8 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

A AUTOAVALIAÇÃO NOS PROCESSOS DE TRABALHO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA LUIZA VANESSA DA SILVA, EM MOSSORÓ, RN.

 

ESPECIALIZANDO: ISVAN FELIPE GUTIERREZ NAVAS

ORIENTADOR: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

COLABORADORES: ENFERMEIRA.

 

Este relato de experiência foi executado conforme a microintervenção sobre a autoavaliação dos processos de trabalho da Equipe de Saúde da Família (ESF) Luiza Vanessa da Silva, em Mossoró, RN. Desde minha chegada à Unidade, em junho de 2017, eles me colocaram em uma comunidade com cerca de 3991 pacientes cadastrados, localizada em uma área rural.

A Unidade de saúde está localizada no centro da comunidade para um melhor acesso à população, embora também tenha outros pequenos assentamentos na periferia, os quais também dentro do nosso programa de saúde, logo atendemos e fazemos visitas.

Nós falaremos do processo de autoavaliação da equipe 140 da Unidade Básica de Saúde (UBS) Luiza Vanessa da Silva, segundo os critérios avaliativos doinstrumento de Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ-AB). Também será feito uma matriz de intervenção para resolver o problema analisado, como um instrumento de monitoramento dos indicadores de qualidade do Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade (PMAQ).

A Portaria 1.654 do Ministério da Saúde (MS, 2011), publicada em 19 de julho de 2011, instituiu o PMAQ e vinculou pela primeira vez o repasse de recursos à implantação e alcance de padrões de acesso e de qualidade pelas equipes de atenção básica (EAB). Essa medida representa um processo profundo de mudança na lógica de repasse de recursos para a Atenção Básica (AB) e anuncia mudanças semelhantes no financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) como um todo (PINTO; SOUSA; FLORÊNCIO, 2012).

A observação na Unidade de Saúde implica em conhecer como está estruturada a UBS e como ocorre o atendimento, como o cuidado está organizado para a população adscrita.

Para realização do AMAQ, foram convocados para reunião todos os membros da equipe de saúde, a qual é composta por um médico, uma enfermeira, um técnico de enfermagem, seis Agentes Comunitários de Saúde (ACS), um dentista, um auxiliar de saúde bucal (ASB), uma recepcionista.

Foram respondidos os critérios relativos à dimensão. Subdimensões: Infraestrutura e equipamentos; Insumos, imunobiológicos e medicamentos; Educação permanente e qualificação das equipes de atenção básica; Organização do processo de trabalho; Atenção integral a saúde; Participação, controle social e satisfação do usuário e o Programa Saúde na Escola – PSE. A pontuação de cada critério era atribuída após debate e consenso do grupo a cerca do tema disposto.

Uma vez concluída a autoavaliação, foram selecionados os problemas colocados pelo questionário para a elaboração de uma matriz de intervenção. O problema foi escolhido, considerando os seguintes critérios: nota ≤ 5, viabilidade de resolução e independência da gestão municipal para realização.

Durante a reunião com a equipe, foi delimitado um problema evidente que precisasse de uma solução imediata e estivesse relacionado com o atendimento na unidade. A equipe escolheu o problema: falta de ações programadas para executar o Hiperdia na UBS Luiza Vanessa da Silva.

O Ministério da Saúde (MS) vem adotando várias estratégias e ações para reduzir tanto as questões do impacto das doenças crônico degenerativas para os idosos, como também bate forte na tecla da prevenção aos maus tratos e violência sofrida por estes. Assim, foi criado o Programa Hiperdia, para oferecer atendimento em grupo para as doenças crônicas de hipertensão e diabetes. Porém, através do atendimento em grupo aos idosos, é possível voltar para a prevenção de maus tratos, trabalhando junto a família (BRASIL, 2017).

De acordo com o Ministério da Saúde (2017), o Hiperdia vem atender essa necessidade. É um sistema informatizado que permite cadastrar e acompanhar os portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus, captados e vinculados às unidades de saúde ou equipes da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde – SUS, gerando informações para profissionais e gestores das secretarias municipais, estaduais e ministério da saúde.

