TÍTULO: ESTRATÉGIAS PARA IMPLANTAÇÃO DE VISITAS DOMICILIARES NO TERRITÓRIO
ESPECIALIZANDO: JORGE LUIS CAMPOS LEGÓN.
ORIENTADOR: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA.
COLABORADORES: Agentes comunitários de saúde: Jerusa Silva, Jackeline Martins, Francineide Lopes. Enfermeira: Valéria Cristina.
A autoavaliação da minha equipe de saúde 113, localizada no município Mossoró, Estado Rio Grande do Norte, denominada Dr. CID Salem Duarte foi realizada com base no instrumento do Programa de Autoavaliação da Melhoria do Acesso e Quallidade da Atenção Básica (AMAQ-AB).
A autoavaliação no PMAQ-AB é o ponto de partida da melhoria da dos serviços (BRASIL, 2012). No âmbito da atenção básica ela deve ser contínua, mas entre uma autoavaliação e outra, deve existir intervalo de tempo para a execução de parte do plano de intervenção, permitindo que nos próximos momentos sejam identificadas melhorias na qualidade da autoavaliação.
Os processos orientados para a melhoria da qualidade do acesso têm início na identificação e reconhecimento das dimensões positivas e também problemáticas do trabalho da gestão e das equipes de atenção à saúde. Nesse momento, deverão ser produzidos sentidos e significados com potencial de facilitar a mobilização de iniciativas para mudança e aprimoramento dos serviços. O PMAQ tem como propósito a ampliação da oferta qualificada dos serviços de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Está organizado em quatro fases que se complementam, formando um ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica (BRASIL, 2012).
A Avaliação para Melhoria da Qualidade na Estratégia Saúde da Família (ESF) surge com a finalidade de estreitar a relação entre os campos da avaliação e da qualidade no âmbito da mesma, possibilitando aos atores diretamente envolvidos nos municípios a apropriação de princípios, métodos e ferramentas para construção desta história por si mesma. Avaliar significa formar opinião, julgar e emitir juízo de valor sobre determinado assunto(UCHIMURA; BOSI,2002).
Na realização das reuniões da equipe, são encontrados problemas que podem ser resolvidos sem complicações, mas, que ainda não foram eliminados totalmente. Na perspectiva de solucionar algumas situações foi elaborada uma matriz de intervenção. Nesse sentido, a avaliação da equipe deve ser feita analisando os padrões de qualidade, neles observamos quais são os que apresentam maiores problemas. Dependendo do resultado, devemos priorizar os padrões para a realização de ações. Desse modo, temos os critérios relativos à dimensão “Unidade Básica de Saúde”, Subdimensão: Infraestrutura e equipamentos (H 3.1-3.8); Insumos, imunobiológicos e medicamentos (I. 3.9-3.16); Educação permanente e qualificação das equipes de atenção básica (J 4.1-4.3); Organização do processo de trabalho (K 4.4-4.17); Atenção integral a saúde (L 4.4-4.52); Participação, controle social e satisfação do usuário (M 4.53-4.56) e; Programa Saúde na Escola – PSE (N 4.57-4.62)(BRASIL,2012).
A pontuação de cada critério foi atribuída após debate do grupo.
Tabela 1.0 – Resultado das Pontuações e Classificações dos Critérios Avaliados.
Subdimensão |
Pontuação |
Classificação |
1–H (H 3.1-3.8) – Infraestrutura e Equipamentos |
31 |
Regular |
2–I (I. 3.9-3.16) – Insumos, Imunobiológicos e Medicamentos |
25 |
Regular |
3–J (J 4.1-4.3) – Educação Permanente e Qualificação das Equipes de Atenção Básica |
51 |
Satisfatório |
4–K(K 4.4-4.17) – Organização do Processo de Trabalho |
16 |
Muito insatisfatório |
5–L(L 4.18-4.52) – Atenção Integral a Saúde |
127 |
Satisfatório |
6–M (M 4.53-4.56) – Participação Social e Satisfação do Usuário |
26 |
Satisfatório |
7–N (N 4.57-4.62) – Programa Saúde na Escola |
48 |
Satisfatório |
Fonte: Pessoal
Foi escolhido o problema, considerando os seguintes critérios: Nota ≤ 5, para o qual deve ser feito uma matriz de intervenção. As intervenções feitas pela equipe abordaram a subdimensão K (ORGANIZACAO DOS PROCESOS DE TRABALHO). (4.12). Depois de fazer a auto avaliação, o problema principal identificado foi a grande deficiência na organização do processo de trabalho, já que as visitas domiciliares praticamente não são feitas, devido a problemas com o transporte da prefeitura. Segue abaixo a matriz de intervenção realizada pela equipe.
