9 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

TÍTULO: CONTROLE DE DOENÇAS CRÔNICAS E BUSCA ATIVA DE NOVOS REGISTROS

ESPECIALIZANDO: WANDEIR LIMA DOS SANTOS

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

COLABORADORES: ANNAYR BARRETO (COORDENADORA DA ATENÇÃO BÁSICA MUNICIPAL); ALINE TÂMISA OLIVEIRA (ENFERMEIRA DA UNIDADE BÁSICA); ELEÔNIA SILVA (TÉCNICA EM ENFERMAGEM DA UNIDADE BÁSICA); MAÍSA SILVA (AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE); ELENILDA OLIVEIRA (AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE)

 

As DCNT são multifatoriais, ou seja, determinadas por diversos fatores, sejam eles sociais ou individuais. Elas se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração. As doenças cardiovasculares, os cânceres, as doenças respiratórias crônicas e o diabetes mellitus se configuram como as principais doenças crônicas não transmissíveis, tendo sido responsáveis, em 2015, por 51,6% do total de óbitos na população de 30 a 69 anos no Brasil (BRASIL, 2015).

        No âmbito do Ministério da Saúde, a vigilância epidemiológica de DCNT, é responsabilidade da Coordenação-Geral de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). (BRASIL, 2013). Ao longo da elaboração deste relato, vários pontos foram analisados, levando-se em conta a dimensão e relevância deste tema dentro da nossa Unidade Básica de Saúde, diariamente.

         Doenças crônicas não transmissíveis são, sem sombra de dúvidas, as condições mais prevalentes em nosso meio. Quando iniciei meu período de trabalho diante de toda a Equipe, não demorou muito para que pudesse perceber os altos índices de pacientes portadores de condições como estas. Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e aumento de risco cardiovascular, em conjunto, representam uma parcela sólida, permanente e muito presente no nosso dia a dia profissional.

      Baseados nesta alta prevalência, decidimos realizar algumas pequenas reuniões ao longo dos primeiros meses de trabalho, desde o meu ingresso nesta Equipe de Saúde, buscando melhoria e otimização em vários pontos relacionados a esta temática.

      Foi iniciada uma discussão sobre que estratégias poderíamos utilizar para um melhor acompanhamento dos casos de pacientes devidamente registrados na Unidade, como também para a realização e rastreamento de novos casos, ainda não protocolados em nosso ponto de trabalho.

     Um dos componentes da Equipe, nossa Enfermeira, sugeriu que o “hiperdia”, presente no calendário até a saída do último médico, oito meses atrás, fosse outra vez instituído e adicionado ao nosso calendário mensal. O Hiperdia destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. 

     Devidamente implementado ao nosso calendário mensal, o hiperdia, que se realiza 03 (três) dias por mês, nos ajudou a melhorar e controlar a maior parte dos casos, ficando sempre em pendência os casos de pacientes que não cumprem a terapêutica e orientações, repetidamente passadas. Porém, ainda nos ficou evidente a necessidade de realizar outras ações para resultados ainda melhores, pois a quantidade de portadores de condições crônicas registrados se mostrou bem elevada, sem contar os casos desconhecidos.

     Por conta disto, foi decidido que algumas outras estratégias seriam colocadas em prática a partir do mês seguinte (dezembro de 2017). Onde iniciamos a busca ativa de casos, através da ajuda dos nossos Agentes Comunitários de Saúde, visitas domiciliares, e aproveitamento de consultas por quaisquer outros motivos para rastrear, principalmente paciente que apresentam fatores de risco, tais como obesidade, alcoolismo, tabagismo, histórico familiar de DM ou HAS.

     Também ficou decidido algum tempo depois, que seriam realizadas ações para grupos de portadores, como não portadores, como utilização de multimídia, fotos, orientações, abrindo espaço para tirar dúvidas etc. Realizada em apenas duas (02) oportunidades, de abril de 2018 até aqui, por dificuldade com multimídia, e muitas vezes até com energia elétrica devido a localização da Unidade, em uma zona rural extrema.

     Outro componente fundamental nesta luta diária, foi a implementação no mês de junho de 2018, em nosso Município, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que através de vários profissionais, destacando-se para o apoio aos pacientes crônicos, nutricionista e educador físico, que desde o início de suas atividades, nos aportaram um matriciamento indispensável, representado claramente, pela melhoria da qualidade de vida, e controle de pacientes envolvidos nas condições acima mencionadas.

     Seguimos diariamente, através destas estratégias e do contato mais voltado de maneira individual, também, buscando analisar caso a caso para uma melhor resolução, e estratificando registros de quadros similares, com objetivo de ganhar tempo para os nossos pacientes, através da conscientização em grupos devidamente montados, de acordo à semelhança dos casos, como critério.

      Os resultados ainda se mostram um pouco distantes do que desejamos por diversos fatores, como condições econômicas, culturais, sensação de abandono por parte destes moradores da zona rural com relação ao município, além da baixa infraestrutura que nos é oferecida, porém, as ações também mostram resultados satisfatórios, em várias das suas esferas, muito por conta de todo o esforço de cada membro da Equipe de Saúde presente neste local.

 

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37)

 

 

QUESTIONÁRIO PARA MICROINTERVENÇÃO

Em relação às pessoas com Hipertensão Arterial

Em relação às pessoas com Diabetes Mellitus

QUESTÕES

SIM

NÃO

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?

x

 

x

 

Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?

21 Dias

 

21 Dias

 

A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?

x

 

 

 

A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?

x

 

 

 

A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?

 

 

 

x

Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?

 

x

 

x

A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?

x

 

 

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

x

 

 

 

A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?

 

x

 

 

Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?

x

 

x

 

A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?

 

x

 

x

Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

x

 

A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?

 

 

x

 

A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?

 

 

 

x

EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos?

x

 

Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação?

x

 

Se SIM no item anterior, quais ações?

QUESTÕES

SIM

NÃO

Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS

x

 

Oferta ações voltadas à atividade física

x

 

Oferta ações voltadas à alimentação saudável

x

 

Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS

x

 

Encaminha para serviço especializado

x

 

Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso

 

x

 

 

 

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