PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE: HIPERTENSÃO EM IDOSOS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MANGABEIRA II
ESPECIALIZANDO: MARKELSON RENÉ DE ANDRADE RÓMER
ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS
CAPÍTULO I: Observação na Unidade de Saúde
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Mangabeira II possui cerca de 1.932 pacientes cadastrados, cobrindo uma área de cerca de 494 famílias, de classe baixa. Atualmente a UBS possui um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um dentista, um auxiliar do dentista, um Agente Comunitário de Saúde (ACS) e um auxiliar de serviços gerais. São realizadas, por dia, cerca de 25 atendimentos médicos, 13 com enfermeiro, 23 com auxiliar de enfermagem e 14 de atenção odontológica. O expediente de trabalho abre espaço para atenção domiciliar em um dia da semana, mais precisamente na terça feira no período da manhã, com visitas a cada 15 dias, no período matutino.
Iniciou-se a abordagem sobre a primeira microintervenção com uma reunião no dia 02 de maio de 2018, quarta feira, com muita relutância, principalmente pela gestão, visto que não queriam deixar espaço para realizá-la, todavia através de muita conversa, diálogo e negociação a equipe reuniu-se das 09h às 11h.
Primeiramente foi realizado uma apresentação do que seria a Autoavaliação para a Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ), abordando o fato de ser um instrumento de apoio que visa melhorar a Atenção Básica (AB) ou serviços da AB. Foi abordado que o Ministério da Saúde tem priorizado a execução da gestão pública com base em ações de monitoramento e avaliação de processos e resultados. E um dos requisitos para conclusão da pós-graduação era a execução de microintervenção que verificasse um indicador que estivesse sendo considerado como ineficiente e ineficaz, a fim de promover medidas para mudar esta realidade.
Após esta apresentação breve, foram avaliados os requisitos dispostos no AMAQ junto a equipe. Dentre os muitos indicadores, avaliaram-se a gestão municipal, a implantação e implementação da atenção básica no município, a organização e integração da rede de atenção à saúde, a gestão do trabalho, a participação, o controle social e a satisfação do usuário.
No que diz respeito a gestão da atenção básica, foi verificado o apoio institucional, a educação permanente e o monitoramento e avaliação. Acerca da Unidade Básica de Saúde, notaram-se problemas relativos a infraestrutura e equipamentos. Sobre a educação permanente, processo de trabalho e atenção integral à Saúde verificaram-se os insumos e medicamentos, a educação permanente e qualificação das equipes de Atenção Básica, a organização do processo de trabalho, a atenção integral à saúde, a participação, controle social e satisfação do usuário, o programa Saúde na Escola.
Depois de fazer a pontuação e conversar com a equipe, verificou-se que os equipamentos estavam com pontuação bastante baixa, além de outros indicadores que também merecem melhoria. Contudo, em consenso com a equipe, elegeu-se um para ser melhorado, que foi o processo de educação permanente.
Dentre esses requisitos da educação permanente, houve uma sugestão de promoção de um programa que treinasse os colaboradores da UBS quanto a hipertensão em idosos, que englobasse capacitação para receber estes idosos, acolhimento, orientações, entre outros.
Pode-se verificar que a equipe apresentou certa desmotivação quanto a gestão da atenção básica no que diz respeito a educação permanente, em virtude disso, elegeu-se este indicador como um possível parâmetro para a microintervenção.
Nota-se claramente que a falta de apoio institucional no sentido de auxiliar as equipes a desenvolverem suas atividades na esfera da educação permanente dificulta significativamente que haja de fato eficiência no trabalho. Em virtude disso, acredita-se que a educação permanente é de fato um parâmetro superinteressante intervindo na realidade vivida na UBS Mangabeira II.
Busca-se com esta microintervenção ajudar as equipes a especificarem e apontarem quais são os principais problemas relacionados a educação permanente como também os desconfortos e conflitos e, por fim, auxiliar na construção e na utilização de ferramentas e tecnologias para a melhoria do trabalho executado na UBS.
Nota-se que o médico neste sentido coloca-se como apoiador institucional, um organizador do trabalho que tem objetivo de reconhecer a complexidade do trabalho da equipe partindo do princípio de execução de problemas reais, como também acerca dos desafios e tensões do cotidiano, utilizando-os como matéria-prima para o trabalho em equipe, sempre que necessário, buscando facilitar a conversão de situações críticas em situações criativas e produtivas.
