25 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: PROMOÇÃO DE HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEIS PARA OS HIPERTENSOS CADASTRADOS NA UBS CAULIM- VITORIA DO JARI. AMAPÀ.

ORIENTADOR: CLEYTON CESAR SOUTO SILVA.

ESPECIALIZANDO: ALIENNIS SUAREZ AZAHAREZ.

 

       As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) se tornaram a principal prioridade na área da saúde no Brasil. A Hipertensão Arterial Sistêmica é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Define-se como hipertensão arterial sistólica (HAS) uma pressão acima de 140mmhg e diastólica acima 90mmhg, isso em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva, constituindo um dos problemas de saúde de maior prevalência na atualidade. É um das mais frequentes doenças cardiovasculares sendo também uns dos principais fatores de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal (GARNELO. 2008).

      Considerada ao mesmo tempo, uma doença e um fator de risco, representa um dos maiores desafios em saúde pública, particularmente pela complexidade dos recursos necessários para seu controle como doença: serviços  médicos, pessoal treinado, medicamentos, bem como as implicações negativas e o impacto à saúde das populações em seu papel de fator de risco para outros problemas de saúde, particularmente em sinergia com outras DNCT (Diabetes, Cardiopatias, entre outras). Com uma prevalência entre 14% e 40% entre os países do continente americano, esta enfermidade é geralmente desconhecida pela metade dos pacientes, e entre aqueles que conhecem seu problema, somente a metade deles, recebe algum tipo de assistência médica para seu controle deixando quase 75% de todos os casos sem nenhum tipo de atenção ou serviços médicos (SILVA et al,2009).

     Como resultado desta situação, aproximadamente 60% de pacientes apresentam algum tipo de complicação micro-vascular no momento do diagnóstico inicial, o que gera uma grande porcentagem de pacientes com complicações irreversíveis posteriores, entre elas, perda da visão e problemas renais. No Brasil, estima-se que aproximadamente 30% da população geral com mais de 40 anos possa ter a pressão arterial elevada. Por esta razão, a OPAS/OMS vem trabalhando no desenvolvimento de estratégias e instrumentos que facilitem o desenvolvimento de atividades de detecção prematura e controle permanente, assim como metodologias e iniciativas que ampliem o nível de conhecimento das populações e das autoridades sobre o impacto causado por esta enfermidade e as implicações que em saúde pública representam seu controle e prevenção. (OPAS/OMS) (DOURADO et al, 2009 ).

      A HAS constitui a principal problema de saúde da população e muito deles não são aderentes ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, encontram-se sem um controle adequado e com uma baixa percepção do risco. No atendimento na UBS Caulim revela a presença de pacientes com HAS que vem com descontrole de sua patologia. Frente a essa situação é relevante a realização de uma micro intervenção onde a equipe possa aumentar os conhecimentos do tema e com ele fazer um melhor atendimento a nossos pacientes.

      Na primeira etapa foi reunida toda a equipe para fazer as análises de acompanhamento nestes pacientes, dando respostas as questões presentes no questionário (ANEXO).  Foi feita a preparação do pessoal para a  intervenção, com capacitações de DCNT, principalmente HAS que constitui a mais frequente em nossa população. A Unidade Básica de Saúde Caulim com ajuda da Secretaria de Saúde Vitoria do Jari organizou a capacitação das ações a serem desenvolvidas (palestras, grupos de hipertensos, oficinas temáticas, caminhadas).  Fazendo ações de produção de conhecimento, mas também de prevenção, rastreio, diagnóstico e terapêutico, se modificará o estilo de vida destes pacientes que permitirá diminuir a incidência das diversas complicações. Os agentes comunitários de saúde (ACS) consultaram os prontuários dos pacientes com diagnósticos de HAS em sua área, e logo realizaram visita domiciliar (VD), explicando os objetivos da intervenção, assim como sua justificativa, e realizado o convite a participação.

     No inicio da Intervenção foi feita um questionário para a  identificação do conhecimento sobre a doença, complicações e fatores de risco para o planejamento das ações de educação em saúde. Nossa UBS realiza a consulta de Hiperdia todas as quartas-feira no horário de 8 horas a 11 horas da manhã ficando estabelecido as atividades de promoção e prevenção de Doenças Crônicas não Transmissível, além de os pacientes serem monitorados pela enfermeira e o técnico de enfermagem quanto os níveis de pressão arterial e glicemia (nos casos que tenham DM associado), peso, altura e circunferência abdominal. O médico avaliou o Índice de Massa Corporal (IMC), classificando os pacientes com peso normal, sobrepeso ou obesos seguindo o caso. A equipe utilizou materiais didáticos como cartazes, folhetos, projeções entre outros, a fim de que os pacientes tenham uma participação ativa no processo educativo. Além disso, se prepararam  outras atividades como chá conversatório, caminhadas, eventos esportivos e culinários.

     As principais dificuldades na realização deste trabalho forem o pouco conhecimento de nossa população sobre esta doença e seus fatores de riscos. Como potencialidades encontradas na realização desta micro intervenção  foi a participação de uma equipe de saúde multidisciplinar, visando atendimento integral, de qualidade e resolutividade. Os resultados deste estudo contribuíram de forma significativa para um olhar mais reflexivo a respeito da prática profissional, por meio de intervenções, visando à prevenção e o controle dos fatores de risco modificáveis.

     Nossa equipe nesta micro intervenção espera uma melhora na qualidade de vida dos pacientes hipertensos devido a mudança no estilo de vida aplicando o conhecimento recebido e evitando as grandes complicações decorrentes da hipertensão arterial, e como saber mantê-la controlada.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Cadernos de Atenção Básica, n° 32 – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p.

Protocolo de Atenção á Saúde da Criança. Portaria SES-DF #287 de 02 de dezembro de 2016, publicada no DODF n 228 de 06.12.2016.

BRASIL. Caderneta de Saúde da Criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

DOURADO, E et alAbordagem atual sobre hipertensão arterial sistêmica no atendimento odontológico. 2009

SCOCHI, M. J et al., Hipertensão arterial e saúde da família: atenção aos portadores em município de pequeno porte na região Sul do Brasil, 2006

SILVA, M. P et al.,Estilo de vida de idosos hipertensos institucionalizados: análise com foco na educação em saúde, 2009. Disponível em <http://www.revistarene.ufc.br/10.3/html/5.htm>. Acesso em 06 de outubro de 2017.

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