TÍTULO: O CONTROLE DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA UNIDADE BÁSICA DE SAUDE. (UBS).
ESPECIALIZANDO: Jorge Luis Campos Legon.
ORIENTADOR: Maria Betânia Morais De Paiva
Nesse capítulo relatamos a microintervenção feita na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. CID Salem Duarte, município Mossoró, RN, sobre os requisitos mínimos do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade na Atenção Básica (PMAQ/AB) relativo ao atendimento e controle das doenças mais prevalente nas UBS, tais como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM).
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são responsáveis por 63% das causas de morte no mundo e em função da sua magnitude e importância, em 2011, foi aprovada a Declaração Política na Reunião de Alto Nível das Nações Unidas, quando se estabeleceu o compromisso dos países membros por seu enfrentamento (MALTA et al, 2014).
Como acontece no restante dos países do mundo, no Brasil também predominam as DCNT como principais causas de morte, responsáveis por uma elevada porcentagem dos óbitos e tem principalmente, quatro grupos de doenças crônicas (câncer, cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias crônicas) (BRASIL, 2011).
O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, de 2011 a 2022, ainda define ações para redução da carga de DCNT e seus fatores de risco. Nele foram incluídas ações para o enfrentamento dessas doenças e de seus principais fatores de risco modificáveis (tabagismo, alimentação inadequada, inatividade física, consumo abusivo de bebidas alcoólicas). As evidências apontam que as DCNT podem ser largamente prevenidas por meio de ações de promoção de saúde (BRASIL, 2011).
Na UBS foi realizada uma reunião para analisar as situações quer poderiam levar a um controle deficiente das DCNT. Na reunião estiveram presentes a enfermeira, os técnicos de enfermagem e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da equipe, para que fosse respondido o seguinte questionário:
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HIPERTENSÃO ARTERIAL |
DIABETES MELLITUS |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?
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X |
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X |
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Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?
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01 dia |
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01 dia |
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A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?
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X |
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A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?
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X |
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A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?
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X |
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X |
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A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?
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X |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?
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X |
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X |
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A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?
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X |
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?
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X |
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A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?
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X |
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EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos? |
X |
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Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação? |
X |
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Se SIM no item anterior, quais ações? |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Oferta ações voltadas à atividade física |
X |
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Oferta ações voltadas à alimentação saudável |
X |
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Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Encaminha para serviço especializado |
X |
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Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso |
X |
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Depois de realizada a reunião, foi possível identificar o trabalho em equipe de todos os profissionais, respondendo as perguntas feitas pesquisado nas fichas de atendimento. Essa reunião foi muito produtiva, pois foi possível identificar como o atendimento prestado por cada membro da equipe interfere de maneira positiva na vida e controle das doenças dos pacientes.
A principal dificuldade foi a pouca informação que os ACS ofertam aos pacientes nas visitas domiciliares. Decidimos também que deve existir uma capacitação para os membros da equipe em geral e principalmente, para os ACS sobre a alimentação saudável, a importância atividade física regular para que possa ser repassada aos pacientes que apresentam alguma dessas DCNT.
A conclusão foi que os pacientes devem ter um estilo de vida saudável por meio da prática de atividades físicas e alimentação saudável, preconizadas pelo Ministério da Saúde, além da medicação para o controle da DCNT.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Aproximadamente um bilhão de pessoas viviam com a hipertensão em 2000, valor que deve aumentar 60% em pouco mais de duas décadas e chegar a 1,56 bilhão em 2025, sendo também a HAS responsável por cerca de 7,1 milhões de mortes ao ano no mundo (ZATTAR et al, 2013).
As atividades a serem realizadas devem incluir palestras mensais aos pacientes com DCNT, tratando temas sobre a doença, sua prevenção e controle.
Essa microintervenção poderá contribuir para elevar o número de ações educativas sobre modo e estilo de vida dos pacientes que sofrem de DCNT, para diminuir assim o numero de óbitos causados por elas e melhorar o desenvolvimento na vida diária de cada um dos pacientes.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
MALTA, Deborah Carvalho et al. Prevalência de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em adultos: estudo transversal, Brasil 2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2014, v. 23, n. 4, 2014.
ZATTAR, Luciana Carmen et al. Prevalência e fatores associados à pressão arterial elevada, seu conhecimento e tratamento em idosos no sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 29, n. 3, p. 507-521, Mar. 2013.
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