O ACOLHIMENTO NORTEANDO AS PRÁTICAS DA EQUIPE DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE JOÃO INÁCIO DE OLIVEIRA
ESPECIALIZANDO: NEDILSON DE OLIVEIRA LARIU
ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS
Ao ser apresentado à equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) João Inácio de Oliveira, município de Patu, Rio Grande do Norte (RN), discorri sobre a maneira como desempenho o trabalho médico. Destacando a importância de cada um enquanto componente de uma equipe responsável pela saúde da população. Somos incapazes sozinhos, mas unidos, seremos eficientes nas resoluções dos problemas.
Com isto, e por isto apostamos na frequente capacitação e troca de experiências entre os profissionais (Figuras 1, 2 e 3), o que proporcionou o aperfeiçoamento da equipe como um todo. Rapidamente conseguimos um ótimo ambiente de trabalho. Como também eficiência na execução de nossas funções (individuais e em equipe).
Figura 1. Reunião com a equipe de saúde.
Figura 2. Reunião com a equipe de saúde.
Figura 3. Reunião com a equipe de saúde e gestão municipal.
A questão do acolhimento apresenta-se, sem dúvidas, como o grande entrave para a implementação de um bom trabalho de saúde pública e foi escolhida para ser o primeiro desafio a ser vencido. Analisando a demanda para a consulta médica, observei que a procura por atendimento pelos mesmos pacientes, dentre eles hipertensos, diabéticos, psiquiátricos, era excessiva.
Como a Unidade de Saúde já desenvolvia trabalhos com grupos de pacientes (hipertensos, diabéticos, gestantes, usuários que necessitavam de atendimento na área de saúde mental, tabagismo e doença pulmonar obstrutiva crônica-DPOC), a estratégia foi exatamente explorar mais eficientemente a participação popular através de palestras, reuniões de grupos terapias alternativas (chás, alimentos, fitoterapia) com a presença de todos os componentes da equipe da Unidade Básica de Saúde e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Além destas atividades em grupos, participo de programa de rádio na emissora local e principalmente em consultório com orientação individual (dieta, horário de medicação, exercícios físicos, higiene pessoal). Com essas atividades educativas conseguimos reduzir significativamente os excessos da demanda.
É importantíssimo destacar que toda essa participação só colherá frutos se usarmos o linguajar simples, alcançáveis aos ouvidos de quem não teve a mesma sorte de frequentar escola.
Afinal “Se você sabe, não se prive de ensinar a quem não aprendeu. O ensino é como o sol a criar um novo dia: A mente clareia para quem ensina e ilumina-se para quem aprende (Inácio Dantas).” E “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (Cora Coralina).”
Ao iniciar o trabalho na UBS, o profissional médico é sempre testado pela comunidade de uma maneira equivocada, sempre voltada para a prática curativa (remédios, exames, entre outros). Uma anamnese direcionada e a exigência de retorno devidamente registrada em prontuário já estabelece o vínculo com o profissional e o convite a participar das palestras o vínculo com a Unidade de Saúde. É necessário que o médico tenha a consciência do seu real valor como agente da promoção da saúde.
Atualmente estamos melhorando o acolhimento em nossa unidade com a implantação do Registro Clínico Orientado por Problemas (RCOP). Inicialmente, em fase experimental, começamos com o profissional médico realizando todo o registro. Na folha 1, a base de dados (prontuário, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), nome, endereço, alergias, antecedentes pessoais, antecedentes familiares e exame clínico: anamnese e exame físico); na folha 2, a lista de problemas reconhecidos pelo paciente com datas de identificação e resolução e observações; na folha 3, evolução/acompanhamento subjetivo, objetivo, avaliação, plano (SOAP).
Temos atualmente cerca de trinta pacientes que faz o acompanhamento em domicílio, são acamados e/ou portadores de sequelas e/ou deficientes ou com dificuldades de locomoção. A equipe que realiza a visita domiciliar já vai informada dos problemas observados pela agente comunitária de saúde e com a estratégia de ação. É sempre um momento da orientação individual ao cuidador(a) e manifestação de carinho, atenção e dedicação ao paciente. Destes, somente dois são risco 2 (R2) e a maioria são risco 1 (R1). Com essas ações de toda equipe e o apoio do NASF estamos conseguindo realizar um bom trabalho.
Ponto(s)