Relato de experiência IV
Título: Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde.
Aluna: Anelys Mendoza González.
Orientadora: Romanniny Evillyn Silva Costa Almino.
A saúde mental é um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional ou a ausência de uma doença mental.
Na Atenção Básica, o desenvolvimento de intervenções em saúde mental é construído no cotidiano dos encontros entre profissionais e usuários, em que ambos criam novas ferramentas e estratégias para compartilhar e construir juntos o cuidado em saúde, por meio de ações próprias do processo de trabalho das equipes, e atitudes que possibilitam suporte emocional aos pacientes em situação de sofrimento.
As intervenções em saúde mental devem promover novas possibilidades de modificar e qualificar as condições e modos de vida, orientando-se pela produção de vida e de saúde e não se restringindo à cura de doenças.
Nesse sentido, na Unidade Básica de Saúde-UBS Felix Pinto, nossa equipe foi convocada para uma reunião, onde destacamos a importância da identificação precoce dos casos e o correto seguimento dos mesmos.
Além disso para promoção de saúde mental, e prevenção, fizemos palestras em diferentes cenários, incluindo as escolas, e criamos grupos de adolescentes onde comentamos temas de interesse relacionado com o consumo de álcool e drogas, a depressão, e os problemas próprios dessa faixa etária que podem desenvolver sofrimento de doenças mentais.
Para o atendimento diferenciado aos casos identificados, criamos um instrumento de controle que inclui os dados pessoais dos usuários em uso crônico de medicamentos, dos usuários com necessidade decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas, e dos casos mais graves de usuários em sofrimento psíquico, além do tratamento, acompanhamento e avaliação dos mesmos.
No instrumento são preenchidos o nome completo de cada um dos pacientes, idade, sexo, número do cartão do Sistema Único de Saúde-SUS, endereço, diagnóstico, tratamento, uso de álcool ou drogas e acompanhamento.
A equipe faz acompanhamento das pessoas com sofrimento psíquico na área de abrangência, mediante atividades coletivas e individuais.
Na hora que o paciente chega à unidade é acolhido e atendido pelos profissionais, com a escuta qualificada, identificação das necessidades, diagnóstico e tratamento da doença. Também são desenvolvidas atividades na visita domiciliar, pois a avaliação do cenário familiar é fundamental, o mesmo pode ser um grande apoio no tratamento dos pacientes, e gerar mudanças nos estilos de vida.
Contamos com o apoio do psicólogo do Núcleo de Apoio à Saúde da família (NASF), para o acompanhamento compartilhado dos casos quando é necessário.
No Município, contamos com o Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I), onde são referenciados os pacientes com transtornos mentais severos e persistentes. A frequência dos usuários nos CAPS dependerá de seu projeto terapêutico, com apoio da família, e a possibilidade de envolvimento nas atividades comunitárias, e de geração de renda e trabalho, e com a contra-referência, para continuar o acompanhamento pela equipe da UBS e o NASF na comunidade.
Em geral a Rede de Saúde Mental na região está organizada de forma que permite um atendimento integral dos usuários, são feitas capacitações com periodicidade que integra o pessoal da ESF, NASF, e CAPS, e continuamos trabalhando para melhorar a qualidade da Atenção Básica.
Para nossa intervenção descrevemos um caso de uma paciente de nome MSC, viúva, de 50 anos, sem história de doença, que compareceu à unidade de saúde apresentando cefaleia e olhos avermelhados.
Durante a conversa a paciente se mostrou chorosa. Apresentava dificuldade para dormir, anorexia, astenia, labilidade afetiva, diz que passa o dia chorando porque lembra muito de seu marido que morreu há um ano por cirrose hepática causada por etilismo.
A paciente referiu está com temor de adoecer pela mesma causa porque ela o acompanhava no mesmo hábito, que abandonou na hora que seu marido adoeceu, mas tem dias com vontade de voltar a beber. A paciente é mãe de 5 filhos que não moram juntos devido a conflitos existentes entre eles.
Na consulta fizemos o diagnóstico de depressão moderada, e foi indicado tratamento sintomático, estabelecendo o protocolo de atendimento. Nesses casos, preenchemos o prontuário individual, colocamos os dados da paciente no instrumento de controle e notificamos ao agente comunitário de saúde-ACS para fazer visita domiciliar da mesma.
A paciente foi orientada sobre hábitos de vida saudável como dieta exercícios físicos, diminuição do estresse, e foi encaminhada para a consulta com o psicólogo do NASF.
Ainda existem dificuldades, na execução da microintervenção achamos problemas organizativos, que foram solucionados na medida que fizemos o trabalho.
Espero com sua continuidade alcancemos mudanças significativas, determinadas em uma diminuição dos casos, e em uma maior satisfação do usuário com nosso atendimento, elevando assim o acesso e a qualidade da atenção.
Ponto(s)