Aluno:Maikel Leon Morales
Orientador: Cleyton Cesar Souto Silva.
Título: O acolhimento como elemento fundamental na Atenção primaria de saúde.
Acolhimento à Demanda Espontânea e Programada
Existem várias definições de acolhimento, tanto nos dicionários quanto em setores como a saúde. A existência de várias definições revela os múltiplos sentidos e significados atribuídos a esse termo, de maneira legítima, como pretensões de verdade. Ou seja, o mais importante não é a busca pela definição correta ou verdadeira de acolhimento, mas a clareza e explicitação da noção de acolhimento que é adotada ou assumida situacionalmente por atores concretos, revelando perspectivas e intencionalidades. Nesse sentido, poderíamos dizer, genericamente, que o acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas (“há acolhimentos e acolhimentos”). Em outras palavras, ele não é, a priori, algo bom ou ruim, mas sim uma prática constitutiva das relações de cuidado. Sendo assim, em vez (ou além) de perguntar se, em determinado serviço, há ou não acolhimento, talvez seja mais apropriado analisar como ele se dá. O acolhimento se revela menos no discurso sobre ele do que nas práticas concretas. Partindo dessa perspectiva, podemos pensar em modos de acolher a demanda espontânea que chega às unidades de atenção básica. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013)
O acolhimento é um conceito frequentemente utilizado para expressar as relações que se estabelecem entre usuário e profissionais na atenção à saúde. No entanto, não se trata de uma simples relação de prestação de serviço. Mais do que isso, o acolhimento implica uma relação cidadã e humanizada, de escuta qualificada. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010)
Com base nesse conceito, o desenvolvimento do acolhimento como tecnologia essencial para a reorganização dos serviços caracteriza-se como elemento-chave para promover a ampliação efetiva do acesso à Atenção Básica (AB) e aos demais níveis do sistema (RAMOS; LIMA, 2003). O acolhimento relaciona-se, portanto, com o vínculo entre o usuário e o serviço de saúde, com a resolubilidade do atendimento e com a adequação do serviço às necessidades dos usuários (LIMA, RAMOS, ROSA, NAUDERER, DAVIS, 2007).
A organização dos serviços adequadamente ao ambiente e à cultura dos usuários, respeitando sua privacidade, favorece a qualificação da assistência prestada e pode intervir positivamente no estado de saúde do indivíduo e da coletividade (RAMOS; LIMA, 2003).
A Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelece o acolhimento como um dos processos constitutivos das práticas de produção e promoção da saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Uma vertente para análise das ações de acolhimento na AB pode ser realizada com base na tríade acolhimento-diálogo, acolhimento-postura e acolhimento-reorganização dos serviços, compreendidas como possíveis dimensões do acolhimento (TEIXEIRA, 2005).
Nessa microintervenção nossa equipe realizou uma reunião e participaram todos os integrantes da equipe, médico, enfermeira, técnica em enfermagem, dentista, técnico em saúde bucal e ACS. O objetivo foi fazer um estudo do perfil do acolhimento na UBS. Durante a reunião lembramos os princípios da atenção básica de saúde e a importância do acolhimento como ferramenta para uma melhor organização do trabalho na UBS.
Depois de um produtivo debate a equipe chegou a conclusão que na UBS o acolhimento não é feito corretamente, situação que traz como consequência desorganização no trabalho dos funcionários e insatisfação da população com o atendimento.
A demanda dos pacientes deve ser escutada e acolhida corretamente, isso evitara reclamações dos usuários e retornos repetidos.
Para a implantação de um correto fluxograma de acolhimento é muito importante o trabalho dos ACS, os quais terão a tarefa de divulgar a nova estratégia na sua microarea. Além disso serão colocados na UBS os novos cronogramas de atendimento.
Nosso principal objetivo com nessa microintervenção é melhorar o perfil do acolhimento em nossa unidade.
O novo acolhimento vai garantir uma melhor atenção dos pacientes dependendo da classificação de risco, também não será mais necessário fazer filas de madrugada para obter uma vaga, todos os pacientes que realmente precisarem de atendimento serão atendidos, além disso vai organizar nosso trabalho e conseguir maior resolutividade dos problemas de saúde de nossa população, fator fundamental da atenção primaria de saúde.
Para alcançar nosso objetivo primeiramente a equipe decidiu capacitar todo o pessoal através de palestras sobre acolhimento.
As principais dificuldades encontradas para alcançar nossos objetivos foram a falta de conhecimento por parte do pessoal encarregado da recepção dos pacientes sobre acolhimento e classificação de risco, pelo que a equipe determinou capacitar esse pessoal com palestras.
Para avaliar a nova estratégia de acolhimento a equipe realizara reunião mensais além de entrevista aos pacientes para conhecer o grau de satisfação.
REFERÊNCIAS
Ministerio da saúde (BR). Cadernos de atenção básica. Volume I.2013.Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_demanda_espontanea_cab28v1.pdf
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasília (DF): MS; 2010. [ Links ]
Ramos DD, Lima MADS. Acesso e acolhimento aos usuários em uma unidade de saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Públ. 2003 Jan-Fev; 19(1):27-34. [ Links ]
Lima MADS, Ramos DD, Rosa RB, Nauderer TM, Davis R. Acesso e acolhimento em unidades de saúde na visão dos usuários. Acta Paul Enferm. 2007 Jan-Mar; 20(1):12-17. [ Links ]
Teixeira RR. O acolhimento num serviço de saúde entendido como uma rede de conversações. In: Pinheiro R, Mattos RA, organizadores. Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro (RJ): IMS/UERJ/Abrasco; 2005. p. 89-111. [ Links ]
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