Rede PEPSUS – Relato de Experiência IV de MAIKEL LEON MORALES

31 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Aluno: Maikel Leon Morales.

Asesor: Cleyton Cesar Souto Silva.

Título :Ações para melhorar o acompanhamento dos pacientes com doenças mentais no município amapá.

A Política Nacional de Saúde Mental compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país com o objetivo de organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em Saúde Mental. Abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, incluindo aquelas com quadro de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas (álcool, cocaína, crack e outras drogas) (MINISTERIO DA SAÚDE, 2017).

Para começar, entendemos que a saúde mental não está dissociada da saúde geral. E por isso faz-se necessário reconhecer que as demandas de saúde mental estão presentes em diversas queixas relatadas pelos pacientes que chegam aos serviços de saúde, em especial da Atenção Básica. Cabe aos profissionais o desafio de perceber e intervir sobre estas questões. (MINISTERIO DA SAÚDE,2013).

Ao atentar para ações de saúde mental que possam ser realizadas no próprio contexto do território das equipes, pretendemos chamar a atenção para o fato de que a saúde mental não exige necessariamente um trabalho para além daquele já demandado aos profissionais de Saúde. Trata-se, sobretudo, de que estes profissionais incorporem ou aprimorem competências de cuidado em saúde mental na sua prática diária, de tal modo que suas intervenções sejam capazes de considerar a subjetividade, a singularidade e a visão de mundo do usuário no processo de cuidado integral à saúde. No entanto, nem tudo aquilo que se realiza como prática em saúde mental ainda está para ser descoberto. (MINISTERIO DA SAÚDE,2013)

Nossa equipe utiliza os protocolos de atendimento com diretrizes terapêuticas no acompanhamento dos pacientes com doenças mentais, assim como os critérios de encaminhamento para os centros de referência de atenção psicossocial. Nossa equipe também realiza ações de saúde e faz acompanhamento dos pacientes com doenças mentais por médio de atividades individuais e grupais. Nosso município não tem CAPS e encaminhar aos pacientes para centros especializados as vezes torna-se difícil, mesmo assim a equipe assume os cuidados dos pacientes que incluem acolhimento, tratamento e acompanhamento.

O atendimento dos pacientes com doença mental em nossa UBS é feito por médio de consultas agendadas, demanda espontânea ou visita domiciliar nos casos que precisarem, o acompanhamento dos pacientes é feito pela equipe composta por um médico, enfermeira, técnica em enfermagem, um dentista e assistente odontológica, assim como os ACS em parceria com o NASF, composto por diferentes professionais (psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e outros).

No nosso município contamos com o apoio de um psiquiatra, que não pertence ao NASF e que faz atendimento duas vezes no mês como parte de um projeto itinerante, se bem não é suficiente e serve de apoio para o atendimento dos pacientes com sofrimento psíquico.

Para essa microintervenção num primeiro momento a equipe fez uma reunião para debater sobre o a Saúde mental e como nossa UBS realiza o atendimento e acompanhamento dos pacientes com doença mental, além de procurar ferramentas que ajudassem a melhor nosso trabalho, foi então que a equipe confeccionou uma planilha atendendo as informações solicitadas pelo PMAQ-AB(ver anexo 3), na confecção da e construção participaram toda a equipe incluindo os ACS, a planilha possui: nome do paciente, idade, sexo, endereço, diagnostico ,tratamento e dose assim como data da ultima consulta, a equipe acordou em outras reuniões continuar trabalhando para de ser possível incorporar outras informações na planilha.

Para realizar nosso relato a equipe selecionou uma paciente feminina de 51 anos, realizamos visita domiciliar, já que foi a ACS quem identificou a situação. Essa paciente possui histórico de hipertensão e Diabetes Mellitus, mora sozinha, sendo viúva há uns 7 meses. Nessa primeira consulta foi feito o acolhimento, a equipe criou um espaço confortável para que ela pudesse falar sobre as suas angustias. A paciente nos manifestou muitos sintomas, perda de apetite, dificuldade para dormir, perda de peso, cefaleia, fadiga e perda de interesse pelas atividades, além disso conseguimos perceber tristeza e ansiedade.

Depois de ter escutado a paciente e ter feito um exame clinico chegamos a um possível diagnóstico, depressão aguda, um transtorno comum, porém grave. Decidimos para o acompanhamento dessa paciente elaborar um PTS com o uso de estratégias não medicamentosa, posteriormente a paciente será novamente avaliada na UBS mediante consulta agendada e dependendo da evolução serão tomadas novas condutas. O acompanhamento será feito pela ESF, principalmente pela enfermeira e ACS em conjunto com a psicóloga do NASF. Se for necessário a paciente será encaminhada para ser avaliada pelo psiquiatra.

As atividades e ações a serem desenvolvidas, a divisão de responsabilidades assim como as metas e objetivos do PTS serão discutidas em uma reunião.

A principal dificuldade que tivemos foi a falta de envolvimento da paciente com a equipe, fator fundamental para alcançar nosso objetivo que é sua recuperação. Outro fator foi a falta de conhecimento e treinamento dos integrantes da equipe para enfrentar esse desafio. A saúde mental é uma temática complexa e pouco desenvolvida, mas essa atividade foi muito satisfatória para nossa equipe já que nos fez refletir sobre a necessidade de uma melhor organização de nosso trabalho e de continuar estudando o assunto para no futuro oferecer um melhor acompanhamento aos pacientes com doença mental.

Anexo 3 Registro dos pacientes com doença mental e uso de psicotrópicos na UBS Nova Brasília do município Amapá.