15 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: Atenção à saúde da criança na Unidade Básica de Saúde Josefa Alves dos Santos no município de São Vicente-RN.

 ESPECIALIZANDO: ARISBEL GONZALEZ MCKENN

 ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO

 COLABORADORES

Nossa equipe de saúde, no processo de autoavaliação como estratégia permanente para o desenvolvimento do PMAQ na atenção básica, realizou uma análise sobre o cuidado na atenção à saúde da criança em nossa área de abrangência.

A presente microintervenção tem como objetivos norteadores:

  • Avaliar a atenção a criança de zero a nove anos de idade.
  • Avaliar a atenção integral a outras faixas etárias (adolescentes).
  • Avaliar estado atual do esquema de vacinação nestes grupos etários.

Aproveitamos o espaço das reuniões mensais de nossa equipe de saúde, e em um ambiente de total cooperação e com a participação de todos os nossos profissionais, começamos a fazer nosso debate, respondendo o questionário proposto.

Questionário para Microintervenção

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento)?

 

X

 

A equipe utiliza protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos?

 

X

 

A equipe possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território?

 

X

 

A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento?

 

X

 

Há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade?

 

X

 

No acompanhamento das crianças do território, há registro sobre:

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

Vacinação em dia

X

 

Crescimento e desenvolvimento

X

 

Estado nutricional

X

 

Teste do pezinho

X

 

Violência familiar

X

 

Acidentes

X

 

A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar)?

 

X

 

A equipe realiza busca ativa das crianças:

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

Prematuras

X

 

Com baixo peso

X

 

Com consulta de puericultura atrasada

X

 

Com calendário vacinal atrasado

X

 

A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses?

 

X

 

A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança?

 

X

 

 

 Após a discussão de cada ponto das questões, foram expostas todas as potencialidades e dificuldades com que contamos. Em relação à puericultura de zero a nove meses de idade, as consultas seguem um roteiro com os mesmos itens de uma consulta clínica: anamneses, exame físico e solicitação de exames subsidiários (se for necessário). Nosso padrão para oferecer uma atenção de qualidade é:

  • Garantimos uma visita domiciliar ao binômio, mãe e filho na primeira semana de vida até o 5º dia após o parto para verificar o estado geral da criança, principalmente os sinais de alerta que indicam perigo à saúde da mesma.
  • Avaliamos ou encaminhamos com tempo oportuno para a realização dos testes de triagem neonatal (teste do pezinho, da orelhinha e do olhinho).
  • Avaliamos e registramos, o estado de saúde da criança na caderneta de saúde e no prontuário, verificando o ganho de peso, frequência cardíaca e respiratória, temperatura, palpação das fontanelas e desenvolvimento neuropsicomotor.
  • Orientamos sobre o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida da criança.
  • Realizar no mínimo sete consultas de acompanhamento durante o primeiro ano de vida.
  • Preconizamos a realização de consultas anuais, a partir dos dois anos de idade até os nove anos.

Nos atendimentos de zero a dois anos de idade, não temos muitas dificuldades pois cumprimos com os protocolos e recomendações do Ministério da Saúde. A única dificuldade, é que não temos Pediatra em nosso município e as crianças com sinais de alerta devem ser encaminhadas para o município de Currais Novos.

Nossas potencialidades nesta faixa etária foram:

  • Realizamos uma consulta odontológica no segundo ano de vida.
  • Em nosso município realizamos os testes do pezinho e da orelhinha, pois contamos com uma fonoaudióloga no NASF.
  • Temos a taxa de mortalidade materno-infantil em zero e não temos baixo peso ao nascer, até a atualidade.
  • Fazemos controle e pesquisa ativa das carências nutricionais nas crianças e oferecemos suplementação profilática.
  • Orientamos a mãe e familiares, sobre os cuidados com a criança: como é alimentação, higiene, estimulação e outros aspectos psicoafetivos.
  • Prestamos atenção especial às crianças para as quais as condições ambientais, sociais e familiares são desfavoráveis, com história de morte de crianças com menos de 5 anos na família, recém-nascido de mãe adolescente ou com baixa instrução.
  • Orientamos sobre a consulta de puerpério e de acompanhamento do bebê (se possível agendamos as consultas na mesma data para a mãe e filho), estimulando a participação do pai.

Já com os adolescentes identificamos a maior quantidade de problemas, pois eles apresentam demandas múltiplas e específicas, relacionadas com a saúde física e emocional, assumindo comportamentos de risco, buscando socializar-se e identificar-se com os adultos, em um mundo de ambiguidades, que podem levá-lo a revoltar-se contra a sociedade e se marginalizar. E muitos de nossos profissionais não estão preparados para lidar com questões complexas na essência.

Nesta faixa etária, o nível de assistência ao atendimento médico de rotina é muito baixo, pois, muitos deles já estão trabalhando de forma independente, são casados (as), tem filhos ou moram sozinhos (as). O que dificulta a realização de um acompanhamento sistemático de qualidade.

Nossas propostas para reverter a situação foram:

  • Realizar busca ativa de adolescentes na comunidade, oferecendo atendimento periódico e de rotina quando a situação exigir.
  • Que o adolescente, conheça melhor nosso serviço, nossos profissionais e suas rotinas, de modo a reduzir a ansiedade existente na relação entre paciente e serviço de saúde.
  •  Sendo o adolescente, o protagonista principal dessa relação, deve desempenhar um papel ativo nas ações de promoção de saúde, prevenção de agravos e desenvolvimento integral, aprendendo a cuidar-se adequadamente.
  • Envolver a família no processo de atendimento.

O Programa Saúde na Escola, é outra forma de realizar orientação antecipatória nos adolescentes, pois, por meio de palestras e aulas demonstrativas ensinamos a compreender as modificações físicas, emocionais e sociais pelas quais estão passando e a importância de se envolverem de forma ativa nos cuidados de sua própria saúde.

No último ponto de nossa reunião, discutimos a campanha de vacinação, nesta não temos grandes dificuldades pois com o apoio dos Agentes Comunitários de Saúde e os técnicos de enfermagem, mantemos os esquemas de vacinas da população atualizado, já que contamos com um caderno de vacinas, o qual permite verificar em tempo real as crianças com vacinas atrasadas e assim tomar as ações pertinentes para sua solução.

Um exemplo é a campanha de vacinação Sarampo e Poliomielite 2018, para crianças de um a quatro anos, onze meses e vinte e nove dias na qual, temos uma população de duzentos e setenta e cinco crianças e cujos resultados foram os seguintes:

– Cobertura vacinal Poliomielite –  foram aplicadas duzentos e setenta doses para um 98,18%.

– Cobertura vacinal Sarampo – foram aplicadas duzentos e sessenta e seis doses para um 96,73%.

Com esta microintervenção, pretendemos manter e\ou fortalecer as boas práticas das medidas de avaliação do crescimento e desenvolvimento, a prescrição de bons hábitos nutricionais e de atividades físicas, indicação de ampla cobertura vacinal e orientação quanto à eliminação ou redução dos comportamentos de risco.

 

 

 

 

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