RELATO DE EXPERIENCIA
TÍTULO: AUTOAVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DOS
INDICADORES NA EBS 142 DA UBS JOAQUIM SALDANHA.
AUTOR: ISMEL SAUL GARCIA TOLEDO
ORINETADOR: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA
Uma das principais diretrizes atuais do Ministério da Saúde do Brasil, e executar a gestão pública com base na indução, monitoramento e avaliação de processos e resultados mensuráveis, garantindo acesso e qualidade da atenção em saúde a toda a população. Nesse sentido, o Ministério da Saúde (MS) propõe várias iniciativas centradas na qualificação da Atenção Básica, e entre elas, destaca-se o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). (BRASIL, 2015).
No contexto do PMAQ, o Ministério inclui autoavaliação como ponto de partida da fase de desenvolvimento, é um dispositivo que pretende provocar na equipe a constituição de um grupo sujeito da mudança e da implantação de novas práticas de atenção, gestão, educação e participação (BRASIL, 2016).
Ainda dentro das medidas estabelecidas pelo PMAQ, para a avaliação contínua da Atenção Básica, está incluído o monitoramento dos indicadores de desempenho das Equipes Básicas de Saúde, como forma de monitorar o comportamento das medidas de saúde, A partir do 3º ciclo do PMAQ, o monitoramento de onze (11) novos indicadores de desempenho de saúde deve apoiar ainda mais as Equipes de Atenção Básica na gestão do cuidado em seus territórios (BRASIL, 2017). Nesse sentido, e como plataforma para a avaliação e o monitoramento das ações na Atenção Básica, o Ministério da Saúde lança o novo SISAB, que moderniza a plataforma tecnológica, utilizando o software eSUS AB, composto por o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PECAB) e a Coleta de Dados Simplificada (CDSAB) e seus instrumentos de coleta de dados, atendendo a diversos cenários de informatização e de conectividade (BRASIL, 2013).
Sabendo disso, apresento minha experiência durante a microintervenção feita na UBS Dr. Joaquim Saldanha, na cidade de Mossoró em Rio Grande do Norte, com o objetivo de melhorar a qualidade de nosso trabalho. O relato incluiu a experiência vivida durante o processo de autoavaliação da EBS, as conclusões da mesma e a elaboração de uma matriz de intervenção para responder às dificuldades encontradas e também comentamos como são monitorados os indicadores e a utilidade do sistema de registro de dados PEC.
Nosso relato de experiência inclui uma primeira parte que descreve o processo de condução da autoavaliação baseado no AMAQ, descrito no quadro 1, e a preparação da matriz de intervenção, (quadro 2).
QUADRO 1- RESULATDOS DA AUTOAVALIAÇÃO.
Subdimensão |
Nº Padrões |
Pontuação |
A- Implantação e implementação da atenção básica no município
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9 |
63 |
B- Organização e integração da Rede de Atenção à Saúde |
2 |
15 |
C- Gestão do trabalho
|
4 |
60 |
D- Participação, controle social e satisfação do usuário
|
4 |
24 |
E- Apoio institucional
|
2 |
10 |
F- Educação permanente
|
6 |
48 |
G- Monitoramento e avaliação
|
4 |
24 |
H- Infraestrutura e equipamentos
|
8 |
40 |
I- Insumos, imunobiológicos e medicamentos
|
8 |
40 |
J- Educação permanente e qualificação das equipes de Atenção Básica
|
3 |
22 |
K- Organização do processo de trabalho
|
14 |
84 |
L- Atenção integral à saúde
|
35 |
175 |
M- Participação, controle social e satisfação do usuário
|
4 |
24 |
N- Programa Saúde na Escola |
6 |
42 |
Fonte: do autor.
QUADRO 2 – MATRIZ DE INTERVENÇÃO.
IDENTIFICAÇÃO DO PADRÃO: K 4.9 | |||||
DESCRIÇÀO DO PADRÃO: A Equipe faz registro e monitoramento das solicitações deos exames, encaminhamentos às especialidades, também como os retornos | |||||
Descrição da situação encontrada |
Resultados esperados |
Estratégia para alcançar os objetivos
|
Responsável |
Prazo de execução |
Mecanismo e Indicador para avaliar o alcance dos resultados |
A ESF não tem registro de acompanhamento das solicitações de exames e encaminhamento às especialidades nem dos retornos. |
Garantir que a equipe mantenha registro das referências, contra referências, e solicitações de exames de todos os usuários em especial dos casos mais graves e complexos. |
1. Discutir a proposta com o, gerente de unidade.
2. Criar registro de referências, contra referências e solicitações de exames de todos usuários em especial de os casos mas graves e complexos.
