31 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

TÍTULO: AÇÕES EDUCATIVAS EM GESTANTES PARA MELHORAR A ATENÇÃO PRÉ-NATAL NA UBS MÃE ALMERINDA, INDIAROBA (SE).

ESPECIALIZANDO: SUSLEY TRIGUERO OSORIO.

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

 

De acordo com Goiás (2017), pré-natal é a assistência na área da enfermagem e da medicina prestado à gestante durante os nove meses de gravidez, visando melhorar e evitar problemas para a mãe e a criança nesse período e no momento do parto.

 

“Atualmente, no Brasil, é reconhecida a importância de se ter um acompanhamento abrangente no pré-natal, que inclua não só as questões biológicas, mas, também, outros aspectos relevantes ao desenvolvimento infantil, como a saúde emocional da mãe, o apoio que ela encontra nos familiares, no trabalho, na escola e na comunidade, bem como orientações sobre a importância da construção do vínculo com o bebê e da participação do pai” (GOIÁS, 2017, p.1).

 

Assim, deve-se tratar com igual atenção e importância os aspectos relacionados à vida psíquica da gestante, sua família e seu ambiente social direto e indireto. Isto porque o impacto que se tem com essa abordagem ampliada do pré-natal, trabalhando os aspectos físicos, emocionais e sociais da gestante e seu ambiente, potencializa o desenvolvimento infantil em suas múltiplas dimensões: motora, intelectual, de linguagem, social e emocional.

 

“O pré-natal deve começar assim que a mulher descobre que está grávida. No Brasil, a partir desse momento, o Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas no mínimo seis consultas (uma no primeiro trimestre da gravidez, duas no segundo e três no terceiro), sendo ideal é que a primeira consulta aconteça no primeiro trimestre e que, até a 34ª semana, sejam realizadas consultas mensais. Entre a 34ª e 38ª semanas, o indicado seria uma consulta a cada duas semanas e, a partir da 38ª semana, consultas toda semana até o parto, que geralmente acontece na 40ª semana, mas pode durar até 42 semanas. O atendimento proporcionado nessas consultas deve ser registrado e monitorado no Cartão da Gestante, pelos profissionais envolvidos, por meio desse monitoramento, é possível fazer o acompanhamento, o diagnóstico e o tratamento de doenças pré-existentes ou das que podem surgir durante a gravidez. Durante o pré-natal, a gestante deve receber informações sobre seus direitos, hábitos saudáveis de vida (alimentação, exercícios etc.), medicamentos que precisa tomar e os que deve evitar e as mudanças que ocorrem durante a gravidez, como a maior incidência de sono e alterações no ritmo intestinal. Também tem de receber informações sobre sinais de risco em cada etapa da gravidez, como lidar com dificuldades de humor, temores em relação à sua saúde e a saúde do bebê, enjoos, inchaço, manchas na pele, sinais de parto etc.” (GOIÁS, 2017, p.1).

 

Um pré-natal bem realizado deve, sobretudo, valorizar a participação da gestante, fortalecendo a sua autoconfiança para que possa chegar ao momento do parto tendo maior clareza sobre o que está sentindo, sobre o parto e os limites para enfrentar todo o processo, além de ser orientada sobre como, quando e para quem ela pode pedir ajuda.

 

