossa comunidade. Foi realizada uma reunião no dia 18 de maio de 2018 com toda equipe e com os funcionários da recepção para realizarmos mudanças importantes na organização e funcionalidade mais efetiva do acolhimento aos usuários. Com base nos textos estudados no curso de especialização realizei uma pauta com todos os pontos necessários e importantes para serem otimizadas as melhorias necessárias, houve uma discussão com os funcionários de como deve ser o acolhimento e que ele deve ser orientado pelos princípios do primeiro contato, longitudinalidade, integralidade, coordenação, abordagem família e enfoque comunitário explicando o conceito de cada um deles e sua importância visando cumprir as três funções especiais proposta em (MENDES, 2002) resolução, organização e responsabilização.

           A temática do acolhimento à demanda programada e espontânea já havia sido discutida devido à grande procura de usuários em alguns dias e a falta de informação sobre a organização dos atendimentos. As mudanças de organização dos atendimentos e confecção do cronograma já estavam sendo colocadas em prática desde outubro de 2017, assim como a informação aos usuários e por isso não houve grandes mudanças para realização de nova divulgação da disposição dos atendimentos, como já havíamos observado. O número de atendimento da demanda espontânea é muito aumentado nas segundas feiras, este já foi sanado com a disposição desse dia todo voltado para esse tipo de atendimento e os demais dias mediante triagem da equipe. A nossa necessidade maior está no aperfeiçoamento do acolhimento em relação a informação por parte da equipe de recepção para evitar desentendimentos com os usuários sobre a informação passada pelos agentes comunitários de saúde (ACS).

           A nossa organização de atendimento da demanda programada é direcionada e dividida em grupos de perfil de atendimento, confeccionada mediante cronograma mensal pela enfermeira e médica. São repassados os avisos e distribuído o cronograma impresso a todos os integrantes da equipe durante nossa reunião mensal, as atividades e os atendimentos são divulgados para a população através da orientação e informação dos ACS, da disposição de informativo impresso que fica na parede de avisos do posto de saúde e orientação da equipe de recepção.

            Para a demanda espontânea reservamos o dia da segunda- feira inteiro exclusivo para esse tipo de atendimento, devido a observação do grande número de procura no primeiro dia da semana, mesmo com essa medida, o grande número de procura continua, pude observar que é cultural e também por não haver médico na única Unidade de Pronto Atendimento do município na segunda feira e algumas vezes durante o final de semana, gerando essa demanda reprimida. Os outros dias dividimos o atendimento médico voltado para os pacientes do programa Hiper-Dia, puericultura, saúde mental, pré-natal, visitas domiciliares e planejamento familiar, assim como a divisão do atendimento da enfermeira, o cronograma está anexado abaixo, como exemplo da nossa distribuição de atendimentos.  É importante destacar que todos os dias são reservadas algumas fichas para a demanda espontânea, as urgências ambulatoriais.

            O posto de saúde é localizado no centro do município e realiza o atendimento de três equipes de atenção básica e atendimento especializado em alguns dias de cardiologia, ginecologia, pediatria e psiquiatria, devido ao grande número de usuários nos primeiros horários da manhã e a sobrecarga gerada nos funcionários da recepção, muitas vezes, eles fazem a orientação de forma rápida e algumas vezes, pouco cordial, gerando tumultos e desentendimentos, o usuário solicita falar direto com o médico pela negativa de atendimento por parte do recepcionista. A nossa principal intervenção realizada e necessária foi com a equipe da recepção, percebemos que precisamos ter coesão da informação por todos os funcionários, a informação dada pelo ACS deve ser similar ao do funcionário da recepção. Diante desses casos, compactuamos nessa reunião a importância do acolhimento, a funcionária deve orientar com cordialidade os usuários, mesmo exaltados e  encaminhá-los para realizar a triagem, a técnica de enfermagem afere os sinais vitais, informa a enfermeira que acolhe e classifica a situação como atendimento de urgência ou prioridade, em casos como renovação de receitas não vencidas, consulta para apresentar exame laboratorial não emergencial, o paciente é orientado a retornar após realizado o agendamento, caso haja um número grande de consultas do dia.

             Dessa forma, podemos garantir que todos os usuários tenham seu direito a saúde preservado e cordialidade, mesmo que seja só necessária uma informação para o agendamento posterior, se descartado situações emergenciais. Após oito dias dessa intervenção, já observamos o número menor de reclamações e tumultos, apenas com a mudança da atitude e comportamento por parte da recepção, assim como podemos notar a satisfação do paciente por ter sido aferido sua pressão arterial e glicemia capilar e ter sido ouvido e orientado carinhosamente pela enfermeira ou por mim. Em nova reunião, mais rápida, realizada na manhã de hoje, 24 de maio de 2018, todos os funcionários perceberam a importância dessa intervenção mesmo com a dificuldade enfrentada em atender muitos usuários do posto de saúde central e a exaltação de alguns, a mudança foi significante e esperamos, com a continuidade dessa abordagem de acolhimento, a funcionalidade mais dinâmica e com dignidade para usuários e funcionários do serviço .

 

Referência :

MENDES, E. V. Os sistemas de serviços de saúde: o que os gestores deveriam saber sobre essas organizações complexas. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002. p 79- 113.


 

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