TÍTULO: O CONTROLE DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA UNIDADE DE SAÚDE ILDONE CAVALCANTE DE FREITAS
ESPECIALIZANDO: DARINA RODRIGUEZ BRINGA
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
Nesse capítulo será relatado como ocorre o atendimento das doenças crônicas não transmissíveis na Unidade de Saúde Ildone Cavalcante de Freitas e se as ações realizadas atendem aos requisitos mínimos da PMAQ/AB, junto a avaliação da equipe de saúde.
Apesar da tendência de redução da mortalidade precoce, as DCNT são as principais causas de morte e incapacidade na população mundial, além de serem responsáveis por altos encargos econômicos sobre indivíduos, sociedades e sistemas de saúde (OLIVEIRA-CAMPOS, et al, 2013).
Em 2010, cerca de oito milhões de pessoas morreram de câncer, representando um aumento de cerca de 30% no número de mortes por essa causa em 20 anos. Uma em cada quatro mortes deveu-se a doença cardíaca ou acidente vascular cerebral. O diabetes foi responsável por uma a três milhões de mortes. Os maiores fatores de risco para DCNT encontram-se no aumento da pressão arterial, tabagismo, consumo abusivo de álcool e alimentação inadequada (STEVENS; SCHMIDT; DUNCAN, 2012).
Assim, foi convocada uma reunião com a equipe da ESF para avaliarmos se a unidade dispõe dos critérios de atendimento das doenças crônicas não transmissíveis do PMAQ/AB. Chegamos à conclusão que dentre os critérios atendidos pela equipe da ESF Ildone Cavalcante de Freitas, todos listados abaixo são atendidos.
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Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL |
Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?
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X |
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X |
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Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?
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01 dia |
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01 dia |
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A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?
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X |
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A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?
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X |
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A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?
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X |
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X |
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A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?
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X |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?
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X |
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X |
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A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?
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X |
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?
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X |
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A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?
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X |
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EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos? |
X |
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Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação? |
X |
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Se SIM no item anterior, quais ações? |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Oferta ações voltadas à atividade física |
X |
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Oferta ações voltadas à alimentação saudável |
X |
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Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Encaminha para serviço especializado |
X |
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Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso |
X |
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Durante a reunião, foi possível identificar como potencialidade a disposição de todos os profissionais envolvidos a responderem as perguntas e pesquisando em suas fichas de atendimento. Essa reunião foi muito produtiva, pois foi possível identificar como está o atendimento referente as doenças crônicas atendidas pela unidade.
Uma atividade que considero exitosa é a realização de encontros de educação em saúde com grupos de hipertensos e diabéticos. Esses encontros funcionam de forma organizada, no qual separamos o grupo de hipertensos e diabéticos para toda quinta feira, as 14 horas. Tem duração de 1 hora e é oferecido uma roda de conversa, com abordagem de temas referentes a hipertensão ou diabetes que irão ajudar essas pessoas a conhecerem melhor a doença e a procurarem a unidade em casos graves. Também é oferecido um coffebreak como lanche e os participantes ficam à vontade para expor suas experiências com os outros companheiros.
No entanto, o que me preocupa são os hipertensos, onde há mais casos de hipertensão do que de diabetes, necessitando de um cuidado especial para promover orientações referentes a alimentação e prática de exercícios físicos.
Na minha unidade de saúde, há um número elevado de hipertensos que chega a ser duas vezes mais do que os diabéticos. Dessa forma, estamos realizando atividades de educação em saúde voltadas para a hipertensão arterial sistêmica (HAS), seu controle e sua prevenção.
A hipertensão arterial tem evolução lenta e silenciosa cujo plano terapêutico, requer a adoção de hábitos cotidianos saudáveis e o cumprimento rigoroso da prescrição de medicamentos. No entanto, a prática nos serviços de saúde da família tem mostrado que há uma baixa adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, favorecendo, em longo prazo, o aparecimento de lesões em órgãos-alvo e consequente mortalidade, o que representa um importante problema de saúde pública (BLOCH; MELO; NOGUEIRA, 2008).
É quase sempre assintomática ou oligosintomática, mas se deixada evoluir naturalmente, a doença desencadeia, alterações vasculares em órgãos vitais, sobre tudo coração (hipertrofia, insuficiência cardíaca, coronopatia), cérebro (acidente vascular cerebral), rins (disfunção progressiva) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
De acordo ao tema abordado, notamos claramente que a HAS é uma das doenças que mais assola a população, sendo um dos mais importantes problemas de saúde pública, sendo basicamente controlada com maior atenção à prevenção.
O motivo de ter realizado essa microintervenção foi o elevado número de usuários portadores dessa doença que descompensam agudamente pelo uso incorreto da medicação, sedentarismo e má alimentação. Espera-se com a continuação dessa microintervenção que ocorra uma a diminuição dos casos de descompensação aguda dos pacientes, proporcionando qualidade de vida e longevidade.
Para melhorar o atendimento e a qualidade da assistência é que priorizamos essas atividades, para buscar alternativas para melhorar o atendimento na unidade e a qualidade de vida da população hipertensa residente no território da nossa unidade.
REFERÊNCIAS
BLOCH, K.; MELO, A.N.; NOGUEIRA, A. R. Prevalência da adesão ao tratamento anti-hipertensivo em hipertensos resistentes e validação de três métodos indiretos de avaliação da adesão. Cad Saúde Pública. v. 24, n. 12, p.2979-84, 2008.
OLIVEIRA-CAMPOS M, et al. Impacto dos fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis na qualidade de vida. Cienc Saude Coletiva. 2013 mar;18(3):873-82, 2013.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. São Paulo, v. 107, suplemento 3, 2016.
STEVENS A, SCHMIDT MI, DUNCAN BB. Desigualdades de gênero na mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. Cienc Saude Coletiva. 2012 out;17(10):2627-34, 2012.
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