Dessa forma, com a elaboração da matriz de intervenção, chegou-se ao problema destacado como também, a elaboração de metas a serem cumpridas:

  • A descrição do padrão: não existe um dia para atendimento aos pacientes do Hiperdia (hipertensos e diabéticos);
  • Descrição da situação problema: não é feito atendimento em grupo com hipertensos e diabéticos do Hiperdia;
  • Objetivo/Meta: registrar o número total de atendimentos realizados pelo grupo Hiperdia;
  • Estratégias para alcançar os objetivos/metas: criar o grupo Hiperdia com um dia determinado de atendimento na semana, registrando o número de hipertensos e diabéticos que recebem atendimento e educação em saúde;
  • Atividades a serem desenvolvidas: educação em saúde sobre hipertensão e diabetes, consulta coletiva em grupo, acompanhamento da evolução da doença, manejo clínico e preventivo, estímulo a hábitos saudáveis de vida;
  • Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades: Cadastro Hiperdia, panfletos, prontuário do paciente, cartazes;
  • Resultados esperados: 100% dos atendimentos realizados no hiperdia sejam registrados;
  • Responsáveis: Médico; Enfermeiro; Técnico de enfermagem; ACS;
  • Prazos: 31/08/2018;
  • Mecanismos/indicadores para avaliar os resultados: Número de atendimento registrado no Hiperdia x 100/ total de atividades realizadas pela equipe AB em grupo.

 

 A matriz de intervenção abordou a subdimensão da atenção integral à saúde, envolvendo o acolhimento, tanto da demanda programada quanto da espontânea. As principais críticas e dificuldades partiram da equipe, que afirmaram manter os registros atualizados das pessoas com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, de acordo com os critérios da prevalência média no Brasil para a doença crônica.

Trata-se de uma comunidade com o envelhecimento populacional e um grande número de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente ,hipertensos, 478 e 323 diabéticos, com muita falta de orientações sobre como prevenir essas doenças crônicas e suas complicações, por isso delineamos a tarefa de aumentar as palestras educativas, a promoção e prevenção de tais doenças, modificando os fatores de risco fundamentais de tal forma que possamos diminuir a incidência dessas doenças. Diante disso, o nosso grande desafio remete trabalhar em grupo com orientações de saúde e o apoio da equipe para a realização destas.

Em outra parte da reunião, foi criada uma ferramenta para registrar e monitorar os indicadores de qualidade do PMAQ, através da elaboração de uma planilha com o cálculo da porcentagem  desses indicadores os quais são: número médio de enfermeiros e médicos por habitante; percentual de consultas atendidas por demanda espontânea; porcentagem de consultas de consulta agendadas; número de diabéticos e hipertensos atendidos no mês; prevalência de diabéticos e hipertensos.

 Assim, os indicadores serão utilizados para demonstrar os atendimentos realizados ao Hiperdia mensalmente na ESF através de gráficos e figuras que ficarão expostos na Unidade.

A figura abaixo mostra como ficará a planilha de ferramenta de monitoração dos indicadores de qualidade do PMAQ.

 

Figura 01 – Planilha de ferramenta de monitoração dos indicadores de qualidade do PMAQ.

 

           

Como fragilidade detectada na realização dessa microintervenção, foi percebido uma dificuldade em relação a equipe estar desmotivada para realizar os procedimentos de preenchimento dos indicadores. Como potencialidade há a possibilidade da melhora no atendimento à hipertensos e diabéticos, que resultará numa possível redução desses indicadores, caracterizando uma autoavaliação positiva.

Com a continuidade dessas ações estratégias, espero que o sistema de educação em saúde em grupo se amplifique cada vez mais, com respostas positivas na prevenção e promoção da saúde para as doenças crônicas da população atendida pela UBS Luiza Vanessa da Silva.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Hiperdia. 2017. Disponível em: < http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/epidemiologicos/hiperdia>. Acesso em 10 de Julho de 2018.

 

PINTO, Hêider Aurélio; SOUSA, Allan; FLORÊNCIO, Alexandre. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica: Reflexões sobre o seu desenho e processo de implantação. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, [S.l.], v. 6, n. 2, aug. 2012. ISSN 1981-6278. Disponível em: <https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/492>. Acesso em: 17 july 2018.

                                                                                         

 

                               

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