RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: QUANTIDADE INSUFICIENTE DE MEDICAMENTOS PARA ASSEGURAR UMA MELHOR ATENÇÃO DA POPULAÇÃO NA UBS GETÚLIO SAVIO SOBRAL.
ESPECIALIZANDO: ROSA MARLIE JARROSAY FROMETA
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
A dispensação dos medicamentos é o ato do profissional farmacêutico de fornecer para um ou mais medicamentos a um usuário, normalmente em resposta à apresentação de uma receita prescrita por um profissional médico. Nesta ocasião, o farmacêutico informa e instrui o paciente quanto ao uso correto dos medicamentos. Através do Sistema Único de Saúde (SUS), muitos usuários adquirem medicamentos para dar continuidade aos tratamentos propostos. Estes medicamentos são disponibilizados através das unidades básicas de saúde, localizadas próximas às moradias dos usuários do sistema (FERLA et al., 2017).
Para realizar a autoavaliação, convocamos umareunião em nossa UBS com a equipe de saúde. Participaram Médica, Enfermeira, Técnica de Enfermagem, Dentista, Técnica de saúde Bucal e os Agentes de Saúde, com o intuito de realizar a autoavaliação via instrumento AMAQ-AB (Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica), que é o ponto de partida na melhoria da qualidade dos serviços da atenção básica. Nosso enfoque foi avaliação da infraestrutura e das medicações. Sua aplicação cotidiana tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território. Através dele, são propostas um conjunto de estratégias que serão utilizadas no acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde, para assim melhorar a qualidade de vida de nossos usuários e intervir em tempo nesses fatores que põem em risco a saúde dos mesmos (BRASIL, 2017).
Este instrumento nos permitiu a identificação dos principais problemas de nossa comunidade, sendo necessário fazer uma microintervenção com o objetivo de planejar ações de forma coerente e organizada na nossa equipe. Desta maneira poderemos traçar nossas metas e objetivos a fim de melhorar a atenção em saúde de nossa população.
Após realizar a autoavaliação em nossa reunião, foram identificados vários problemas, com uma pontuação igual ou inferior a 5 pontos, onde o problema mais relevante foi afalta demedicamentos para demandas dos usuários. O objetivo foi identificar os medicamentos controlados e não controlados usados pela atenção básica. Como estratégia, propusemos a elaboração de uma relação dos pacientes que tomam medicamentos de uso contínuo, tais como hipertensos, diabéticos e saúde mental; além disso, propusemos a elaboração de um formulário para pedido dos outros medicamentos (de uso não contínuo) que também serão necessários para tratar outras doenças.
Mediante as discussões entre os membros da equipe e as estratégias propostas, traçamos uma matriz de intervenção, cujo objetivo foi auxiliar o planejamento das atividades que integram as ações para alcançar o objetivo proposto. Nesta etapa é de vital importância o programa PMAQ e o instrumento AMAQ, pela proposição de um conjunto de estratégias de qualificação acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde.
Quadro 1: Matriz de Intervenção, 2018.
MATRIZ DE INTERVENÇÃO |
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Descrição do padrão: A UBS disponibiliza medicamentos do componente básico da assistência farmacêutica com suficiência e regularidade. |
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Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: Quantidade insuficiente de medicamentos para assegurar uma melhor atenção a população. |
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Objetivo/meta: Disponibilizar quantidade suficiente de medicamentos para assegurar uma melhor atenção a população. |
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Estratégias para alcançar os objetivos /metas |
Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) |
Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades |
Resultados esperados |
Responsáveis |
Prazos |
Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados |
1- Fazer a relação dos pacientes que tomam medicamentos de uso contínuo como hipertensos, diabético e controlados;
2- Fazer uma média de demanda dos outros medicamentos (não contínuos). |
1-Calcular a quantidade de medicamentos demandada; controle de estoque de medicamentos da UBS e solicitar medicamentos mais constante.
2. Elaborar tabelas e matrizes para controle e dispensação dos medicamentos de uso contínuo e não contínuo. |
1 Tabelas com a quantidades de usuários de medicamentos contínuos. 2 Tabelas com a demanda de outros medicamentos; 3 Tabelas de controle de estoque e formulários de solicitação de medicamentos 4 – Lápis, papel, caneta, impressora, computador |
1-Aumentar a disponibilidade de medicamentos na UBS, através da demonstração das demandas mensais de medicamentos. |
Enfermeira, Técnica de enfermagem, Médica e ACS
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3 meses |
1- Controle de estoque de medicamento da UBS; 2- Controle da demanda; 3- Controle da disponibilidade e da falta de medicamento. |
Fonte: AMAQ, 2017.
No primeiro momento, nossa equipe teve dificuldade para avaliar de maneira adequada o projeto e a identificação dos problemas, mas tivemos um segundo encontro e foi mais fácil. Nesse momento, em conjunto com minha equipe, decidimos criar um instrumento para avaliar vários indicadores do programa que seriam de vital importância para obter melhor controle deles. Ele será feito por meio do mural onde os agentes de saúde atualizarão o mesmo todo os meses, além de a médica e enfermeira levar estes controles numa planilha.
Outra dificuldade encontrada durante a execução desta atividade foi a falta de controle de medicamentos na UBS e na equipe da farmácia do município devido à mudança de gestão (mudanças nas equipes da Secretaria Municipal de Saúde e na equipe da farmácia do município). Isso ocasionou um problema no controle de estoque de medicamentos da farmácia do município e das farmácias das várias UBS, ficando a nova equipe que assumiu a farmácia sem saber a demanda de cada tipo de medicamentos e a quantidade de cada um, necessárias para cada UBS. Outra dificuldade foi que a UBS não tinha médico há muito tempo, fator que dificultou um melhor controle dos medicamentos necessários na UBS, principalmente com relação à quantidade de medicações necessárias aos pacientes que precisavam tratamento controlado.
Além da perda dos dados de quantidade, também houve prejuízo na avaliação dos tipos de medicamentos demandados pela UBS, o que atrapalhou as compras de medicamentos por parte do município. A UBS conseguiu enviar para farmácia do município os dados de demanda média mensal do ano de 2018, para assim ser possível fazer as compras de acordo com a demanda. Em resumo, a transição de equipe e de gestão contribuiu para a falta de medicamentos, no sentido de conseguir suprir a farmácia da UBS de acordo com sua demanda.
Dando continuidade a esta Microintervenção poderemos ter um melhor controle de os medicamentos usados e necessários pelos usuários de nossa UBS.
Nossa equipe de saúde aprendeu que quando se tem um controle de todo o trabalho, as coisas fluem melhor e assim se pode dar uma melhor atenção a nossa população para que fique mais satisfeita. Uma das potencialidades do nosso trabalho, é um maior controle dos medicamentos na UBS e uma maior organização na hora da entrega dos mesmos aos usuários, permitindo um melhor planejamento do trabalho. A falta de medicação estava repercutindo na descompensação de pacientes portadores de doenças crônicas, tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial, saúde mental e outros.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica – AMAQ. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
FERLA, A.A.; MARANHÃO, T.; PINTO, H.A. Vivências e estágios como dispositivos da aprendizagem: refletindo sobre o VER-SUS. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2017. (Série Vivência em Educação na Saúde).
Ponto(s)