RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: O ACOLHIMENTO NORTEANDO AS PRÁTICAS NA UBS ALAGAMAR (SE)
ESPECIALIZANDO: PAULINO FILIPE SILVESTRE LIMA
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
A segunda micro intervenção ocorreu na Unidade Básica de Saúde Alagamar no dia 03 de maio de 2018. Após avaliar as potencialidades e dificuldades da Equipe de Saúde, com o objetivo de implantar uma melhoria na estratégia de acesso aos serviços e após discussão sobre os aspectos relacionados ao acolhimento, e também após construir um RCOP (Registro Clínico Orientado por Problemas), inicia-se a implantação do Acesso Avançado.
Decide-se optar pelo perfil da demanda espontânea e programada. Para tal realizou-se uma reunião com a equipe de saúde na sexta feira dia 04 de maio de 2018 na própria unidade de saúde para tratar de temas relativos ao tema onde deseja-se intervir.
Primeiramente foi discutido com a equipe qual era a estratégia de acolhimento que utilizávamos, como também as dificuldades que existiam tanto na demanda programada como na demanda espontânea. Foi aberto a equipe de saúde quais as potencialidades e os pontos que poderiam ser realizados melhorias no processo de trabalho e na atenção a saúde da população após o acolhimento.
Após este primeiro contato e abertura sobre o que se tratava ficou combinado com a equipe de saúde que dia 11 de maio seria feito o treinamento sobre temas como o estudo do perfil da demanda espontânea e programada. Para tal foram passados alguns conceitos para a equipe de saúde em formato de slides sobre a demanda programada e espontânea. Na ocasião foram reforçadas as compreensões sobre os princípios que norteiam a Atenção Primária: primeiro contato; longitudinalidade; integralidade; coordenação; abordagem familiar; enfoque comunitário.
Quanto ao primeiro contato, diz respeito ao fato de ser o ponto de entrada mais fácil e próximo dos usuários para os serviços de um sistema de saúde, de modo que para este princípio a acessibilidade é fundamento base, pois advoga a favor de um local de atendimento próximo e que não prejudique ou atrase o diagnóstico e as intervenções necessárias para se resolver um determinado problema de saúde (BRASIL, 2000). Depois da apresentação deste conceito verificamos se a Unidade de Saúde preconiza pelo primeiro contato como também advoga a favor da acessibilidade
A longitudinalidade diz respeito ao acompanhamento do paciente ao longo do tempo por um médico generalista ou até mesmo por uma equipe de APS, em virtude de múltiplos episódios de doença e cuidados preventivos. Existe neste acompanhamento, uma relação implícita de terapêutica caracterizada por responsabilidade por parte do profissional de saúde e confiança por parte do paciente. Quando a equipe de saúde se coloca a cumprir por este princípio verifica-se que há uma tendência em produzir diagnósticos e tratamentos mais precisos, além da redução dos encaminhamentos desnecessários para especialistas e para a realização de procedimentos de maior complexidade.
Em relação à integralidade, foi verificado junto a equipe de saúde quais são as ações que devemos fazer para cumprir com esse princípio sabendo que o mesmo diz respeito a exigência de que a APS reconheça as necessidades de saúde da população como também tenha recursos para abordá-las. Deste modo a APS deve prestar, diretamente, todos os serviços para as necessidades comuns e atuar como um agente para a prestação de serviços de necessidades que devem ser atendidas em outros pontos de atenção (LIMA, 2009).
Outros princípios abordados e discutidos foram a coordenação do cuidado e a orientação quanto a abordagem familiar, este último, diz respeito ao conhecimento pela equipe de saúde dos membros da família e dos seus problemas de saúde. As equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada e atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação das doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A equipe afirmou que neste ponto estamos muito bem, pois principalmente os agentes de saúde mentem um controle sobre os principais problemas, os pacientes que necessitam de atendimento domiciliar, entre outras necessidades.
O último requisito e princípio abordado foi o enfoque comunitário. Trata-se da APS com a orientação comunitária que utiliza habilidades clínicas, epidemiológicas, de ciências sociais e pesquisas avaliativas, de forma complementar para ajustar os programas a fim de atender as necessidades específicas de saúde de uma população definida (BRASIL, 1990).
Após estas apresentações chegamos a conclusão que o perfil da demanda espontânea está voltado, em nosso contexto, para as situações que envolvem arboviroses, diarreias e outras comorbidadese, enquanto que a demanda programada ocorre para idosos e gestantes.
Referências
BRASIL. Sistema Único de Saúde: princípios e conquistas. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação do SUS. Brasília: CONASS, 2003.
BRASIL. ABC do SUS: doutrinas e princípios. Brasília: Ministério da Saúde, 1990.
LIMA, L. D. O Sistema Único de Saúde (SUS): princípios e lógica organizativa; avanços e desafios. Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
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