18 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Título: Atenção à Saúde da Criança: Ações na Unidade Básica de Saúde Clemildo Amâncio dos Santos, do município de Umbaúba/SE.

Espccializando: Lieni García Martín.

Orientador: Maria Helena Pires Araújo Barbosa.

          No Brasil têm sido desenvolvidas transformações que resultaram na melhoria do sistema de saúde e com isso um novo modo de atenção tem sido consolidado, uma vez que propõe uma estratégia para um cuidado integral e direcionado às neces­sidades de saúde da população. Graças às ações de diminuição da pobreza, ampliação da cobertura da Estratégia Saúde da Família e a outros fatores, indicadores como a taxa de mortalidade infantil (referente às crianças menores de um ano), os óbitos infantis caiam muito nas últimas décadas no Brasil. Entretanto, a meta de garantir a toda criança brasileira o direito à vida e à saúde ainda não foi alcançada, pois persistem desigualdades regionais e sociais inaceitáveis.

          A Unidade Básica de Saúde (UBS) Clemildo Amâncio dos Santos, está localizada no povoado Matinha, no município Umbaúba do estado Sergipe. A infraestrutura da UBS existente está dentro dos padrões propostos pelo Ministério de Saúde, sendo de Porte I. Para avaliar a atenção à saúde da criança nessa UBS, recentemente foi feita uma reunião para autoavaliação com a ferramenta de Autoavaliação para Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (AMAQ), que auxilia no planejamento de ações da equipe. A autoavaliação é o ponto de partida para as ações de melhoria e qualidade dos serviços, devendo ser entendido como um processo necessário e contínuo nas ações de monitoramento e acompanhamento pelos gestores, profissionais e equipes (BRASIL, 2016).

Para isso, foi utilizada a avaliação por um questionário (quadro 1)

          Questionário (citado no Anexo, do atual documento), em conjunto, com todos os participantes na reunião. Nosso objetivo é ter o registro atualizado de todas as crianças menores de 2 anos, garantir uma linha de cuidados das crianças do território e viabilizar o atendimento oportuno de acordo com as necessidades de saúde dos indivíduos.

         Quadro 1: Questionário para avaliação do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança na UBS Clemildo Amâncio dos Santos do município de Umbaúba, no estado de Sergipe.

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento)?

 

 

      X

 

A equipe utiliza protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos?

 

 

      X

 

A equipe possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território?

 

    

      X

 

A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento?

 

 

      X

 

Há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade?

 

 

      X

 

 

No acompanhamento das crianças do território, há registro sobre:

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

Vacinação em dia

     X

 

Crescimento e desenvolvimento

     X

 

Estado nutricional

     X

 

Teste do pezinho

     X

 

Violência familiar

     X

 

Acidentes

     X

 

A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar)?

 

     X

 

A equipe realiza busca ativa das crianças:

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

Prematuras

     X

 

Com baixo peso

     X

 

Com consulta de puericultura atrasada

     X

 

Com calendário vacinal atrasado

     X

 

A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses?

 

     X

 

A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança?

 

     X

 

 

       A equipe tem o cadastro atualizado das crianças até os 2 anos do território e realiza o acompanhamento de puericultura nas crianças de até os 12 meses (crescimento/desenvolvimento), seguindo as recomendações de consultas de rotina no primeiro ano de vida (1ª semana, 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês). Além de duas consultas no 2º ano de vida (18º e 24º mês). A partir do 2º ano de vida, as consultas são anuais e próximas ao mês do aniversário.  

          Como parte das atividades, é realizada a busca ativa para garantir que o teste do pezinho seja colhido em todo recém-nascido com 3 a 5 dias de vida, de preferência no terceiro dia. A amostra é levada para a Secretaria de Saúde que se encarrega de enviá-la para o estudo. O resultado é dado aos pais nas consultas de acompanhamento das crianças.

            Os pais são informados do seguimento do esquema de vacinação que foi iniciado na maternidade e que vai ser uma proteção da criança frente às doenças. É preenchida a caderneta com a data, nome da vacina e lote e também informado no sistema digital de controle de vacinas.

        O trabalho da equipe é guiado pelos protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos. A mãe tem a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento onde é escrito os dados do nascimento e posteriormente os dados do acompanhamento na UBS. Existe um prontuário individual de cada usuário na unidade, assim como espelho das cadernetas de saúde da criança com informações equivalentes.

