19 de junho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Sou Thais Seixas Coutinho, médica na UBS Rubim em Macapá. Para realizar esta primeira microintervenção a equipe que faço parte buscou avaliar, através da AMAQ, a dificuldade de maior relevância e minimiza-la a partir de informações obtidas com os próprios pacientes. Devido à falta de um meio de comunicação eficaz entre usuário e Equipe Saúde da Família, resolvemos abordar esse tema com o objetivo de manter comunicação com os usuários de forma permanente e conhecer as dificuldades que estes enfrentam em relação à assistência.

A reunião para avaliação da AMAQ ocorreu dia 25.04.18. Há um ano esta avaliação já havia sido realizada, no entanto a equipe estava sem médico e por esse motivo refizemos ajustando dados com base no quadro atual de profissionais (Foto 1).

FOTO 1: Reunião Equipe 039 para preenchimento da AMAQ

FOTO 1: Reunião Equipe 039 para preenchimento da AMAQ

Um dos subitens que recebeu nota menor que 5 foi o 4.55 do tópico M, SUBDIMENSÃO: PARTICIPAÇÃO, CONTROLE SOCIAL E SATISFAÇÃO DO USUÁRIO, que discorre: a equipe de Atenção Básica disponibiliza canais de comunicação com os usuários de forma permanente: A equipe institui mecanismos e processos de acolhimento de queixas, reclamações, necessidades, sugestões e outras manifestações dos usuários, por meio escrito ou outro mecanismo existente, respeitando a sua privacidade, o sigilo e a confidencialidade. A equipe procura debater criticamente as demandas recebidas e levá-las em consideração na reorganização do processo de trabalho e qualificação da AB.

Visto isso, resolvemos elaborar um questionário com doze perguntas de fácil interpretação a cerca do conhecimento dos usuários sobre a Unidade Básica de Saúde (UBS) e a Equipe Saúde da Família (ESF), da satisfação deles em relação ao serviço prestado pela ESF e qual a sugestão cada um daria para melhorar o serviço. Importante destacar que os questionários foram distribuídos pelas técnicas de enfermagem durante a espera pelo atendimento e pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), a identidade dos pacientes foi preservada e a cada um foi dada privacidade para resposta, com objetivo de obtermos respostas mais fidedignas.

As perguntas foram: 1- Você mora no bairro Santa Inês?; 2- Você conhece a Estratégia Saúde da Família (ESF), antigo PSF (Programa Saúde da Família)?; 3- Você conhece seu Agente Comunitário de Saúde (ACS)?; 4- Você conhece a equipe de saúde do seu bairro?; 5- Você está satisfeito com o serviço prestado pela equipe?;6- Você conhece quais são os serviços prestados na Unidade em que a equipe se encontra?. 7- Onde você recebeu o atendimento da equipe de saúde?; 8- Se você foi atendido, por qual profissional?; 9- Como você avalia o atendimento que recebeu?; 10- Em uma escala de 0-10, quanto a equipe atendeu suas expectativas?; 11- Quantos serviços solicitados pelo (a) médico(a)/ enfermeiro (a) você conseguiu realizar na unidade em que a equipe se encontra?;12- Qual sua sugestão para melhorar o atendimento da estratégia saúde da família?

Obtivemos o total de 50 questionários preenchidos, nossa meta inicial era de 120, porém muitos pacientes ainda não responderam, o que dificultou a análise com maior abrangência populacional.

Todos os participantes moram no bairro Santa Inês (Bairro de cobertura da ESF), 43 (86%) conhecem a estratégia saúde da família, antigo Programa Saúde da Família (PSF). Oagente comunitário de saúde é conhecido por 46 (92%) participantes da pesquisa e 44 (88%) conhecem a equipe de saúde. Sobre satisfação com o serviço prestado pela equipe, 46 (92%) encontram-se satisfeitos, e quatro (8%) não responderam. Pouco mais da metade (27 pacientes- 54%) diz conhecer os serviços prestados na Unidade de saúde. No que diz respeito ao local de atendimento, a maioria dos participantes da enquete foram atendidos na escola (26 pacientes– 52%), isso ocorreu porque estamos atendendo em uma sala de escola pública do bairro, pois na UBS não há sala suficiente para todas as equipes.