Nessa perspectiva, a microintervenção buscará desenvolver um programa de treinamento junto a equipe de recursos humanos acerca da Hipertensão em Idosos. Treinando os recursos humanos a forma correta de acolher os idosos na Unidade de Saúde, como aferir uma pressão, quais são as atividades físicas indicadas a idosos, segundo cada caso, quais são os alimentos indicados a pessoas hipertensas mais precisamente entre idosos, entre outros temas a serem tratados durante a educação permanente. Para isto, foi construída a Matriz de Intervenção abaixo.
Matriz de Intervenção – Educação Permanente: Projeto de Intervenção Hipertensão em Idosos
Descrição do padrão: Hipertensão em idosos. |
Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: pressão arterial descontrolada em pacientes idosos. |
Objetivo/meta: alcançar os parâmetros considerados normais para a pressão arterial em idosos. |
Estratégias para alcançar os objetivos/metas |
Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) |
Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades |
Resultados esperados |
Responsáveis |
Prazos |
Mecanismo e indicadores para avaliar o alcance dos resultados |
Apresentação da Intervenção através de Reunião |
Reunião com a equipe apresentando o AMAQ, suas potencialidades, conceitos, e propondo a intervenção junto aos idosos no intuito de normalizar os parâmetros relativos a pressão arterial dos mesmos. |
Humanos: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, ACS, administrativos. Materiais: instrutivo AMAQ. |
Aceitação da equipe para a intervenção; entendimento da proposta. |
Médico |
06 meses |
Relatório de avaliação de verificação; percepção do entusiasmo do pessoal com o projeto. |
Agendamento de treinamentos |
Agendar o treinamento com a equipe no sentido de orientá-los a como proceder com os Idosos que chegam na unidade de saúde com a pressão arterial alterada. |
Humanos: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, ACS, administrativos. Material: Caderno de Atenção Básica Hipertensão Arterial Sistêmica. |
Entendimento dos profissionais da UBS de como lidar com a Hipertensão Arterial em pacientes Idosos. |
Médico e enfermeiros |
45 dias |
Agenda e relatório de execução |
Treinamento |
Reunir o pessoal para treinamento |
Humanos: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, ACS, administrativos. Material: Caderno de Atenção Básica Hipertensão Arterial Sistêmica. |
Aprendizagem de como lidar com a Hipertensão Arterial em pacientes Idosos. |
Médico e enfermeiros |
15 dias |
Relatório de aprendizagem |
Agendamento das Ações |
Agendar com os pacientes as reuniões |
Humanos: pacientes |
Adesão de no mínimo 20 pacientes idosos com pressão arterial alterada. |
Enfermeiros, ACS, auxiliares, administrativos. |
07 dias. |
Agenda. |
Execução das ações |
Palestras, orientações, rodas de conversa, entre outras medidas no intuito de normalizar a pressão arterial dos idosos |
Humanos: pacientes, médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, ACS, administrativos. Materiais: apresentações, folhetos, cartazes, entre outros. |
Compreensão e adoção de medidas de combate a hipertensão arterial por parte dos envolvidos. |
Médico, enfermeiros, ACS, auxiliares, administrativos. |
15 dias. |
Questionário, relatórios. |
Monitoramento |
Verificação dos índices de pressão arterial dos idosos 30 dias após a implementação do projeto. |
Humanos: pacientes, médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, ACS, administrativos.
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Normalização da pressão arterial dos envolvidos |
Paciente, médico enfermeiros, ACS, auxiliares, administrativos. |
03 meses. |
Relatórios |
Verificou-se neste primeiro encontro algumas características da equipe, primeiramente um entusiasmo quando apresentada a proposta, em virtude de haver muitos pacientes idosos hipertensos na Unidade, contudo surgiram algumas dúvidas sobre como serão os treinamentos, horários, haverá certificado, entre outros, que serão elucidadas no decorrer da intervenção.
No que diz respeito as dificuldades para execução da primeira microintervenção infelizmente estão relacionadas a falta de tempo de reunir a equipe. A demanda é muito grande e qualquer adaptação do cronograma pode provocar possível superlotação. Quanto ao impacto positivo percebido foi a vontade da equipe em aprender, em melhorar o atendimento e desenvolver a intervenção junto aos idosos hipertensos da UBS.
Ponto(s)