9 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

Microintervenção Acolhimento

 

Especializando: Viviana Karina Sanchez Albarracin

Turor: Tulio Vieira de Melo

Colaboradores: Ariane Rose Macedo, Leandro Rodrigues, Lilisandra

 

 

            O Acolhimento é um processo que determina uma boa prática de saúde desenvolvida na atenção básica, consiste em um processo essencial das práticas de saúde que implica responsabilização do trabalhador/equipe pelo usuário, desde a chegada até sua saída. Ouvindo sua queixa, considerando suas preocupações e angústias, fazendo uso de uma escuta qualificada que possibilite analisar a demanda na perspectiva de garantir uma atenção integral e resolutiva, por meio do acionamento/articulação das redes internas dos serviços (visando a horizontalidade do cuidado) a redes externas, com outros serviços de saúde, para a continuidade da assistência quando necessário. 1,2

            As diretrizes da política nacional da humanização (PNH) traduzem um conjunto de orientações importantes para colocar os princípios em prática e se revestem de um eixo discursivo que abrange múltiplas intenções, dentre as quais se destacam o acolhimento, a ampliação da clínica, a gestão participativa, a valorização do trabalho e a defesa dos direitos dos usuários. 2

            As características do acolhimento são proporcionar maior resolutividade, verificar a real necessidade do paciente, identificar riscos, humanizar a assistência, abordagem integral, redução e dinamização do tempo de espera. 1,3

            É fundamental entender que o Acolhimento e o primeiro contato centrado na assistência a pessoa, que procura uma forma de satisfazer suas necessidades, e por isso que é dever de todo o pessoal da unidade acolher a todos os que buscam os serviços sem que nenhuma pessoa volte da unidade sem ter sua necessidade ouvida, atendida ou encaminhada. E sempre lembrar que o acolhimento não é um ato restrito a recepção da unidade, deve ocorrer em todo e qualquer contato com o usuário e estar interiorizado por os profissionais em saúde. 2

            É assim que um adequado sistema de acolhimento permitirá evitar a formação de filas desnecessárias, receber atendimento às suas necessidades de saúde de forma humanizada, maior disponibilidade de agendamento nos programas de saúde da família.

            Na experiência na minha unidade de saúde começo com a minha chegada no mês de janeiro deste ano, foi aí que conheci o método anterior que consistia na repartição de fichas duas vezes no mês, que limitava muito o atendimento dos pacientes de maneira efetiva. Além de representar um transtorno para a população já que tinham que realizar largas filas, e chegar muito cedo na unidade para poder pegar a ficha para receber o atendimento. E acontecia que tinham pessoas que não conseguiam pegar uma ficha de atendimento.

            Foi ai que numa reunião com as enfermeiras e o diretor se falou de instalar o acolhimento na unidade, foi aí que se determinou no final de janeiro fazer uma palestra para todo o pessoal da unidade sobre o acolhimento que esteve a meu cargo. Nesta palestra falei dos conceitos de acolhimento, as vantagens para a população e também para o adequado funcionamento da unidade, além de falar do acolhimento junto com a classificação de risco tomando alguns exemplos pontuais dos casos que maioritariamente se apresentam na unidade. Para que ajudem na avaliação do tempo de espera que pode ter cada paciente, claramente com algumas adaptações já que na unidade de saúde dificilmente teremos um código vermelho, mais se fosse o caso esse paciente não pode esperar e deve ser atendido imediatamente.

            Após a palestra, a ideia do acolhimento ficou mais clara para todos e foi aí que se começou a organização da escuta qualificada, que se decidiu que seria realizada pelas técnicas em enfermagem com a supervisão da enfermeira, minha e da dentista, também se incluiu os agentes de saúde nesta escuta qualificada e o pessoal de arquivo.

            Foi aí que se decidiu o atendimento agendado de 6 pacientes e 6 acolhimentos por turno, na escuta qualificada foi possível resolver muitos dos maiores problemas da unidade, como atendimentos no dia de casos urgentes, agendamento para máximo 4 dias às outras consultas e a marcação de retornos com um sistema muito simples que consiste em indicar o tempo em que deve retornar o paciente e marcar o retorno o mesmo dia que foi consultado, assim ele já sai da unidade com data de retorno.

            No caso do setor de odontologia, são elas mesmas que realizam a escuta qualificada todos os dias para os pacientes de acolhimento na sua área, com ajuda da agente bucal. Em quanto ao setor de regulação se determinou que as marcações de estudos se realizaram no mesmo dia da consulta e que também seriam marcadas uma quantidade de pacientes que trariam outros requerimentos por dia, também manejado pela a administradora da regulação.

            Além disso a escuta qualificada nos ajudou também em maior resolutividade de problemas, já que muitas das consultas podem ser tranquilamente resolvidas em consulta com a enfermeira e inclusive melhoramos a organização dos curativos e vacinas com este novo sistema.

            A implementação do sistema foi difícil no início, já que surgiam muitas dúvidas sobre o tempo que o paciente podia esperar, adaptação a classificação de risco, ou se eram problemas que podiam ser resolvidos pela enfermeira, mais com o decorrer dos dias tudo isso foi melhorando e também a escuta qualificada foi mais resolutiva.

            A população no início não ficou muito feliz com o novo sistema já que eles  estavam acostumados ao sistema de fichas, mas em poucos dias notaram que a mudança foi em benefício deles, que o novo sistema foi muito mais fácil, que não precisava chegar tão cedo no posto porque todos os dias tinham marcação de consultas e que o tempo entre a solicitação e a consulta foram diminuídos  por esse sistema.

            A principal dificuldade encontrada foi a ausência de outro médico na unidade já que ao permanecer uma das áreas sem médico teve que liberar algumas das vagas de consulta no dia para realizar consultas de urgência para a área que se encontrava sem médico. Por esse motivo houve uma sobrecarga de trabalho, mas com certeza será solucionada com a chegada de outro médico.

            Atualmente o sistema de acolhimento se aplica a todos os funcionários do posto desde o agente de segurança que conhece todos os horários e os serviços que o posto de saúde tem, sendo ele a maioria das vezes o primeiro encontro com o usuário,  é quem emcaminha os usuarios as diferentes áreas.

            Os agentes de saúde são os que tem maior contato com toda a população de nossa área, e por isso que são eles quem traz as inquietudes e necessidades de nossa população, em quanto a visita domiciliar modificamos nossa agenda para ter visitas periódicas para os pacientes acamados e domiciliados de 4 em 4 meses, e por outro lado coordenamos as visitas que sejam de urgência o pacientes que apresentaram alguma internação o descompensada o algum quadro agudo que requeira nossa intervenção.

            Ainda queda muito trabalho por realizar no posto de Saúde, mais temos certeza que este novo sistema de acolhimento e de visita domiciliar, vá em benefício da nossa população e torna-se uma ferramenta muito útil para melhorar nosso trabalho.

 Referêncas

  1. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO – COREN/SP. Anotações de Enfermagem. 2010. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2017.
  2. Ministério da Saúde. Perguntas frequentes da estratégia e-SUS AB. BRASILIA, DF, 2015. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2017
  3. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea. 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 56 p. (Cadernos de Atenção Básica; n. 28, v 1)
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