22 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPÍTULO III: Planejamento reprodutivo, Pré-Natal e Puerpério

 

 O aleitamento materno é sempre um tema atual quando se fala em saúde materno/infantil. Apesar de bastante explorado pela mídia, setor público e organizações não governamentais ainda persiste muitos mitos e dúvidas sobre o aleitamento materno, principalmente na população de baixa renda e com baixa escolaridade, que compõe a maior parte das puérperas atendidas na UBS do Centro de Ipanguaçu.

Sabemos que o Ministério da Saúde recomenda o aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses de vida e após esse período o aleitamento materno complementar até os dois anos de vida, com a introdução de outros alimentos saudáveis e de hábitos da família.

Na nossa UBS, promovemos ações educativas sobre planejamento familiar, ofertamos métodos contraceptivos básicos e orientamos o uso correto, discutimos conteúdos sobre diversidade sexual, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de notificar e referenciar os casos diagnosticados de HIV.  O Tratamento das ISTs é fornecido a população quando diagnosticados.

Com relação ao pré-natal, realizamos busca ativa na área, inclusive de adolescentes, onde atualizamos periodicamente o número de gestantes tanto aquelas acompanhadas no setor público como no privado. Ainda no atendimento individual das futuras mamães, solicitamos os exames complementares, fazendo as devidas anotações nas cadernetas ao tempo que orientamos quanto aos cuidados nutricionais, hábitos de vida saudáveis, a importância do cuidado contínuo inclusive no puerpério.

Contudo, deparamos constantemente com mulheres hígidas e boa produção de leite ofertando leite de vaca, água e/ou sucos à criança menor de 6 meses porque seu leite é “fraco” ou insuficiente. A equipe decidiu de forma unânime realizar uma palestra educativa com a participação do médico, enfermeiro, dentista, educador físico e agentes comunitários de saúde afim de reforçar a importância do aleitamento materno.   

Assim no dia 22 de agosto de 2018, quarta-feira, a Equipe do programa Unidade Básica de Súde (UBS) do Centro promoveu um encontro com as gestantes abordando a temática sobre o aleitamento materno. A ação aconteceu no Centro de Cultura José Coriolano e contou com a participação do médico, enfermeiro, Dentista, educador físico e agentes de saúde. 

Na reunião, as futuras mamães receberam dicas de relaxamento e alongamento, além de instruções de saúde bucal, que frisou que o cuidado dos dentes nesta fase deve também ser encarado como prioridade em suas atividades de higiene pessoal, evitando a cárie e a doença periodontal. O médico e o enfermeiro prosseguiram o encontro orientando as pacientes sobre a importância do aleitamento materno para a criança e a mulher, o preparo dos seios nesta etapa além incentivar a gestante ter interesse em buscar informações com outras mulheres que tiveram sucesso na amamentação.

Neste sentido, UBS do centro, mais uma vez, firmou seu compromisso no atendimento a população de forma humanizada e responsável. A equipe desejava repassar informações de importantes e de qualidade para as gestantes e esse objetivo foi alcançado ao final do encontro. Aprendemos que nossas pacientes nem sempre assimilam aquilo que falamos, mesmo que digam que entenderam e que a crença popular repassada por pessoas próximas, mesmo que equivocadas, são fortes o suficiente para introduzir ações.

Para realização da intervenção, tivemos vários obstáculos como a dificuldade de reservar um espaço apropriado, como atrair as gestantes adscritas para o evento e como passar uma mensagem que realmente faça diferença na vida delas. A maioria das gestantes convidadas se fizeram presentes e isso trouxe uma enorme satisfação a equipe, além dos elogios ao final do evento. Como ponto negativo posso citar a falta de espaço adequado na UBS e de insumos para realizar tais eventos coletivos.

Assim, finalizo que equipe da UBS do centro desperta maior interesse pelas atividades coletivas a cada nova intervenção realizada. Isso é importante pois a rotina de trabalho e as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios do interior desestimulam os funcionários a realização de tais ações. Mesmo com as dificuldades, a equipe se esforçou para realizar a intervenção da melhor maneira possível, por entender que a amamentação é mais que um complemento alimentar para as crianças, ela envolve e compromete a relação profunda entre mãe e filho e seu progresso emocional. 

 

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