“O pré-natal segue um protocolo para o monitoramento da saúde da gestante e do feto. Inclui anamnese,, exame físico e análise de exames laboratoriais e de imagem. Para que haja, de fato, um atendimento que promova qualidade de vida à gestante, ao bebê e à família, algumas iniciativas são essenciais. A primeira está relacionada ao formato do atendimento que, para se prestar aos objetivos reais do pré-natal, precisa ser multiprofissional. Isso significa contar com a ação de médicos obstetras e ginecologistas, médicos de família, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, educadores físicos e fisioterapeutas. No entanto, não adianta ter todos os profissionais atuando se esse trabalho não for integrado e, sobretudo, centrado nas necessidades das gestantes para que ocorra a troca de conhecimentos e a busca compartilhada de soluções para cada impasse detectado. A assistência do pré-natal bem estruturada pode promover a redução dos partos prematuros e de cesárias desnecessárias, de crianças com baixo peso ao nascer, de complicações de hipertensão arterial na gestação, bem como da transmissão vertical de patologias como o HIV, sífilis e as hepatites. No entanto, para que essa assistência seja efetiva, é importante que abarque os seguintes aspectos: Captação precoce – quanto antes a gravidez for diagnosticada e a gestante receber os cuidados da equipe perinatal, mais precocemente poderão ser detectados problemas passíveis de controle ou de cura. Frequência e periodicidade adequadas – é preciso garantir que a gestante receba o atendimento necessário em seis consultas, no mínimo, durante a gravidez. Extensão de cobertura – é fundamental que a assistência atinja 100% das gestantes de uma cidade, de um estado e de todo o País. No entanto, dados oficiais do Ministério da Saúde do Brasil, de 2011, indicam que 4,6% de mulheres grávidas estavam sem assistência de pré-natal. Qualidade – de nada adianta captar precocemente e oferecer o número adequado de consultas se não houver uma prática que garanta tecnologias atuais, apropriadas e precisas que causem impacto positivo da saúde perinatal, fortalecendo a integralidade” (GOIÁS, 2017, p.1).

 

 

Analisando a realidade da atenção pré-natal na minha UBS era necessário realizar uma atividade educativa com as gestantes da minha área de saúde e todos os membros da equipe com o objetivo de melhorar o atendimento de esse grupo populacional e aumentar o nível de conhecimento das gestantes sobre temas relacionados com a gravidez como importância do início do pré-natal no primeiro trimestre , alimentação saudável, importância do cumprimento do tratamento médico, mudanças do estilo de vida, importância dos exames e da vacinação durante a gravidez e participação do parceiro durante o acompanhamento da grávida na UBS. A mesma foi realizada com sucesso na sede da UBS com a modalidade de palestra. As principais vantagens obtidas com a realização deste encontro foram melhorar a planificação de atividades com as gestantes assim como o plano de trabalho mensal, aumentar o nível de conhecimentos sobre atenção pré-natal das gestantes e dos membros da equipe e explicar a importância do acompanhamento no puerpério e as ações educativas sobre planejamento familiar oferecidas na UBS.

Os desafios presentes agora no trabalho de todos os membros da equipe referentes a atenção das gestantes são muitos, fundamentalmente aumentar a disponibilidade de recursos para realizar controle do planejamento reprodutivo sobre todo medicação anticoncepcional para diminuir o número de gestações não desejadas e abortamentos provocados e aumentar o intervalo entre as gestações, aumentar a procura   de gestantes especialmente adolescentes, aumentar a participação dos parceiros na atenção pré-natal e  aumentar as atividades educativas sobre gravidez nas escolas. O principal aspecto que gostei no desempenho deste micro intervenção foi que aumentou a percepção de risco sobre questões relacionadas com a gestação como alimentação, métodos de vida saudáveis e cumprimento do tratamento médico. As principais questões negativas são a ausência de ultrassom e especialistas em obstetrícia e a pouca disponibilidade de exames no município para acompanhamento das gestantes. É preciso então a participação dos gestores do município na planificação dos recursos para realizar mudanças nesta realidade e apoiar o trabalho das equipes de saúde ainda mais.

Apesar da ampliação na cobertura do acompanhamento pré-natal, a disponibilidade de recursos, a diminuição das taxas de morbimortalidade materna – infantil no Brasil ainda é necessário aumentar a expansão do processo de organização dos serviços de atenção básica  nos municípios, aumentar a qualificação dos profissionais de saúde, incrementar o acesso a exames a aos resultados em tempo oportuno, melhorar a integração da atenção básica com a Rede Cegonha (tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil) para diminuir as altas taxas de mortalidade que apresenta o país que constitui o principal objetivo do trabalho na atenção básica.

  

Referências

 

GOIÁS (Estado). Pré-natal. Secretaria de Saúde do Estado, 2017. Disponível em: <http://www.saude.go.gov.br/?biblioteca=pre-natal>. Acesso em: Jul. 2018.

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