TITULO: Aperfeiçoamento da equipe 009 para implantar o acolhimento na UBS Parque Das Laranjeiras.
ESPECIALIZANDO:Yusnardi Reyes Reina
ORIENTADOR: Janio Rodrigues Rego
Saúde Pública é uma das formas organizadas pela sociedade de proteger e promover a saúde da população. Por meio dela, procuram-se manter e melhorar os níveis de saúde das pessoas utilizando-se, para isso, de ações coletivas, programas e serviços que enfatizem a prevenção de doenças e a promoção de saúde. É esperado, pois, que o acesso universal e igualitário aos serviços de saúde, tal como propõe a Constituição Brasileira (1988), seja facilitado, de modo que as ações de promoção, proteção e recuperação, bem como medidas políticas, sociais e econômicas possam ser efetivadas para se reduzir o risco à doença e outros agravos (LOPES, 2008).
Existem várias definições de acolhimento, tanto nos dicionários quanto em setores como a saúde, revelando os múltiplos sentidos e significados atribuídos a esse termo, de maneira legítima, como pretensões de verdade. Ou seja, o mais importante não é a busca pela definição correta ou verdadeira de acolhimento, mas a clareza e explicitação da noção de acolhimento que é adotada ou assumida situacionalmente por atores concretos, revelando perspectivas e intencionalidades. Nesse sentido, poderíamos dizer, genericamente, que o acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas (BRASIL, 2013).
Quando falamos do acolhimento como atitude e tecnologia de cuidado, como mecanismo de ampliação do acesso e como dispositivo de (re)organização do processo de trabalho das equipes, imprimimos sentidos e perspectivas a ele que são fundamentais aos sujeitos em ação que pretendem constituir novos modos de receber e escutar os usuários na atenção básica. No entanto, sobretudo quando estamos falando do acolhimento à demanda espontânea, é fundamental traduzir tais sentidos e perspectivas em arranjos e práticas concretas, mesmo que provisoriamente. Também é importante colocar essa tradução concreta em análise (identificando alcances e limites, problemas e potencialidades) e fazer os ajustes necessários, pois isso faz parte do dia a dia do trabalho. (BRASIL, 2013).
Para esta reorganização dos serviços, com vista à garantia de acesso solidário universal dos indivíduos ao sistema de saúde, a implantação do acolhimento é fundamental (RAMOS E LIMA, 2003).
Esta microintervenção teve como objetivo promover a reflexão da equipe 009 da UBS Parque Das Laranjeiras sobre a importância da adoção de sistemas de acolhimento e classificação de risco na organização do processo de trabalho, bem como elaborar propostas para a implementação do acolhimento com classificação de risco e construção de redes que garantam a continuidade do cuidado em saúde de forma resolutiva e integral.
Possuíamos bastante dificuldade para efetivar um bom acolhimento, pois as salas são pequenas, com poucas cadeiras, um fluxo grande de pacientes de demanda espontânea na recepção procurando atendimento e os mesmos insatisfeitos pela situação em relação ao agendamento das consultas; também ficamos preocupados diante da grande demanda por consultas e a falta de horários para atender a todos. Decidimos então em uma reunião tentar solucionar todos esses problemas mesmo diante das dificuldades e limitações estruturais.
O primeiro passo feito constituiu em uma capacitação para a equipe sobre acolhimento e esclarecimento dos critérios de demanda programada e espontânea e classificação de risco, estabelecendo prioridades. Essa capacitação foi realizada duas vezes por semana e mantemos a frequência sobre este tema nas demais reuniões para efetivar os pontos positivos e negativos das novas ações.
Como resultado a nossa agenda constitui-se desta forma: um dia para o atendimento das grávidas, já que existe uma alta demanda de consultas, um dia para clínica geral e puericultura, lembrando-se sempre que o 70% é demanda espontânea e 30 % programada e os demais dias para visita domiciliar e outros atendimentos para o seguimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Todo novo projeto criam-se expectativas e o ser humano está sempre com medo de mudanças e em particular no nosso caso ocorreram muitos pontos positivos, onde conseguimos elaborar um cronograma de agendamento de consultas mais resolutivo e dentro da demanda da nossa UBS.
Com esta microintervenção, espera-se a diminuição das filas em nossas salas de acolhimento e uma população mais informada, que tenha mais confiança em nosso trabalho. Permitiu também estabelecer prioridades de atendimento com base científica e agora temos uma equipe mais capacitada e preparada para atender e demandar uma boa resposta aos usuários.
Sempre que faço uma microintervenção, no caminho há dificuldades, mas graças ao esforço de muitos profissionais para prestar um serviço melhor, nosso projeto foi um êxito, apesar das dificuldades que tivemos pelo desinteresse de alguns ACS que foram reticentes as mudança, dificultando o bom desenvolvimento das aulas.
REFERÊNCIAS
LOPES, Milena, Demanda espontânea e planejamento estratégico situacional no programa saúde da família de PINDAMONHANGABA, 2008.
-BRASIL, Ministério de saúde: Cadernos de Atenção Básica: Acolhimento à demanda espontânea, Volume I, Brasília 2013.
-RAMOS, D Lima: Acesso e acolhimento aos usuários em uma unidade de saúde de porto Alegre, Rio Grande do Sul. Cadernos de saúde pública, 2003
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