CAPÍTULO VI: DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
TÍTULO:DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
ESPECIALIZANDO: HENRY RODRÍGUEZ PEDROSO
ORIENTADOR: TÚLIO FELIPE VIERA DE MELO
As doenças crônicas na unidade de saúde de Saudade, a qual estou vinculado, são parte do trabalho da equipe da zona rural, a equipe multiprofissional, sendo composta pelo médico clínico geral, enfermeira, dentista, auxiliar de enfermagem e auxiliar de saúde bucal e com o apoio do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF-AB) realizamos a ação educativa e o acompanhamento ambulatorial dos pacientes. Os pacientes que possuem alguma doença crônica são a prioridade nos atendimentos, para cobrir a demanda crescente a equipe tem estratégias de trabalho como as reuniões que são realizadas mensalmente, a organização dos prontuários destas pessoas, a realização de exames e os encaminhamentos dos doentes nos casos necessários.
Na zona rural, o número de pessoas com algum tipo doença crônica vem crescendo da mesma forma que ocorre na zona urbana. A secretaria de saúde do município de Serra Negra do Norte, Rio Grande do Norte, garante os atendimentos que são realizados pela equipe de saúde da zona rural e proporciona os medicamentos para tratar estas doenças.
Para melhorar a organização do trabalho, a equipe realiza reuniões mensais com a participação de membros da comunidade. Durante estas reuniões realizamos os planejamentos dos atendimentos que serão feitos no próximo mês e analisamos todas as questões que deram certo ou não no mês anterior. Durante a última reunião foi discutido sobre as pessoas que possuem as doenças crônicas e foi realizado o planejamento dos pacientes que precisam de uma melhor avaliação e mudanças no tratamento, quando este não tem resultados, também se priorizam aquelas doenças como a Hipertensão Arterial Crónica (HAS)e a Diabetes Mellitus (DM).
Todo usuário de 18 anos de idade ou mais quando vier à Unidade Básica de Saúde (UBS) (Saudade) para consulta, atividades educativas, procedimentos, entre outros e não tiver registro no prontuário de ao menos uma verificação da PA nos últimos dois anos, deverá tê-la verificada e registrada. A primeira verificação é realizada em ambos os braços, caso haja diferença entre os valores, é considerada a medida de maior valor. O braço com o maior valor aferido deve ser utilizado como referência nas próximas medidas, de acordo com a média dos dois valores pressóricos obtidos, a (PA) deverá ser novamente verificada: a cada dois anos, se PA menor que 120/80 mmHg; a cada ano, se PA entre 120 – 139/80 – 89 mmHg nas pessoas sem outros fatores de risco para doença cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010).
O diagnóstico da (HAS) consiste na média aritmética da (PA) maior ou igual a 140/90mmHg, verificada em pelo menos três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana entre as medidas, ou seja, soma-se a média das medidas do primeiro dia mais as duas medidas subsequentes e divide-se por três, uma vez que se trata de uma condição crônica que acompanhará o indivíduo por toda a vida (CHOBANIAN, 2003).
Pessoas da área rural na qual eu estou vinculado com (PA) entre 130/85 a 139/89mmHg deverão fazer avaliação para identificar a presença de outros fatores de risco (FR) para (DCV). Na presença desses fatores, a pessoa é avaliada pela enfermeira, em consulta individual ou coletiva, com o objetivo de estratificar o risco cardiovascular. A PA deverá ser novamente verificada em mais duas ocasiões em um intervalo de 7 a 14 dias. Na ausência de outros FR para DCV, o indivíduo deverá ser agendado para atendimento com a enfermeira, em consulta coletiva, para mudança do estilo de vida (MEV), sendo que a PA deverá ser novamente verificada (SBC, 2010).
Uma pessoa com PA limítrofe possui um risco aumentado de HAS e são estimuladas pela equipe de Saúde a adotarem hábitos saudáveis de vida, se a média das três medidas forem iguais ou maiores a 140/90mmHg, está confirmado o diagnóstico de HAS e a pessoa deverá ser agendada para consulta médica para iniciar o tratamento. A consulta de enfermagem para pessoas com pressão arterial limítrofe tem o objetivo de trabalhar o processo de educação a Saúde para a prevenção primária da doença, por meio do apanhamento, estímulo a adoção de hábitos saudáveis de vida e também de avaliar e estratificar o risco para doenças cardiovasculares (CHOBANIAN, 2003).
A prevenção primária da HAS e a DM é feita mediante controle de seus fatores de risco, como sobrecarga na ingestão de sal, excesso de adiposidade, especialmente na cintura abdominal, abuso de álcool, a falta de atividade física ao menos dois ou três vezes por semana, o sedentarismo, entre outros. Duas estratégias de prevenção são consideradas: a populacional e a dirigida a grupos de risco. A primeira defende a redução da exposição populacional a fatores de risco, principalmente ao consumo de sal. Os profissionais planejam e atuam nessa estratégia por meio de ações educativas coletivas com a população em geral da zona rural.
A equipe tem o registro de usuários com DM/HAS com maior risco e gravidade, neste registro aparecem arquivados todos os dados dos pacientes afetados da zona rural. A cada consulta estes dados são atualizados. Esse rastreamento é muito importante para atividades e mudanças futuras nos tratamentos medicamentosos e não medicamentosos que são realizados nos doentes, melhorando a qualidade das terapias indicadas.
A equipe utiliza fichas para o cadastro e acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus, as quais são arquivadas adequadamente na unidade básica de saúde, onde se preenche todos os dados do paciente, sendo estas fichas ordenadas por micro áreas e por ordem alfabética para melhorar o acesso a elas.
