26 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA ATENÇÃO BÁSICA.

ESPECIALIZANDO: FERNANDA CARVALHO FRANCO

ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO

    O acompanhamento dos pacientes com doenças crônicas não transmissíveis é um grande desafio para as equipes da Estratégia de Saúde da Família. Isso porque nos esbarramos em vários entraves que vão desde a baixíssima adesão dos pacientes aos tratamentos instituídos até a escassez de recursos que muitas vezes dificultam ainda mais todo esse processo. 

    Segundo um estudo realizado em 2016 cerca de um terço dos pacientes com doenças crônicas acompanhados apresentaram baixa adesão aos tratamentos instituídos (TAVARES et al, 2016).  Em parte, tal problemática se justifica pelo fato se tratar de patologias que depende do cuidado e vigilância constante dos pacientes, e que estes muitas vezes são extremamente resistentes e que passam em geral pela negação de sua doença.

    Uma maneira de tentar contornar este problema, é investir cada vez mais na medicina centrada no paciente. Sempre partindo- se do princípio de que é fundamental entender qual a visão que cada paciente tem a respeito de sua patologia e quais são para eles as maiores dificuldades, e assim tentarmos traçar em conjunto estratégias para chegarmos a um bom controle de suas doenças crônicas.

   Outros pontos relevantes, no que se refere aos desafios do controle das doenças crônicas não transmissíveis, são: a dificuldade encontrada por muitos pacientes em conseguir marcar suas consultas de rotina, seja pela pequena quantidade de vagas disponíveis ou pela falta de médicos em muitas equipes; dificuldades para a marcação de exames ou para encaminhamento a serviços especializados, quando necessário; e também o desabastecimento de determinados insumos nas unidades de saúde, situação está bastante frequente.

Em relação aos itens avaliados pelo Programa de Melhoria e Acesso a Atenção Básica (PMAQ) temos o seguinte resultado:

 

 

    Diante da percepção da fragilidade do acompanhamento dos pacientes com doenças crônicas não transmissíveis, baseado no questionário do PMAQ, constatamos a importância de se organizar um modelo assistencial com maior qualidade para nossos usuários. Fizemos isso buscando fortalecer o que possuíamos de mais positivo, que no caso são as consultas direcionadas para os pacientes com estas patologias, reservando um período de um dia da semana apenas voltado para tal população. 

    Além desta medida, reforçamos a importância da marcação do retorno destes pacientes ainda no momento de sua primeira consulta ou no momento de suas consultas de rotina, através do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC). Assim, tais pacientes não necessitam entrar nas filas semanais para marcação de suas consultas. 

    Por fim, facilitamos o acesso para aqueles pacientes com suspeita de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo 2, através de encaixes na agenda para avaliação mais imediata destes pacientes e marcação subsequente de seu retorno através do PEC para confirmação diagnostica e seguimento.

    Com estas medidas visamos facilitar o acesso destes pacientes ao serviço, com o objetivo de aumentar a adesão dos mesmos aos tratamentos instituídos e, consequentemente, obter maior controle das principais doenças crônicas não transmissíveis. 

REFERÊNCIA:

Tavares NUL, Bertoldi AD, Mengue SS, Arrais PSD, Luiza VL, Oliveira MA, et al. Fatores associados à baixa adesão ao tratamento farmacológico de doenças crônicas no Brasil. Rev Saude Publica. 2016;50(supl 2):10s.

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