TÍTULO VI: Encontro com a sáude física, mental e espiritual
ESPECIALIZANDO: Wlysses Jhonatas Abreu Tavares
ORIENTADOR: Túlio Felipe Vieira de Melo
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um transtorno de saúde mundial e uma ameaça à saúde e ao desenvolvimento humano. Os países de baixa e média renda são os mais afetados, com um maior índice de morbimortalidade causada pelas DCNT. A Hipertensão arterial sistêmica e o Diabetes mellitus ilustram os dois principais fatores de risco, para o agravamento da morbimortalidade por doenças cardiovasculares. Os transtornos neuropsiquiátricos são as DCNT de maior prevalência, e os transtornos de maior incidência ficam a cargo da depressão, às psicoses e aos transtornos atribuíveis ao uso inadequado do álcool (Schmidt et al, 2011).
A hipertensão afeta de 11 a 20% da população adulta com mais de 20 anos. Cerca de 85% dos pacientes com acidente vascular encefálico (AVE) e 40% das vítimas de infarto do miocárdio apresentam hipertensão associada. O diabetes atinge a mulher grávida e todas as faixas etárias, sem qualquer distinção de raça, sexo ou condições sócio-econômicas. Na população adulta, sua prevalência é de 7,6%. Estas doenças levam, com freqüência, à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para o paciente, sua família e a sociedade (Ministerio da Saúde, 2001).
O território brasileiro tem uma das populações que envelhecem mais ligeiramente no mundo. A maior parte dos idosos de hoje nasceu em áreas rurais, mas agora mora em grandes centros urbanos, enfrentou adversidades socioeconômicas significativas durante a vida, recebeu pouca ou nenhuma educação formal e trabalhou em ocupações mal remuneradas e não especializadas. Além disso, mudanças como famílias menores e mais mulheres na força de trabalho remunerada reduziram a habilidade das famílias de fornecer apoio e atenção à saúde dos idosos (Schmidt et al, 2011).
O Sistema Único de Saúde tem como objetivo promover o acesso universal em todos os níveis de cuidado. Com a expansão continua da atenção primaria o acesso ao cuidado integral e contínuo melhorou, propiciando, assim, uma plataforma para a prevenção e o gerenciamento das doenças crônicas.
Na área 90, da UBS Parque dos Coqueiros, a prevalência de pacientes portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e em uso de Psicotrópicos é altíssima (Tabela 1). Em reuniões de equipe, a fim de melhorar a conscientização, o aprendizado e acompanhamento desses pacientes portadores de DCNT, para isso estipulamos a realização de encontros mensais.
UBS PARQUE DOS COQUEIROS |
M1 |
M2 |
M3 |
M5 |
Total |
Hipertensos |
80 |
57 |
58 |
79 |
306 |
Diabéticos |
21 |
23 |
25 |
36 |
119 |
Psiquiatricos |
31 |
13 |
23 |
14 |
108 |
Tabela 1, 2018.
Nestes encontros realizamos a aferição da Pressão arterial e glicemia capilar, os dados são anotados nas suas cadernetas e nas nossas fichas controles para um avaliação progressiva do controle de suas doenças bases. Após sempre será realizado um bate papo dinâmico onde falaríamos sobre suas doenças, tirar dúvidas e orientar medidas necessárias para manter suas doenças estabilizadas.
Serão abordados temas como hábitos de vida saudável, obesidade, o que acontece fisiologicamente com o corpo se ele manter-se com pressão e glicemia altas constantemente, a importância de realizar atividade física, os riscos de fumar, o abuso de bebidas alcoólicas, como a ansiedade influencia na elevação da pressão arterial e etc.
Como estratégia para conseguirmos uma maior adesão de usuários, serviremos sempre um café da manhã com frutas, disponibilização de apoio multiprofissional, médico, enfermeira, técnicas de enfermagem, nutricionista e educador físico, realização de encontros em áreas externas (Caminhadas na praia, encontros em praças e academias do bairro), distribuição de panfletos educativos, dietas adequadas e atendimento clinico no dia para os pacientes com suas doença base desestabilizadas.
Podemos observar uma melhor adesão dos usuários, com uma visível evolução na aprendizagem de como lidar e conduzir uma vida saudável, a fim de, reduzir a quantidade de medicações e evitar a progressão de sua doença base através de uma alimentação saudável e pratica de exercícios físicos regulares. Esses encontros são essenciais para educação e promoção de saúde, além de prevenção de doenças e suas complicações. Realizar intervenções comportamentais, neuropsicológicas e ambientais são necessárias para responder a um progressivo envelhecimento com qualidade de vida.
Anexo da microintervenção:
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Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL |
Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus? |
X |
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X |
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Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde? |
7 DIAS |
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7 DIAS |
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A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão? |
X |
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A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos? |
X |
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A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?
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X |
Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?
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X |
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A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial? |
X |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado? |
X |
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A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade? |
|
X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção? |
X |
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A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?
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|
X |
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|
Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado? |
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X |
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A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários? |
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X |
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A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus? |
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X |
EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos? |
X |
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Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação? |
X |
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Se SIM no item anterior, quais ações? |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Oferta ações voltadas à atividade física |
X |
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Oferta ações voltadas à alimentação saudável |
X |
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Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS |
|
X |
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Encaminha para serviço especializado |
X |
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Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso |
|
X |
Não encontramos grandes dificuldade para respondermos o questionário e a partir dele observamos a importância de criar os registros dos pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus para um melhor controle e condução dos mesmos. Na unidade não possuímos um Fundoscópio para realização do exame de fundo de olho, sendo necessário o encaminhamento para o oftalmologista, apesar do médico da equipe estar apto para a avaliação inicial das alterações que se fazem presentes em quadros agudos e crônicos destas comorbidades.
Referências
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais. In: Victora CG et al. Saúde no Brasil: a série The Lancet. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2011. p. 61-74.
Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arteiral Hipertensão arterial sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM): protocolo / Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arterial. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
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