        A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e do Conselho Tutelar, desenvolvendo ações interinstitucionais. Os usuários com demandas identificadas são acompanhados pela equipe, e se necessário, pelos profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) ou são encaminhados para outras instituições.

           A equipe de saúde no trabalho desenvolve atividades individuais de educação em saúde, mas também tem uma programação na agenda mensal de atividades coletivas, começando no período pré-natal. Nesses momentos inicia-se a introdução das vantagens do aleitamento materno exclusivo e dos cuidados com o recém-nascido. São realizadas palestras e reuniões de gestantes onde são mostradas as diferentes posições para o aleitamento. Para conseguir maior interrelação as gestantes têm uma participação ativa nas atividades, havendo espaço para que elas exponham a suas experiências e esclareçam as dúvidas.

            Durante as consultas de puericultura é informado aos pais como é a proposta do acompanhamento dos filhos, programação de consultas, calendário vacinal proposto pelo Ministério da Saúde. Além disso, é abordada a prevenção de acidentes, visto que eles são causas frequentes de morbimortalidade infantil.

          A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e há o estímulo para o aleitamento materno até os 24 meses da criança, associando-o com alimentos saudáveis. Os pais orientados sobre quais são os alimentos que podem ser introduzidos e o momento adequado. A equipe também expõe sobre a importância da higiene pessoal e coletiva, pois há influência na prevenção de doenças que afetam as crianças e os demais integrantes da família.

            Existem crianças com consultas atrasadas porque ainda tem mães que consideram que seus filhos só precisam de consultas no momento em que estão doentes, e isso interfere no adequado acompanhamento das crianças pela equipe de saúde. Isso não acontece com a aplicação das vacinas, pois as mesmas estão que estão atualizadas nas crianças até os 2 anos de vida e são consideradas como ação exitosa pela equipe.

         A equipe realiza busca ativa para identificar crianças com sobrepeso, obesidade ou baixo peso. Sendo assim, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizam mensalmente a pesagem das crianças, e em cada consulta os demais profissionais da equipe avaliam o estado nutricional da criança. Dependendo do resultado dessas avaliações são realizadas ações como encaminhamento ao nutricionista e/ou pediatra, mas a criança continua a ser acompanhada pelos profissionais da equipe. Ressalta-se que a avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado nutricional das crianças.

         Dentre as estratégias utilizadas pela equipe estão a capacitação da equipe de saúde e o planejamento das ações. Os dados para a avaliação do questionário foram coletados das seguintes fontes: registros da UBS, de fontes secundárias como Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), sala de situação, entrevistas com informantes-chave da comunidade utilizando questionários curtos e observação ativa da área pelos membros da equipe, especialmente os ACS. Foi necessário trabalhar com folhas de papel, canetas, laptop, como material de apoio.

         Na realização da reunião, apresentamos dificuldades, pois não tive um 100% de assistência dos ACS, pois 03 estavam afastados do trabalho por férias, licença maternidade e at stado médico.

          O principal fator que dificulta o controle das crianças é a grande área de abrangência da nossa equipe, visto que isso faz com que a UBS fique distante dos povoados. Em virtude disso as mães não conseguem ir a todas as consultas de puericultura programadas pela equipe e as atividades coletivas de promoção de saúde e prevenção de doenças. Esse fato contribui para que as famílias priorizem a visita à unidade para ser feita a vacinação das crianças e consultas quando as crianças estão doentes.

        A realização desta reunião para avaliar as ações desenvolvidas pela equipe contribuiu para reforçar a importância de conhecer os fatores que dificultam a adesão das famílias com crianças ao acompanhamento da puericultura na UBS, considerando os fatores biológicos, psicológicos e sócias. Sendo assim, a reunião propiciou também a identificação das deficiências da equipe do desenvolvimento diário das ações que envolvem a atenção à saúde da criança na UBS.

           É possível oferecer informação às famílias e à comunidade em geral nos processos de educação em saúde. Nosso trabalho do dia a dia a equipe deve propor intervenções que estimulem um estilo de vida saudável e que diminuam os fatores de riscos modificáveis. Sendo assim, o trabalho de cada integrante da equipe tem que sensibilizar as pessoas da nossa área de abrangência, sobre a importância da promoção da saúde e a prevenção de doenças.

 
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