Onze (22%) usuários foram atendidos somente por Agentes Comunitários de saúde até o dia da realização da pesquisa e em segundo lugar ficou o atendimento médico e por técnico de enfermagem com um total de nove (18%) avaliações. O atendimento recebido foi classificado como ´´Muito bom´´ por 31 (62%) participantes. A nota dada à equipe foi 10 em 23 respostas (46%) e a menor nota foi 01 com um (2%) voto. A maioria, 30 pacientes (60%), respondeu que os serviços solicitados foram atendidos parcialmente na unidade básica. Houve oito sugestões para melhora do serviço, sendo que oito delas solicitou estrutura/ lugar melhor para o atendimento.

Através deste questionário podemos atender em parte ao indicador intitulado Abrangência da oferta de serviços: Percentual de serviços ofertados pela equipe de atenção básica, mediante as perguntas de número 6 e 11 sobre o conhecimento da população em relação aos serviços prestados na unidade e quantos serviços solicitados pelo (a) médico(a)/ enfermeiro (a) o paciente conseguiu realizar na unidade, respectivamente. O indicador foi atendido em parte porque o percentual dos serviços ofertados foram analisados indiretamente, por meio de respostas dos participantes, e amostragem da pesquisa foi baixa, o que não garante que as respostas condizem com a realidade.

Tendo como base os questionários a equipe foi novamente reunida (Foto 2) com o objetivo de analisar as respostas. Percebemos que apesar da maioria da população conhecer os serviços ofertados pela unidade básica, ainda há boa parte que desconhece, por esse motivo resolvemos elaborar folder que mostre os serviços existentes na unidade. Observamos também que precisamos aumentar a abrangência do atendimento de enfermagem, odontológico e médico, para que maior número de pacientes conheça a equipe e melhore a abordagem multiprofissional, para isso solicitamos que as ACS verificassem em sua microárea quem não havia sido atendido por pelo menos um dos três profissionais e fizessem uma lista para que pouco a pouco a demanda fosse atendida. No que diz respeito à sugestão dada sobre um melhor lugar para o atendimento, conversamos com a Secretaria da UBS e nos foi informado que até final de junho provavelmente retornaremos à sala dentro da Unidade Básica Rubim.

FOTO 2: Segunda reunião da Equipe 039 para análise dos questionários.

FOTO 2: Segunda reunião da Equipe 039 para análise dos questionários.

A microintervenção foi de grande valia para que pudéssemos perceber onde há falhas no atendimento e na continuidade do cuidado, o nosso objetivo é continuar com os questionários para que este seja uma forma de comunicação contínua entre a população assistida e a ESF a fim de garantir integralidade, equidade e resolubilidade.

MATRIZ DE INTERVENÇÃO

Descrição do padrão: PARTICIPAÇÃO, CONTROLE SOCIAL E SATISFAÇÃO DO USUÁRIO
Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: Falta de um meio de comunicação eficaz entre usuário e ESF
Objetivo/meta: Manter comunicação com os usuários de forma permanente e conhecer as dificuldades que os mesmos têm em relação à assistência.
Estratégias para alcançar os objetivos/metas Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades Resultados esperados Responsáveis Prazos Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados
Realizar questionário e reunião com a equipe para discutir os resultados obtidos -Através de questionário com perguntas claras e simples a cerca da assistência de saúde disponibilizada pela UBS.

-Os questionários serão distribuídos na comunidade pelas ACS´s e realizados durante a espera pela consulta.

-Questionário impresso:

-Papel A4 e canetas.

-Conhecer onde há deficiência na assistência e o que a comunidade mais almeja em melhora. Médica/ Enfermeira/ ACS´s 10 dias para coleta das informações e 4 dias para análise dos dados. Análise quantitativa dos dados.
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