22 de junho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR AS COMPLICAÇÕES DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS

 

UNIDADE DE SAÚDE DE SAÚDE BOQUEIRÃO, TOUROS, RIO GRANDE DO NORTE

ESPECIALIZANDA: LILIANA ROMÁN RAMÍREZ

ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS

A Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica (AMAQ) é uma ferramenta construída para melhorar a qualidade da avaliação de serviços de saúde. Trata-se de instrumento construído com base nos princípios e diretrizes da Atenção Básica (AB) no Brasil (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2018a).

Para a realização da avaliação do processo de autoavaliação, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) preconiza o uso de padrões de qualidade quanto a estrutura, processos e resultados das ações da AB. E o processo de monitoramento e acompanhamento pelos gestores, profissionais e equipe necessita ser permanente (BRASIL, 2017; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2018b).

A Unidade Básica de Saúde (UBS) Boqueirão, localizada no município Touros, Rio Grande do Norte (RN) conta com salas de recepção, reunião, vacina e curativo, consultórios médico, odontológico e de enfermagem, farmácia, banheiros e cozinha. A equipe é composta por uma médica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, um dentista, uma auxiliar de saúde bucal, cinco agentes comunitários de saúde, um auxiliar de serviços gerais. A UBS atende a uma população rural de 1.809 pessoas, a maioria com um nível cultural muito baixo, agricultores, desempregados, situação socioeconômica desfavorável, com condições habitacionais e serviços básicos precários, alimentação não saudável que se reflete em um número importante de usuários com dislipidemias.

Em reunião foi realizada a autoavaliação com os padrões do AMAQ durante um encontro com todos os membros de equipe para qualificar o processo de trabalho e a atenção oferecida aos usuários. Foram avaliados os padrões de qualidade em correspondência com as competências dos atores em questão, gestão e coordenação de Atenção Básica.

Durante tal reunião, encontraram-se os seguintes problemas que afetam a população: alta incidência de pacientes com doenças crônicas não transmissíveis com predomínio de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) descontrolada, Diabetes Mellitus (DM) e obesidade; utilização de psicotrópicos e outras drogas; doenças parasitárias por inadequada higiene e consumo de água não tratada; doenças dermatológicas e respiratórias.

Após a identificação dos problemas, fizemos a seleção e priorização dos que serão enfrentados. Para isso consideramos os seguintes critérios: importância do problema, urgência e a própria capacidade de enfrentá-los ou resolve-los, estabelecendo a ordem de prioridade de acordo os critérios estabelecidos. Foi assim que definirmos como principal problema o elevado índice de pacientes com enfermidades crônicas não transmissíveis, com predomínio de diabéticos não controlados. De cujo problema foi derivada a identificação de fatores de risco modificáveis e não modificáveis, tais como a idade, herança, estados nutricionais, portadores de outras doenças associados, hábitos alimentares, vida sedentária.

Diante da identificação dos fatores, observou-se que é possível trabalhar na maioria deles para evitar a incidência em pacientes que já são afetados e assim também evitar tais complicações frequentes como outras doenças associados a má alimentação.

Depois da reunião com os membros da equipe com objetivo desta microintervenção, foi possível desenvolver uma proposta de intervenção para diminuir aqueles fatores que elevam a incidência de pacientes com DM e evitar as complicações dessa doença não transmissíveis na comunidade, além de evitar ou diminuir o aparecimento dos novos casos.

Diante disso foi proposta uma matriz de intervenção com atividades educativas no posto de saúde e durante as visitas domiciliares sobre estilo de vida saudável, definição de Diabete Mellitus e complicações, como evitar, adquirir e controlar a doença, prática de atividade física aeróbica. Para desenvolvimento dessa ação nós utilizamos recursos como cartão ilustrativo, panfletos, objetos demonstrativos e folheto.

Além das atividades educativas, também definimos replanejar as consultas agendadas de cuidado continuado, avaliar de forma integral os pacientes com essa doença e em caso necessário mudar o tratamento sobre a base dos protocolos e especificidades do paciente em questão, além disso tem-se como ação avaliação dos riscos pé diabético e úlcera.

Para avaliar o impacto dessa microintervenção, monitorando os resultados, propõe-se prazo máximo de 6 meses. Para isso, serão utilizados os arquivos de produção e as fichas de atendimento individual. Os responsáveis serão a médica, a enfermeira e os agentes comunitários de saúde, devendo, a cada 30 dias, realizar-se reunião de avaliação da microintervenção.

A partir dessa microintervenção concluímos que a equipe pode conhecer os principais problemas que afetam a saúde da população e desenvolver um plano de ação para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doença crônicas não transmissíveis com de forma geral e particular daqueles com descontrole da DM. Contando com a responsabilidade da equipe, dos pacientes, secretaria de saúde e órgãos do município.

 

REFERÊNCIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN). Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica. 2018a. disponível em: <http://amaq.lais.huol.ufrn.br/>. Acesso em: 26 maio 2018.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN). Tutoriais da AMAQ. 2018b. Disponível em: <http://amaq.lais.huol.ufrn.br/amaq_homologacao/static/assets/docs./como_fazer_autoavaliacao.pdf>. Acesso em: 26 maio 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instrumento de avaliação externa da saúde mais perto de você̂ – acesso e qualidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Instrumento_Avaliacao_Externa_AB_SB.pdf>. Acesso em: 26 maio 2018.

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