MELHORIA DO ACOLHIMENTO A DEMANDA ESPONTANEA E PROGRAMADA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE IRMA ANA DIAS, CAICÓ, ESTADO RIO GRANDE DO NORTE
ESPECIALIZANDA: LUDMILA ALMENARES GONZALEZ
ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS
COLABORADORES: NARAJANE DOS SANTOS FARIAS, ADIS DANTAS E FRANCISCA MARIA
A atenção básica como estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das prioridades do Ministério da Saúde (MS) e possui como desafios atuais, o acesso e acolhimento, à efetividade e resolutividade das suas práticas, à capacidade de gestão/coordenação do cuidado, e legitimidade social (BRASIL, 2011; 2013).
O SUS tem como premissa a saúde como direito de todos e dever do Estado, com princípios e diretrizes como universalidade, equidade, integralidade, descentralização e controle social (BRASIL, 2011).
A Atenção Primária de Saúde (APS) é um serviço de saúde oferecido na comunidade no qual está localizado e permite a equipe de saúde interagir com a família e a comunidade, de forma individual e coletiva para modificar hábitos e costumes. Mediante a realização de ações coletivas de promoção e prevenção no território, no cuidado individual e familiar, assim como na gestão dos projetos terapêuticos singulares dos usuários, que, por vezes, requerem de outras modalidades de serviços para atenderem às necessidades de saúde de modo integral (BRASIL, 2011).
A APS, como principal porta de entrada do SUS, pode dar conta de grande parte dos problemas e necessidades de saúde das pessoas e grupos populacionais, com diversos tipos de tecnologias para identificar as variadas demandas, problemas, necessidades de saúde e de intervir nessas situações de forma resolutiva e abrangente (BRASIL, 2011).
Para tal, a APS necessita acolher as demandas da população, sendo esta uma atitude de aproximação que implica em relações interpessoais com base na empatia e exige de cada membro da equipe entender e responsabilizar-se pelas necessidades das pessoas que procuram a assistência (BRASIL, 2011).
O acolhimento implica em um compromisso de tornar as pessoas protagonistas da própria saúde. É a primeira ação que se realiza todos os dias em nossa Unidade Básica de Saúde (UBS) e permite organizar da melhor forma nosso trabalho.
O acolhimento tem como objetivo a inclusão, pois seguem as vulnerabilidades, organiza as demandas programadas e as imprevistas. Este inclui a triagem, na qual se realiza a classificação de risco para conhecer quem deve ser atendido imediatamente e quem pode aguardar. Além de quem vai ser encaminhado para consulta médica, da enfermeira, os grupos, visita domiciliar, entre outros.
Com o conhecimento da nova política do acesso avançado, nossa equipe fez uma micro intervenção para melhorar o acolhimento à demanda espontânea. Nos primeiros dias de implantação a população mostrou-se inconformada pois estava acostumada a receber atendimento pela ordem de chegada a UBS e não pela prioridade.
Como nossa equipe já estava ciente da necessidade das mudanças no processo de acolhimento para melhorar o atendimento e a satisfação da população, todos em conjunto começaram a fazer orientações no início da consulta para melhorar a informação sobre acolhimento, no qual os usuários seriam classificados por ordem de prioridade e não por ordem de chegada ao serviço.
Alguns usuários manifestaram insatisfação, isto gerou queixas a Secretaria Municipal de Saúde, porém como a continuidade da micro intervenção, a equipe conseguiu que a população compreendesse a aplicação do acesso avançado a UBS e que isso implicaria em um serviço de mais qualidade.
O acolhimento implantado permitiu a diminuição das filas na madrugada em busca de fichas de atendimento, uma vez que os atendimentos a demanda livre ocorrem agora todos os dias. Diferente de antigamente, em que a maioria dos horários se dava por demanda programada.
Portanto, concluímos que nossa equipe conseguiu uma melhoria na qualidade dos atendimentos à demanda espontânea, avaliada através da aplicação do instrumento do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade (PMAQ), quanto ao percentual de atendimentos de consultas por demanda espontânea e de consulta agendada.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento a demanda espontânea. Cadernos de Atenção Básica n. 28. V. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
______. Queixas mais comuns na Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica n. 28. V. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Ponto(s)