A equipe programa as consultas e exames das pessoas hipertensas em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado. O atendimento inicial e acompanhamento da pessoa com diagnóstico de HAS/DM requer um apoio diagnóstico mínimo. Sugere-se uma periodicidade anual destes exames, no entanto, o profissional da equipe esta atento ao acompanhamento individual de cada paciente, considerando sempre o risco cardiovascular, as metas de cuidado e as complicações existentes.
Ao avaliar os exames de rotina, o médico ou a enfermeira da equipe deve observar alguns aspectos, o eletrocardiograma é razoavelmente sensível para demonstrar repercussões miocárdicas da hipertensão, como sobrecarga de ventrículo esquerdo. A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção.
A presença de proteinúria leve a moderada no sedimento urinário é, geralmente, secundária à repercussão de hipertensão sobre os rins. Proteinúria mais acentuada, leucocitúria, hematúria (excluídas outras causas), especialmente se acompanhadas dos cilindros correspondentes, indicam hipertensão grave ou hipertensão secundária à nefropatia, o potássio sérico anormalmente baixo sugere o uso prévio de diuréticos. Excluída essa causa, o paciente deve realizar, via encaminhamento, investigação de hiperaldosteronismo primário, a dosagem do colesterol e da glicemia visa detectar outros fatores que potencializam o risco cardiovascular da hipertensão (SBC, 2010).
Outros exames complementares poderão ser solicitados conforme a apresentação clínica. A radiografia de tórax deve ser feita quando houver suspeita de repercussão mais intensa de hipertensão sobre o coração, como insuficiência cardíaca, podendo demonstrar aumento do volume cardíaco, sinais de hipertensão venocapilar e dilatação da aorta, ou quando houver outra indicação, como doença pulmonar obstrutiva crônica. O ecocardiograma é indicado quando existe indícios de insuficiência cardíaca, mas não é indispensável para estratificar o risco e tomar decisões terapêuticas no paciente hipertenso.
A equipe tem registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco e gravidade encaminhados para outro ponto de atenção que pode ser em outro posto de saúde com mais condição ou em o hospital, em nestes registros tem os nomes com todos os dados das pessoas que faz crises fortes tanto da Hipertensão assim como da Diabetes e que tem que ser encaminhados para o especialista ou trasladados com urgência para o hospital mais perto da UBS Saudade.
A equipe de saúde oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso, se faz reunião com os doentes com doenças crônicas em nestas reuniões se explica os benefícios de diminuir o peso corporal, mediante uma alimentação adequada, diminuendo a ingestão de gorduras, açúcar e sal, aumentando assim ingestão de verduras, fortalecendo a autonomia dos doentes, também se tem estratégias diferenciadas de busca ativa, registros em fichas espelhos, organização da agenda, dentre outras estratégias.
A equipe utiliza ferramentas para auxiliar na gestão do cuidado de casos complexos, elabora, acompanha, gera e avalia os casos considerados complexos, bem como acompanha e organiza o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção da RAS. A equipe utiliza ferramentas para análise e planejamento de intervenções dos casos complexos como o Projeto Terapêutico Singular. Em a unidade básica de saúde “Saudade” que tem ubiquação em uma zona rural a equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco e gravidade os quais são avaliados periodicamente , e em caso de crises ou descompensação da doença elos são encaminhados para outro ponto de atenção que pode ser em outro posto de saúde com melhores condições ou hospital.
Potencialidades em o desempenho das atividades
1) A equipe realiza reunião mensal onde se analisam e planejam as atividades a ser feitas em o próximo mês.
2) Se faz visitas domiciliares aos pacientes com doenças crônicas pôr a equipe de saúde da zona rural, onde se avalia as condiciones de vida que elos tem, e se examina pôr o médico da zona rural.
3) Se faz avaliação mediante examines de sangue das pessoas com doenças crônicas não transmissível assim como também se examinam a as pessoas com (DM) em busca de áreas com necroses ou ulceras em os pês.
Fraquezas em o trabalho em a Unidade Básica de Saúde.
1) As pessoas da zona rural em muitas vezes não assistem às consultas em a Unidade que são planejadas e informadas durante as visitas domiciliares.
2) Tem muitos doentes que não faz a dieta disciplinadamente e ficam com das taxas lipídicas altas, e com descompensação da DM/HAS.
3) Em a zona rural tem pessoas idosas que não sabem ler, e não tem familiares que ajude a elos a tomar os remédios.
Se faz planejamento com a equipe sobre as estratégias para sanar a maior parte das fragilidades que forem encontradas, aumentando a frequência de visitas às pessoas com doenças crônicas que mais precisam, melhorando o apoio que para os agentes de saúde às pessoas idosas que moram sozinhas para ajudá-los com a medicação e saber em cada domicilio sobre qual são os alimentos mais saudáveis para cada tipo de doença.
REFERÊNCIAS
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. V Diretrizes de
Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes de Monitorização Residencial de Pressão Arterial (MRPA). Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 97, n. 3, p. 1-24, set. 2011. Suplemento 3.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE; DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Rastreamento e Diagnóstico Da Hipertensão Arterial Sistêmica Na Atenção Básica. p. 31,
CHOBANIAN, A. V. et al. The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure. The JNC 7 report. JAMA, [S.l.], v. 289, n. 6, p. 2560-2572, dez. 2003.
Sociedade Brasileira de Cardiologia. 6a Diretrizes de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial e 4a Diretrizes de Monitorização Residencial da Pressão Arterial. v. 110, N. 5, Supl. 1, Maio 2018.
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