CAPÍTULO VI: CONTROLE DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA UNIDADE DE SAÚDE VEREADOR JOAO QUEIROZ DE SOUZA- RN.
ESPECIALIZANDO: Humberto Reinaldo Labrador Rodriguez.
ORIENTADOR: Maria Betânia Morais De Paiva.
COLABORADORES: Merlinde Sarmiento Fernandes.
Nesse capítulo serão debatidas as ações estratégias sobre o controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) realizadas pela equipe da Unidade de Saúde da Família (USF) Vereador João Queiroz de Souza, sempre de acordo com os requisitos do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB), avaliando os serviços prestados e as necessidades da população do território adscrito.
No contexto de mudança demográfica que acontece no país, ocorre o aumento de DCNT, como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM), em consequência da mesma as doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte entre os idosos, além de gerar incapacidades, dependências e perda de autonomia (BRASIL, 2007).
Devido a esse aumento das DCNTs, é preciso estabelecer avaliações constantes dos serviços prestados para o controle dessas doenças e assim reduzir os índices de incidência.
Para saber se a unidade Vereador João Queiroz de Souza atende aos requisitos do PMAQ/AB, foi agendada uma reunião com a equipe de saúde, onde estiveram presentes o médico da unidade, a enfermeira e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Junto a equipe, foi respondido o seguinte questionário:
Das discussões geradas durante a reunião com a equipe de saúde e do levantamento dessas questões sobre a hipertensão, o diabetes e a obesidade, ou seja, dos problemas vivenciados na comunidade atendida, verificou-se que todas essas atividades são realizadas. De fato, há na região uma alta demanda de pacientes que possuem diversos fatores de risco para as doenças crônicas principalmente a HAS.
Durante a reunião, a equipe se mostrou interessada na abordagem do questionário e considero isso como uma potencialidade para a solução dos possíveis problemas que podem aparecer relacionados a doenças crônicas na unidade, mas que por enquanto não apresenta problema no controle e no atendimento da população.
Como dificuldade encontrada, temos a falta de alguns materiais para a realização de grupos de apoio e controle das DCNT, pois dependemos da parceria instituída com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e devido a administração municipal, nem sempre há material suficiente ou disponível para ser utilizado, como panfletos e materiais necessários para realizar a educação em saúde.
Em minha Unidade Básica de Saúde (UBS), o atendimento ao paciente portador de DCNT começa desde quando ele chega e é recebido pela recepcionista, logo pela enfermeira que faz a triagem, depois este passa nas consultas que são realizadas por demanda espontânea. Se necessário, recebem visitas domiciliares de acordo com as solicitações – geralmente são visitados os pacientes acamados ou com alguma situação de saúde que não conseguem se deslocar até o posto.
Nas consultas, os pacientes passam por uma investigação de histórico familiar e é realizado o rastreamento para hipertensão ou diabetes. Após, solicita-se exames para fechar o diagnóstico, tais como glicemia em jejum, hemoglobina glicada, urina tipo 1, hemograma, aferição da pressão arterial por um período de sete dias corrido. Quando diagnosticado, seguimos o protocolo da unidade sobre o tratamento terapêutico medicamentoso e não medicamentoso (através de alimentação saudável e prática de atividade física regular).
Uma ação estratégica que eu considero exitosa com os pacientes com alguma DCNT é a realização do grupo Hipertensão e Diabetes (HIPERDIA), que funciona uma vez na semana, toda quinta feira. Esse grupo aborda vários temas referentes ao controle da Pressão Arterial (PA) e do Diabetes Mellitus, bem como, tira as dúvidas da população em relação as medicações como o uso da insulina. Trabalhamos com o incentivo a manutenção de hábitos de vida saudáveis
Medina et al. (2014, p.70) em seu trabalho “Promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas: o que fazem as equipes de Saúde da Família? citaram Brasil (2011), no que diz respeito “às inovações propostas para o trabalho dos profissionais que compõem as equipes de Saúde da Família, destaca-se a inserção de práticas de promoção da saúde, tanto em sua dimensão individual como coletiva”. Propõe também a realização de ações educativas em saúde direcionadas a motivação dos pacientes e familiares para aquisição de comportamentos, hábitos e estilos de vida saudáveis “mediante a participação das equipes em ações intersetoriais voltadas para intervenções sobre determinantes sociais que interferem na qualidade de vida da população adscrita às unidades de saúde”.
Dessa forma, as estratégias da equipe de saúde da família para o cuidado das DCNT são fundamentais para a prevenção de doenças cardiovasculares, as quais englobam a detecção e o controle precoce dos fatores de risco na prevenção primária da doença cardiovascular. Sabendo-se que quanto mais precocemente forem detectados e tratados os fatores de risco, maior será o benefício para o paciente.
Com a continuação dessa microintervenção espera-se que a equipe de saúde esteja sempre disposta a compreender os problemas que afetam a saúde dos pacientes inseridos no contexto local (doenças crônicas), sobretudo para que posteriormente sejam construídas estratégias capazes de impulsionar o desenvolvimento de ações de promoção em saúde, as quais deverão contemplar a singularidade dos sujeitos, conhecendo e valorizando a realidade da qual fazem parte.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria Municipal da Saúde. Caderno de Violência Contra a Pessoa Idosa. 1º edição. São Paulo 2007.
BRASIL. V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão e Sociedade Brasileira de Nefrologia. São Paulo, v. 5. 2011.
MEDINA, M. G.; Promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas: o que fazemas equipes de Saúde da Família? Saúde Debate | Rio de Janeiro, v. 38, n. especial, p. 69-82, Out, 2014.
Ponto(s)