31 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

                                                 

                                                                 Titulo :Planejamento reprodutivo, Pré-Natal e Puerpério na Unidade Basica de Saúde Marechal Deodoro da Fonseca.

                                                                                                                                              Brejo Grande. SE

                                                                                                                                                   20018 

                                                   

Especializado: Lisandra Ruiz Jimenez

Especialidade: Clinico General

Orientador (a) :Maria Helena Pires Araújo Barbosa

 

O Programa Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto, abortamento e ao puerpério, bem como às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. É uma estratégia de enfrentamento da mortalidade materna, da violência obstétrica e da baixa qualidade da rede de atenção ao parto e nascimento, desenvolvendo ações para ampliação e qualificação do acesso ao planejamento reprodutivo, pré-natal, parto e puerpério (BRASIL, 2011).

          Na unidade básica de saúde (UBS) Marechal Deodoro da Fonseca município de Brejo Grande no estado de Sergipe há 5038 usuários cadastrados. Dentre esses usuários temos 2124 mulheres, sendo que 1016 estão em idade fértil. Atualmente realizamos a atenção pré-natal para 56 grávidas, sendo 13 adolescentes e 4 são alto risco. Com relação à gestação, 36 gestante disseram que a gestação não foi planejada.  Neste momento temos 21 mulheres no puerpério, sem complicações. E nos últimos seis meses tivemos três nascimentos pré-termo e dois recém-nascidos gêmeos com baixo peso. Por fim, não há registro de mortalidade infantil, e nem materna neste ano.

          O planejamento reprodutivo, a atenção pré-natal e no puerpério é de responsabilidade de todos os níveis de atenção em saúde e é desenvolvido, prioritariamente, na Atenção Básica por meio da Estratégia de Saúde da Família.  Por isso, achamos muito importante trabalhar nesse sentido para melhorar nosso atendimento, assim como a satisfação dos usuários, lutando na prevenção das complicações relacionadas à gestação e ao puerpério.

          Diante do que foi exposto, nesta microintervenção vamos a refletir sobre as estratégias realizadas pela equipe no manejo do planejamento reprodutivo, a atenção ao pré-natal e ao puerpério. Para isso foi realizada uma reunião com a equipe para responder aos questionamentos propostos pela atividade. Para obter maior profundidade na discussão do tema, participaram desta reunião a equipe da atenção básica, incluindo a coordenação.

          Acerca do planejamento reprodutivo em nossa Unidade Básica de Saúde (UBS), destaco que promovemos ações educativas para homes e mulheres sobre a decisão de ter filhos, assim como sobre a maternidade e a paternidade responsável. Discutimos conteúdos de diversidade sexual, relações de gênero e prevenção, assim como saúde sexual em grupos de idoso. Contudo, equipe considera que essas  temáticas não despertam tanto interesse nos homens. Achamos que a causa desse desinteresse é uma questão de nível cultural e educacional, associada com certos preconceitos. É por isso que aproveitamos as consultas e fazemos palestras com grupos diferentes.

            Em relação à disponibilização de métodos contraceptivos, o município dispõe dos métodos de barreiras, como o preservativo masculino e feminino, os anticoncepcionais orais e injetáveis, e os métodos cirúrgicos. Os critérios adotados para a escolha do método, na maior parte dos casos, vinculam-se à idade, história clínica e aos antecedentes patológicos pessoais. A maioria dos usuários refere de forma clara não possuir problemas ou barreiras para ter acesso ao programa e aos métodos contraceptivos.E as usuárias se sentem acolhidas pelos profissionais e consideram que são bem assistidas.

          Sobre à testagem, notificação e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e do HIV, destaca-se que na UBS fazemos testagens aleatórias, com o consentimento dos usuários, fornecemos o tratamento adequado, realizamos a notificação e o seguimento do usuário. Todavia, no último ano não foi diagnosticado nenhum caso novo de HIV. A equipe, depois de refletir sobre isso, apontou que muitos usuários não aceitam fazer os testes rápidos por questões culturais e medo do resultado.

          Com relação ao pré-natal e puerpério, ressalta-se que a unidade não conta com teste de gravidez o que dificulta a busca ativa das gestantes, inclusive de adolescentes. Além disso utilizamos outras ferramentas como uma anamnese adequada, e o trabalho nas áreas das agentes comunitárias de saúde que encaminham as mulheres com suspeita de gravidez. Fazemos levantamento periódico das gestantes, incluindo as que fazem pré-natal em serviço privado, e preenchemos adequadamente a caderneta da gestante. Solicitamos todos os exames recomendados. Uma fragilidade na atenção está relacionada ao fato de nem todos os exames solicitados no pré-natal são efetivamente realizados. Outro ponto é que embora a equipe aborde a importância do retorno para a consulta de puerpério durante as consultas de pré-natal, a maioria das mulheres não retorna. Para diminuir esta lacuna, a equipe realiza o seguimento da mulher e do recém nascido em visitas domiciliares.

          Desde o começo da atenção pré-natal trabalhamos vários temas de maternidade e paternidade responsável, uma vez que com nosso trabalho identificamos como fragilidade. Outros temas trabalhados são a amamentação e os riscos de acidente. Para obter resultados mais satisfatórios, realizamos a inclusão da figura paterna e de outros membros da familia na consulta pré-natal.

          As principais fortalezas da nossa unidade são: o interesse da coordenação na oferta dos métodos contraceptivos e de prevenção básicos; A vontade da equipe em melhorar o atendimento, por meio das ações educativas e da organização da equipe para o seguimento dos usuários. Entretanto, a maior fragilidade é o preconceito da população com os temas.

          Depois de muito refletir sobre o tema abordado, a equipe mostrou mais uma vez a importância do trabalho em conjunto para possibilitar a melhoria no atendimento e na satisfação dos usuários. Sendo assim, concluímos que nosso desafio maior é somar a família toda na temática. Temos muito trabalho por fazer e é preciso continuar com o diálogo e a sensibilização da equipe para nos renovar e fazer as atividades educativas mais dinâmicas com o objetivo de despertar o interesse dos usuários.

 

   

 

 

 

   

 

 

 

Referencias

 

 BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de ações programáticas estratégicas. Portaria nº 1459 de 24 de junho de 2011. Institui no âmbito do SUS a Rede Cegonha. Brasília, 2011.

 

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