CAPÍTULO V: A ATENÇÃO A SAÚDE DA CRIANÇA NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA TEPEQUEM, AMAJARÍ, RR.
ESPECIALIZANDO: ZURAMY RODRIGUEZ CERVANTES
ORIENTADOR: ROMANNINY HEVILLYN SILVA COSTA
Esse capítulo traz o relato de experiência realizado sobre a microintervenção em saúde da criança, sobre a determinação dos requisitos mínimos do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica-PMAQ/AB, apurados em reunião com a equipe de saúde e colocando em foco a atividade de educação em saúde para os pais, gestantes e puérperas.
Assim, foi realizada uma reunião com a equipe com o objetivo de avaliar os serviços em saúde da criança que são prestados pela Estratégia de Saúde da Família -ESF. A princípio, a equipe ficou receosa, mas ao final acabou colaborando para a coleta dessas informações.
Foi constatado que a equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento), utiliza os protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos, possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território, utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento, havendo espelhos destas e fichas com informações equivalentes.
Referente ao acompanhamento das crianças no território, em cerca de 90% das crianças a vacinação está em dia, com acompanhamento do estado nutricional. O teste do pezinho é realizado, há a prevenção da violência familiar junto ao Centro de Referência de Assistência Social-CRAS e Conselho Tutelar e há a prevenção de acidentes.
Os agentes comunitários de Saúde (ACS), realizam a busca ativa de crianças prematuras, com baixo peso, com consulta de puericultura atrasada ou com calendário vacinal atrasado.
Em relação às ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses, percebo na Unidade que esta atividade não está sendo realizada com excelência, assim devemos elaborar um plano de ação para a educação em saúde através do grupo de gestantes e puérperas, para falar sobre a importância do aleitamento materno e o estímulo à introdução de alimentos saudáveis no aleitamento materno complementar.
De acordo com Polido et al (2011), em sua publicação sobre vivências maternas associadas ao aleitamento materno, é possível perceber que a amamentação exclusiva é indicada até a criança completar seis meses e a partir daí, deve ser complementada com outros alimentos até a criança chegar aos dois anos de idade, para que possa proteger a saúde da criança.
O Ministério da Saúde (2015), em seu manual do aleitamento materno e alimentação complementar, traz o aleitamento como uma estratégia eficaz que promove além da nutrição da criança, o vínculo entre mãe e filho:
O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla mãe/bebê e regozijo de toda a sociedade. Se a manutenção do aleitamento materno é vital, a introdução de alimentos seguros, acessíveis e culturalmente aceitos na dieta da criança, em época oportuna e de forma adequada, é de notória importância para o desenvolvimento sustentável e equitativo de uma nação, para a promoção da alimentação saudável em consonância com os direitos humanos fundamentais e para a prevenção de distúrbios nutricionais de grande impacto em Saúde Pública (BRASI, 2015, p. 07).
Percebe-se que o aleitamento materno é a base da nutrição da criança e sua manutenção exclusiva até os seis meses gera um encontro entre a promoção da saúde e a melhora na qualidade de vida da mãe e do filho.
Uma boa promoção do aleitamento materno irá depender, segundo o Ministério da Saúde (2015) e Polido et al (2011), exclusivamente do sistema de saúde atuante e dos esforços dos seguimentos sociais, para que a saúde da criança e da gestante estejam em foco, assim o atendimento será de qualidade e todas as gestantes cadastradas na Unidade de Saúde serão atendidas e acolhidas de forma humanizada.
Abdala (2011) complementa que o leite materno é rico em nutrientes que causam desenvolvimento e proteção no organismo da criança, aumentando assim os fatores psicológicos, nutricionais e promovendo o crescimento adequado no ano inicial da vida, cuja a saúde está vulnerável devido a várias doenças.
Foi possível perceber com essa microintervenção, que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida é importante e possuí muitos benefícios no desenvolvimento da criança, a extensão do aleitamento prorroga esses benefícios.
Como dificuldades a equipe se mostrou imparcial, dizendo que as gestantes já eram orientadas e que não adiantava insistir nesse assunto e nem trabalhar mais com a educação em saúde.
Como potencialidade, busquei aprofundar sobre um plano de ação que será construído em conjunto com a equipe, para mostrar que é possível mudar a realidade com a educação em saúde. Assim, para que haja um bom acolhimento das gestantes e puérperas pela unidade, a equipe de saúde precisa passar por uma capacitação e conhecer mais sobre o aleitamento materno.
Espero com a continuidade desta intervenção, que puérperas e gestantes venham obter as informações necessárias para seguir com o aleitamento materno e evitar o desmame precoce, uma vez que o aleitamento materno exclusivo influencia diretamente no desenvolvimento da criança, pois apresenta muitos benefícios a sua saúde, e consequentemente na saúde da mãe.
REFERENCIAS
ABDALA, Maria Aparecida Pantaleão. Aleitamento Materno como programa de ação de saúde preventiva no Programa de Saúde da Família. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Núcleo de Educação em Saúde Coletiva. Uberaba, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
POLIDO, C. G. et al. Vivências maternas associadas ao aleitamento materno exclusivo mais duradouro: um estudo etnográfico. RevistaActa Paul Enferm, v.24, n.5, São Paulo, 2011.
Ponto(s)