Matriz de Intervenção.
Descrição do padrão. 4.28 A equipe deverá fazer tudo o possível para realizar as visitas domiciliares, inclusive, fazer as visitas num carro de funcionário da UBS, ou combinar o transporte com a secretaria municipal de saúde. |
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Descrição da situação-problema. A equipe não esta fazendo visitas domiciliares |
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Ações a serem realizadas para melhorar a realização de visitas domiciliares |
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Estratégias para alcançar os objetivos/metas |
Atividades a serem desenvolvidas |
Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades |
Resultados esperados |
Responsáveis |
Prazos |
Mecanismos para avaliar os resultados. |
Capacitação dos ACS e demais funcionários, sobre a importância da realização de visitas ao domicilio. |
Aulas explicando quais são os pacientes que realmente apresentam necessidade de visitas domiciliares |
Recursos humanos e materiais. (Salas, facilitadores, slides, cadeiras, Audiovisuall) |
Melhorar o conhecimento do pessoal sobre a importância das visitas domiciliares |
Médico.
Enfermeira. |
30 dias |
Exposição de impressões em reuniões mensais. |
Sensibilizar tanto os funcionários da unidade básica de saúde quanto os da gestão municipal, explicando o problema e demostrando que realmente existe essa necessidade. |
Reuniões na equipe e com os responsáveis do transporte do município, explicando a necessidade de realizar as visitas domiciliais. |
(Responsáveis pela ação)
Médico
Enfermeira,
NAFS
ACS. |
Sensibilização dos funcionários e combinar o transporte para realizar as visitas domiciliares. |
Médico
Enfermeira.
NAFS.
ACS.
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30 Dias |
Exposição de impressões em reuniões mensais. |
A ideia principal dessas estratégias de intervenções,seria discutir a situação e chegar a um acordo para realizar as visitas domiciliares, evitando o surgimento de doenças ou reduzindo suas complicações através do contato mais próximo com o usuário.
Outro Objetivo da reunião seria estabelecer uma ferramenta para registrar e monitorar os indicadores de qualidade.Segue abaixo o instrumento elaborado pela equipe para realizar o monitoramento dos indicadores:
Painel de monitoramento dos indicadores
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Sala de Situação
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Indicadores |
J |
F |
M |
A |
M |
J |
J |
A |
S |
O |
N |
D |
Total de população |
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< 1 ano com desmame. < 1 ano |
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> de 15 |
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Mulheres 15-59 |
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> 60 anos |
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Atendimentos |
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Total de atendimento |
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Consulta Agendada |
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Consulta de Urgência o Demanda Espontânea |
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Puericultura |
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< 1ano |
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Com Desmame |
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<1ano |
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< 6 meses |
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< 3mes |
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Pré-Natal |
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Gestantes acompanhadas |
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Atendimento pré-natal pela Enfermeira |
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Atendimento pré-natal pelo medico |
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Doenças Crônicas |
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Total de Atendimentos |
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Diabéticos |
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Hipertensão |
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Asma Bronquial |
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Saúde Mental |
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Hanseníase |
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Tuberculose |
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Consumo de drogas |
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Rastreamento Risco Cardiovascular |
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Rastreamento de Colo. |
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Visitas domiciliares |
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Encaminhamento |
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Palestras |
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Reunião técnica mensal |
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A população vai ter acesso a essas informações pelos próprios trabalhadores da UBS, a saber: médico, enfermeira e ACS.
Não existiu dificuldade durante a realização da atividade, os membros da equipe concordaram plenamente quando falamos sobre a real importância da realização das visitas domiciliares.
Depois de realizar nossa autoavaliação, fomos capazes de saber quais foram as deficiências, e assim, atuamos positivamente sobre elas para melhorar e viabilizar o atendimento no domicilio,
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): manual instrutivo / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
UCHIMURA, Kátia Yumi; BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Qualidade e subjetividade na avaliação de programas e serviços em saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 18, n. 6, p. 1561-1569, Dec. 2002.
Ponto(s)