27 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Policlínica Alberto Lima.

Estudante: Alina Suárez Concepción.

Orientador: Cleyton Cesar Souto Silva.

           A população brasileira passou por diversas mudanças nas últimas quatro décadas. Essas mudanças ocorreram na composição demográfica, com aumento na expectativa de vida e na proporção de idosos na população. Além da transição demográfica, também vivenciamos uma transição epidemiológica, com diminuição das doenças infecciosas e aumento das doenças crônicas em todas as idades e classes de renda. Essa realidade tem implicações no que se refere ao complexo quadro de saúde-doença do país. As doenças e agravos não transmissíveis vêm aumentando e, no Brasil, são as principais causas de óbitos em adultos (BRASIL, 2014).

         As pessoas com condições crônicas e seus familiares convivem com seus problemas diariamente por longo tempo, ou toda a vida. É fundamental que estejam muito bem informadas sobre suas condições, motivadas a lidar com elas e adequadamente capacitadas para cumprirem com o seu plano de tratamento. Precisam compreender sua enfermidade, reconhecer os sinais de alerta das possíveis complicações e saber como e onde recorrer para responder a isso (BRASIL, 2014).

         Tendo em conta esses elementos nossa equipe 011 da Policlínica Alberto Lima realizou uma reunião para fazer um analises de como são desenvolvidos os atendimentos dos pacientes com doenças crónicas não transmissíveis. Assim seguindo as recomendações e os indicadores do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ/AB), a equipe fez uma avaliação em quanto à os atendimentos de estes pacientes.

         Nossa equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus; utiliza protocolos para estratificação de risco e avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos; a equipe possui registro de usuários com diabetes e hipertensão com maior risco/ gravidade pelo que estabelecemos prioridade na hora do atendimento e da visita domiciliar.

         Todos os pacientes com diabetes mellitus ou hipertensão arterial sistêmica, recebem consulta programada continuada de acordo com a estratificação do risco e a gravidade da doença de cada paciente. Nas consultas indicamos os exames correspondente e realizamos um atendimento integral, mais não coordenamos a fila de espera e o acompanhamento dos usuários que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção, só realizamos o encaminhamento para outra especialidade.

         Temos que dizer que o tempo de espera para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes normalmente é de 1 a 2 dias e assim fazer um atendimento integral e de qualidade com maior periodicidade e com Interconsultas com outros especialistas em caso que fora necessário.

         Encontramos dificuldades na avaliação destes indicadores: a equipe não possui o registro dos usuários com Hipertensão e/ou Diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção; a equipe não realiza exame do pé diabético nem realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com Diabetes Mellitus; a equipe não tem oferta de ações voltadas à atividade física e ações voltadas à alimentação saudável; a equipe não oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso e a equipe tem dificuldades para acionar a equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento destes usuários na Policlínica.

         Nessa reunião foi conformado o registro dos usuários com Hipertensão e/ou Diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção garantindo assim um bom controle desses pacientes. Planejamos ações de promoção e educação em saúde e autocuidado para incrementar os conhecimentos nestes pacientes, priorizando nas modificações nos estilos de vida. Para isso a equipe, com o apoio do NASF, realizou um cronograma de palestras educativas de nutrição, da importância do exercício físico regular, de estilos de vidas saudáveis, da importância do uso dos medicamentos e outras. Foi planificada no horário de 8 as 10 horas, toda quinta-feira para assim fazer verificação de pressão arterial e do peso aos participantes, assim como a glicemia aos pacientes diabéticos.

         Outra ação importante foi a equipe começar realizar exame do pé diabético periodicamente nos pacientes, tanto nas consultas e nas visitas domiciliar brindando os conhecimentos sobre a importância do cuidado do pés nos usuários portadores desta doença, assim como as consequências das ulceras do pé diabético e facilitar seu acompanhamento dando  instruções para o cuidado dos pês diabéticos sem lesões. Também é uma dificuldade a não realização do exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com Diabetes Mellitus devido à ausência de oftalmoscópio em nossa unidade, coordenamos o encaminhamento para o Oftalmologista que temos na Policlínica em dependência das vagas disponíveis.

         Outra das ações foi a avaliação dos pacientes com Obesidade de nossa área, os quais foram encaminhados para o Nutricionista, conformando assim o registro de pacientes obesos. Também a equipe decidiu formar um grupo de pacientes obesos, para em conjunto com o NASF para palestrar sobre a obesidade, suas complicações, os perigos para a vida das pessoas, os fatores de risco, a predisposição para outras doenças, além de reeducação alimentar. Respeitando a vontade dos pacientes vamos ofertar ações voltadas à atividade física, enviando-os ao Programa Exercita Santana realizado 3 vezes na semana pela Secretaria de Saúde do município.

         Durante o desenvolvimento da Microintervenção a equipe ganhou em conhecimento e organização, já temos os registros os quais estão sendo atualizados. Nesta semana vamos começar em conjunto com o NASF a realizar a primeira palestra para estes pacientes e assim sucessivamente continuar trabalhando com cada paciente e cada grupo formado por doença. 

         Também a equipe encontrasse mais preparado para a atenção a este grupo de usuário com doenças crônicas que usualmente é um grande frequentador da Policlínica, buscando por diversas razões: renovação de receitas, consulta de acompanhamento, verificação da pressão e/ou glicemia, atendimento para agudização de sua condição crônica, entre outras.

 

Referencia

1-Brasil, Cadernos de Atenção Básica n. 35, Estratégia para o cuidado da pessoa com doença crônica, 2014                             

2- Brasil, Cadernos de Atenção Básica, Estratégia para o cuidado da pessoa com doenças crônica, obesidade, 2014.

 

 

 

 

 

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