3. Acompanhamento personalizado dos casos encaminhados as especialidades e com exames pendentes.
3. Reunião de análise do comportamento dos casos encaminhados e com solicitações de exames.
|
Samara, enfermeira da equipe
– Ismel Saul, médico da equipe
Todos os ACS da equipe
Saul e Samara médico e enfermeira da equipe |
Primeira semana do mês de Maio
Primeira semana do mês de Maio
Permanente
2ªe 4ª semana de cada mês. |
.
Análise todos os meses na reunião de equipe. |
Fonte: do autor.
Na segunda etapa de nossa microintervenção, a equipe básica de saúde realiza uma análise do sistema de registros de dados, PEC e a importância de monitorar os indicadores também no contexto do PMAQ, nossa equipe acompanha a cada mês o comportamento dos principais indicadores, no relatório de produção do PEC da equipe, obtemos o resumo de cada mês dos principais indicadores do nosso trabalho. Um exemplo de como um desses indicadores é monitorado em nossa equipe, ( quadro 3).
QUADRO 3 – MÉDIA DE ATENDIMENTOS MEDICOS E ENFERMEIROS POR MÊS
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JANEIRO |
FEBREIRO |
MARCO |
ABRIL |
MAIO |
JUNHO |
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NA | Media | NA | Media | NA | Media | NA | Media | NA | Media | NA | Media | |
Atendimentos medico e enfermeiro |
176 |
5,0 |
159 |
4,5 |
114 |
3,2 |
294 |
8,4 |
Fonte: do autor.
Uma vez concluídas todas as etapas de nossa microintervenção, fizemos uma análise retrospectiva de todo o processo, com o objetivo de destacar os elementos mais significativos da experiência.
Considero que o exercício de auto avaliação da equipe não só nos ajudou a identificar as dificuldades e formar um plano de ação para resolve-las, também acho que nos mostrou a importância do trabalho em equipe na busca coletiva por melhores resultados do nosso desempenho na Atenção Básica, acredito também que foi um primeiro passo para iniciar o processo de mudanças necessárias em nossa ótica do trabalho, o seja, de como deve ser o funcionamento de uma EBS, quais são seus objetivos e os métodos para alcançá-los. Acredito que a implementação na atenção básica do novo sistema de registro de dados, SISAB, tem sido muito útil para nós, pois facilita a avaliação e o monitoramento das ações e indicadores de desempenho das nossas equipes básicas.
Como aspecto negativo, podemos apontar que, infelizmente, vários dos problemas identificados, especialmente aqueles relacionados à estrutura e recursos materiais, dependem da gestão municipal e que estão causando um efeito negativamente na qualidade dos serviços que oferecemos. Também como um elemento negativo, destacamos que infelizmente, não encontramos outros relatos de experiências relacionadas ao tema, o que teria sido uma boa referência e também enriquecido nosso trabalho. Gostaria que outras pessoas interessadas neste tópico no futuro pudessem usar nossa experiência em seu desempenho na Atenção Básica e também como referencia em trabalhos investigativos.
RENGÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): manual instrutivo 3º Ciclo (2015 – 2016). Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Acesso em: 2. maio, 2018. Disponível em:<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/ Manual instrutivo 3 Ciclo PMAQ.pdf >.
—— Ministério da Saúde. Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica, (AMAQ). 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Acesso em: 2. maio, 2018. Disponível em:<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/AMAQ_AB_SB_3ciclo.pdf>.
—— Ministério da Saúde Tutorial para preenchimento da autoavaliação. Acesso em: 3. maio, 2018.Disponível em: <http://amaq.lais.huol.ufrn.br/amaq_homologacao/static/assets/docs/como_fazer_autoavaliacao.pdf>.
—— Ministério da Saúde. Portal do Departamento de Atenção Básica. Noticias. Indicadores de desempenho do PMAQ: Quais são, e por que monitorá-los?. 2017. Acesso em: 3. maio 2018. Disponível em:<http://dab.saude.gov.br/portaldab/noticias. php?Conteúdo=_&cod=2447>.
——Ministério da Saúde. Portaria nº 1.412, de 10 de julho de 2013. Institui o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). 2013h. Acesso em: 3. maio 2018. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1412_10_07_2013.html>.
——MINISTÉRIO DA SAÚDE . E-SUS Atenção Básica: Sistema com Coleta de Dados Simplificada – CDS: Manual para preenchimento das fichas. Brasília: Ministério da Saúde, 2013b. Acesso em: 3. Maio, 2018. Disponível em:<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/manual_cds.pdf>.
Ponto(s)