Titulo: Melhor prever que curar.
Autora: Dayanis Lafargue Martìnez
Orientadora : Juliana Ferreira Lemos
As doenças crónicas não transmissíveis (DCNT) são as principais causas de morte no mundo, correspondendo a 63% dos óbitos em 2008. Um terço dessas mortes ocorre em pessoas com idade inferior a 60 anos e em países de baixa e média renda. A maioria dos óbitos por DCNT são atribuíveis às doenças do aparelho circulatório (DAC), ao câncer, à diabetes e às doenças respiratórias crônicas. As principais causas dessas doenças incluem fatores de risco modificáveis, como tabagismo, consumo nocivo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada. (BRASIL, 2011).
No Brasil as doenças crônicas não transmissíveis constituem o problema de saúde de maior magnitude e correspondem a 72% das causas de mortes. Em 2007, a taxa de mortalidade por DCNT no Brasil foi de 540 óbitos por 100 mil habitantes. Os fatores de risco mais importantes são os níveis de atividade física na população adulta, que são baixos (15%) e apenas 18,2% consomem cinco porções de frutas e hortaliças em cinco ou mais dias por semana. O 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura e 28% consomem refrigerantes cinco ou mais dias por semana, o que contribui para o aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade. Como determinantes sociais das DCNT, são apontadas as desigualdades sociais, a baixa escolaridade, a baixa renda e as desigualdades no acesso à informação, além dos fatores de risco modificáveis antes mencionados, tornando possível sua prevenção. (BRASIL, 2011).
Em Arauá – SE as DCNT são umas das queixas que mais apresentam os pacientes. Nossa equipe oferece serviço a quase 3000 habitantes dos quais aproximadamente 20 % sofre de alguma doença crónica e em ocasiões de várias, sendo mais complexo seu tratamento e controle. As doenças com maior prevalência são a Hipertensão Arterial(HTA), Diabetes Mellitus(DM), Transtornos Psiquiátricos e Asma Bronquial. De janeiro do 2017 até agosto do 2018 se há detectado aproximadamente 25 casos novos de HTA e 10 de DM muitos dos quais apresentavam vários fatores de risco modificáveis que levarão ao desenvolvimento da doença, além de ter fatores hereditários e sociais incluídos. São estas doenças com maior incidência as que também apresentam mais complicações e sequelas, temos na área no mesmo período 5 casos de Acidente Vascular Encefálico e 2 pacientes com úlceras crónicas do pé diabético, os quais após retornar à área há precisado de atenção especializada como fisioterapia, acompanhamento com cardiologistas e endócrinos para manter a compensação de suas doenças, sempre monitorados pela equipe de saúde.
Por ser um tema de grande importância e vigência nossa equipe decidiu fazer uma microintervenção para debater com a população sobre este tópico. Para iniciar o trabalho a equipe se reuniu na sala multifuncional de nossa matriz em Olhos de Água com o objetivo de avaliar e detectar potencialidades e fragilidades; organizar estratégias e elaborar o plano de intervenção para promover métodos de vida saudável que ajudem a prever as doenças crónicas. Para este fim utilizamos como instrumento de autoavaliação o Questionário da Microintervenção (Anexo I) oferecido pela universidade e baseado no PMAQ-AB (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica)
Depois de responder o questionário se realizou um debate sobre os diferentes tópicos e se concluiu que a equipe tem as seguintes potencialidades.
Se analisou também nossas fragilidades:
Baseados em nossas fragilidades detectadas, na mesma reunião se decide elaborar entre todos uma planilha de registro dos casos com doenças crónicas não transmissíveis para o melhor controle destes pacientes (Anexo II). Além pelo baixo nível de escolaridade e pelo incremento observado de hábitos tóxicos, consideramos que era pertinente realizar uma microintervenção integral abordando os tópicos essenciais sobre prevenção, detecção e tratamento das doenças crónicas não transmissíveis.
Objetivos
A microintervenção foi feita nos povoados de Sucupira e Progresso que contam com o maior número populacional de nossa área e são também os postos de saúde com mais pacientes hipertensos e diabéticos. Durante a palestra se tentou conscientizar à população sobre a importância de prever estas doenças através de práticas de saúde adequadas como fazer atividades físicas regular de acordo com as condições de cada pessoa, levar um regíme dietético saudável e evitar hábitos tóxicos como o cigarro, álcool ou drogas que podem provocar aparição das doenças ou a descompensação das já estabelecidas. Para apoiar-nos em nosso labor participou a Nutricionista do município que palestrou sobre o regime dietético adequado para cada patologia e a importância de incrementar o uso de verduras, frutas e proteínas na dieta.
Após palestrar se deu a palavra aos participantes que consideraram oportuno haver debatido sobre um tema tão atual e presente em suas vidas. Considero que à palestra foi bem recebida e os resultados foram satisfatórios. A equipe com o apoio da Nutricionista conseguimos conscientizar às pessoas sobre estas doenças crónicas aumentando os conhecimentos gerais sobre o tema, melhorando sua percepção de risco, modo de prevenção e tratamento.
Bibliografia:
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crónicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil. 2011-2022. Brasília. Ministério da Saúde, 1 ed, 2011. Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf
Anexo I
Questionário para microintervenção
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Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL |
Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?
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X |
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X |
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Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?
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7 DIAS COMO PROMEDIO |
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7 DIAS COMO PROMEDIO |
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A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?
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X |
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X |
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A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?
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X |
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X |
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A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?
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X |
Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?
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X |
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X |
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A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?
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X |
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X |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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X |
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A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?
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|
X |
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X |
Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?
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X |
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X |
A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?
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X |
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X |
Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?
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|
X |
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A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?
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X |
|
X |
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EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos? |
X |
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Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação? |
X |
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Se SIM no item anterior, quais ações? |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Oferta ações voltadas à atividade física |
X |
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Oferta ações voltadas à alimentação saudável |
X |
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Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Encaminha para serviço especializado |
X |
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Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso |
X |
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Anexo II
Planilha de registro dos casos com doenças crónicas não transmissíveis do PSF 2
Arauá – Sergipe
Nome completo |
Cartão de SUS |
Idade |
Endereço |
HTA |
DM |
maior risco/gravidade da doenca |
Acompanhamento especializado |
IMC |
Sequelas |
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sim |
não |
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Anexo III
Fotos das microintervenções realizadas pela equipe com o apoio da Nutricionista do município.
Ponto(s)