RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: REUNIÕES DA EQUIPE PARA UM MELHOR PLANEJAMENTO EM SAÚDE.
ESPECIALIZANDO: RENAN XAVIER PINHEIRO
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) garante o acesso da população ao sistema de saúde e buscam estabelecer o vínculo entre a comunidade e os profissionais tornando a saúde mais próxima do cidadão. É recomendável que a equipe de uma unidade de Saúde da Família seja composta, no mínimo, por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). (ROCHA et al., 2012; ADDUM et al., 2011).
As reuniões nos serviços de saúde configuram-se como um dispositivo de grande importância para planejamento e elaboração de diretrizes e assim ocorrer a tomada de decisões através de uma avaliação sistemática numa perspectiva multidisciplinar (GRANDO; DALL’AGNOL, 2010).
Inicialmente foi feita uma observação da unidade de saúde, para analisar junto à equipe as reais necessidades de melhorias tanto da estrutura física, quanto de funcionalidade. Também foi necessário avaliar se a unidade segue conforme os parâmetros estabelecidos pelo SUS e Ministério da Saúde. Está observação é o primeiro passo da microintervenção. A UBS em que trabalho (Unidade de saúde-Pov. Saquinho) se localiza no município de Tobias Barreto–SE. A UBS atende em torno de 2170 usuários cadastrados. A equipe faz reuniões mensais para análise das produções, além de colocar em pauta as queixas e sugestões para melhoria do atendimento. A última reunião realizada serviu para a atualização do AMAQ e assim verificar as melhorias e deficiências que estão presentes na unidade.
A reunião foi composta pelas seguintes categorias profissionais: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e Agente Comunitário de Saúde. Os profissionais existentes na unidade são: 01 médico, 01 enfermeiro, 01 técnico de enfermagem e os agentes comunitários. Os demais profissionais que compõem o NASF são psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e fonoaudiólogo. O enfermeiro organiza as atividades educativas e o cronograma. A unidade possui um responsável pela gerência da mesma, sendo este graduado na área da saúde.
De acordo com o acesso e acessibilidade da unidade esta unidade não possui sinalização externa como totem ou placas. Nas dependências existem: corrimão nos locais não nivelados, sinalizações para os ambientes como banheiros e consultórios, porém, não possui cadeira de rodas disponíveis para deslocamento dos usuários e nem mesmo adaptações para cadeirantes. As equipes disponibilizam na estrutura da unidade o horário de funcionamento da unidade (horários esses fixos), a escala dos profissionais, o telefone da ouvidoria do ministério da saúde e secretarias estaduais e municipais, identificação de todos os profissionais. O funcionamento da unidade ocorre de segunda a sexta das 7h às 15h. No momento a unidade não passa por reformas e há apenas 01 equipe atuante, que já é o adequado conforme UBS tipo I.
A estrutura da unidade possui 01 banheiro para os usuários e outro no consultório médico. Não possui sanitário para pessoas com deficiência. A sala de vacina é dividida com a sala de procedimentos. Existe uma copa na unidade e uma área de dispensa de material de limpeza. Não há computadores para o trabalho dos funcionários. Os pisos e as paredes da unidade de saúde são de superfícies laváveis, os ambientes são bem iluminados, os consultórios da unidade de saúde permitem privacidade ao usuário, a sala de espera está em boas condições de limpeza, a sala de espera possui lugares suficientes para os usuários aguardarem, porém, os ambientes não dispõem de boa ventilação ou climatização e os banheiros não estão em boas condições de uso e de limpeza.
A unidade possui equipamentos como: estetoscópio adulto, balanças infantis e adultas, réguas antropométricas, mesas com foco de luz para exame ginecológico, sonares, câmaras refrigeradas para as vacinas (todas presentes conforme o calendário preconizado pelo Ministério da Saúde), geladeira exclusiva para a farmácia, termômetro, lanternas clínicas, glicosímetro, porém não possui aparelho de pressão infantil nem estetoscópio infantil. Ainda não tem: otoscópio nem oftalmoscópio, martelos de reflexos, nem aparelhos de fisioterapia. E contém material impresso de caderneta de saúde do adulto, idoso, gestante e criança.
Os medicamentos quando presentes ficam armazenados e condicionados de forma adequada em sua área de estocagem. Geralmente dispõe de anticoncepcionais, anti-hipertensivos (captopril), sulfato ferroso, metformina, glibenclamida, paracetamol e dipirona. Quanto aos insumos possui: gazes, espátula de ayres, fita métrica, abaixador de língua, escovinha endocervical, preservativos, caixas térmicas para vacinas, não possuindo insumos para atendimento de urgência e emergência.
Outro ponto importante discutido durante a reunião foi a falta de acompanhamento dos pacientes que são encaminhados. A grande maioria volta sem uma contra-referência para a equipe poder fazer um melhor acompanhamento e atualização dos seus prontuários.
Após a análise durante a reunião das condições estruturais e de atendimento perante pontos de autoavaliação do AMAQ, algumas sugestões foram colocadas em prática, entre elas: Relatar os problemas estruturais, a falta de medicamentos e/ou equipamentos à gestão; solicitar nos encaminhamentos a contra-referência dos especialistas para uma melhor atualização dos prontuários.
A reunião ocorreu sem pressa, com participação ativa de todos os presentes, de forma respeitosa, dando oportunidade para todos se expressarem e emitir opiniões, abrangendo todos os pontos importantes do AMAQ. Percebe-se então a importância de uma boa reunião de equipe para um melhor planejamento, já que antes ocorria de forma descompromissada e esporádica.
MATRIZ DE INTERVENÇÃO |
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Descrição do padrão: Reunião periódica para um maior planejamento |
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Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: Reuniões rápidas, descompromissadas e esporádicas |
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Objetivo/meta: Reuniões quinzenais da equipe |
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Estratégias para alcançar os objetivos /metas |
Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) |
Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades |
Resultados esperados |
Responsáveis |
Prazos |
Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados |
Realizar cronograma |
Negociar agenda com a gestão e com a equipe |
Projetor, agendas de papel e atas |
Dois turnos mensais reservados para a reunião |
Enf. João |
Maio/2018 |
Reunião realizada conforme o calendário |
Comunicar antecipadamente a comunidade |
Análise das pendências discutidas durante a reunião |
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Compreensão da comunidade |
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Referências
ADDUM, F. M.; SERRA, C. G.; SESSA, K. S.; IZOTON, L. M.; SANTOS, T. B. Planejamento local, saúde ambiental e Estratégia Saúde da Família: uma análise do uso de ferramentas de gestão para a redução do risco de contaminação por enteroparasitoses no município de Venda Nova do Imigrante. Physis Revista de Saúde Coletiva, v. 21, n. 3, p. 955-977, 2011.
GRANDO, M. K.; DALL’AGNOL, C. M. Desafios do processo grupal em reuniões de equipe da Estratégia Saúde da Família. Esc Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p.504-510, 2010.
ROCHA, A. C. D; SOUSA, C. P. C; QUEIROZ, D; PEDRAZA, D. F. Atenção básica à saúde: avaliação de estrutura e processo. Revista de Atenção à Saúde. v.14, n.54, p.71-77, 2012.
Ponto(s)