Título: Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde
Especializando: Josué Jesus Paneque Matos
Orientadora: Romanniny Hevillyn Silva Costa Almino
A atenção ao paciente com problemas mentais geralmente foi designada aos psiquiatras e psicólogos, em que os pacientes eram excluídos da sociedade e submetidos a tratamentos duros e em muitos casos cruéis.
Mais recentemente, a Portaria nº 3.088, de 2011, apresentou novos elementos balizadores nesse processo ao instituir a Rede de Atenção Psicossocial, cuja finalidade é a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS. Além disso, o documento aponta como deve ser realizada a operacionalização da implantação da rede de atenção, bem como as pactuações necessárias na sua concretização (BRASIL, 2011).
O que se pretende e se espera no futuro é que os usuários poderão explorar sua origem e contextos culturais e irão exigir serviços que sejam sensíveis às suas necessidades e heranças culturais.
Nossa equipe de saúde para se adequar a portaria supracitada, confeccionou uma planilha norteadora (Figura 1), em que foram relacionados todos os pacientes que fazem uso de psicotrópicos , drogas ilícitas e álcool, constituindo um instrumento que servirá para conhecer, planejar e acompanhar esses pacientes e utilizaremos de fato os apoiadores do Núcleo de Apoio à Saúde da Família -NASF e Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, nos quais existem múltiplos saberes e técnicas, assim funcionaremos como um sistema integrado de serviços de saúde mental, tendo como porta de entrada a unidade básica e em especial a própria moradia do paciente.
Em nosso município de Boa Vista contamos com CAPS que acolhem aos pacientes com problemas mentais durante 24 horas, onde são avaliados e de acordo com o problema serão orientados.
Em certo momento, uma mãe veio com seu filho procurando nossa unidade referindo que seu filho encontrava-se em surto psicótico. Este foi acolhido e encaminhado urgente para a consulta médica. Constatamos que o paciente estava com ruptura com a realidade e agressividade, depois ele foi encaminhado para o serviço de urgência , mas a mãe falou que não tinha transporte para levá-lo, foi acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, mas foi negado a condução referindo que ele não estava enquadrado nos pacientes de emergência médica.
Entramos em contato com a psicóloga do NASF, e ela orientou que levássemos ao CAPS. Pois, eles não poderiam ir até a casa dele, então eu coloquei meu carro a disposição e o paciente foi encaminhado para o CAPS onde foi medicado com terapia oral e acompanhamento. No dia seguinte fomos até a casa do paciente e a mãe relatou que ele estava mais tranquilo, tomando sua medicação.
A seguir detalhamos a ficha construída para acompanhamento dos pacientes com transtornos ou sofrimento mental.
A microintervenção nos possibilitou aprofundar os conhecimentos sobre a rede de atenção psicossocial e como podemos utilizá-la para oferecermos um cuidado mais integral aos pacientes.
Ponto(s)