TITULO I: Melhorando a Interação da Equipe da Unidade de Saúde e a comunidade
ESPECIALIZANDO: Wlysses Jhonatas Abreu Tavares
ORIENTADOR: Túlio Felipe Vieira de Melo
Os princípios fundamentais do SUS consistem na universalidade, integralidade e equidade, residindo no princípio da universalidade o acesso livre e universal do cidadão aos serviços e ações de saúde. Transcorridas quase duas décadas do processo de institucionalização do Sistema Único de Saúde, a sua implantação e implementação evoluíram muito, especialmente em relação aos processos de descentralização e municipalização das ações e serviços de saúde. A Atenção Básica, na posição de um dos eixos estruturantes do SUS, deve ser uma fiel realizadora desses princípios, figurada pela busca e atendimento dos usuários às unidades básicas de saúde, o que se torna um grande desafio por esbarrar em agravos como alta demanda populacional em detrimento do processo de escuta, acesso e acolhimento de acordo com as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestão (Ministério da Saúde, 2006)
Para uma crescente melhoria nos serviços prestados, processos autoavaliativos comprometidos com a melhoria contínua da qualidade poderão potencializar os demais processos da fase de desenvolvimento do Pmaq, na medida em que contribuirão na identificação das principais necessidades de educação permanente e de apoio institucional. Nesse sentido, a autoavaliação não deve ser encarada como momento de pouca relevância, tampouco como instante angustiante que poderá resultar em punições ou desmotivação dos trabalhadores. (Ministério da Saúde, 2017)
Durante várias reuniões da Equipe 90, da Unidade Básica de Saúde Parque dos Coqueiros, a qual estou inserido, foi realizado uma autoavaliação através do manual de Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ) e utilizando como base os indicadores preconizados, onde foi constatada uma pontuação abaixo da média na questão de interação da equipe e a comunidade sobre os anseios e agravos de saúde.
Foi observado que haviam poucas reuniões com a comunidade para que a mesma pudesse expor suas angústias e dificuldade de acesso à saúde, ficando evidente a deficiência na interação. Foi então feito um planejamento pra melhoria na interação, convidando a população para reuniões periódicas nos meses de Fevereiro, Março e Abril. Foi realizado um trabalho árduo por toda a equipe, médico, enfermeira, dentista, técnicos de enfermagem e principalmente pelas Agentes Comunitárias de Saude na divulgação e convocação da populações para as reuniões. Minha região de atuação possui 4 mil habitantes e é dívida em 4 micro áreas.
Para uma maior adesão foi separada as reuniões por micro áreas e escolhido estrategicamente locais de melhor acesso pra população como igrejas, praças e no próprio auditório da unidade básica de saúde. Foi observado durante as reuniões diversos anseios expostos pela população, como: coleta de lixo ineficiente; dificuldade de resolução por meio de denúncia à Vigilância Sanitária e Ambiental de imóveis abandonados, fechados e terrenos sem manutenção onde são importantes focos de dengue, zika e chikungunya; falta de veículos “fumacê” no bairro mesmo com o aumento do número de casos e óbitos notificados por dengue; dificuldade de acesso e demora na marcação de exames de alta complexidade como Tomografia computadorizada, Ressonância Magnética, Colonoscopia, Endoscopia Digestiva Alta, Densitometria óssea, Eletroneuromiografia entre outros; animais abandonados; acolhimento inadequado por parte de alguns profissionais da unidade; falta equidade no tratamento por parte dos laboratórios que realizam os exames sanguíneos entre usuários do SUS e Privados.
Após a coleta das queixas foram realizadas reuniões de equipe para criação de medidas para resolução da problemática exposta pela população. Foi notificado à Secretaria de Saúde do Estado a falha na vistoria de imóveis abandonados após denúncias, solicitado a vigilância sanitário o envio de carros para controle dos vetores, reunião com diretor da unidade pra que medidas possam ser tomadas sobre a questão da igualdade e equidade nos serviços terceirizados que prestam apoio ao município e feita transferência da profissional para outro setor onde não necessite da interação com a população dada sua dificuldade de atuar no acolhimento da população.
Logo depois foi então realizada uma reunião com toda a equipe, diretor da unidade e todas as quatro micro áreas juntas para informar as medidas tomadas. Diante disso, foi observada a importância de processos autoavaliativos na Atenção Básica contínuos e a interação com a comunidade pois eles são os principais protagonistas na identificação das fragilidades e das potencialidades da rede de Atenção Básica, ajudando na condução de planejamentos de intervenção para a melhoria do acesso e da qualidade dos serviços.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação de Apoio à Gestão Descentralizada. Diretrizes operacionais dos Pactos pela vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica : AMAQ [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017.
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