Microintervenção educativa para melhoria da atenção à saúde da pessoa com Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus na Unidade Básica de Saúde Nova Aparecida, Santana do Matos, Rio Grande do Norte
UNIDADE DE SAÚDE: Unidade Básica de Saúde (UBS) Nova Aparecida.
DISCENTE: Mirelvys Rodriguez Pileta.
ORIENTADORA: Daniele Vieira Dantas.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) representam um sério problema de saúde a nível mundial, tanto por sua prevalência elevada, como por suas taxas de morbimortalidade. O Brasil tem um índice elevado de pessoas com esses agravos que constituem os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares (SARTORELLI; FRANCO 2003). Neste contexto, o acompanhamento demonstra ser uma importante estratégia de controle destas condições de saúde.
Como sabemos a Atenção Primária de Saúde (APS) é reconhecida como um componente primordial, por produzir um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abarca a promoção e proteção de saúde, prevenção de agravo, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde (BRASIL, 2006).
A APS desenvolve-se por meio do trabalho em equipe, destinada a populações de territórios demograficamente delimitados, baseada em princípios com universalidade, acessibilidade e coordenação, responsabilidade, humanização, integração e participação social.
A UBS Nova Aparecida conta com uma sala de recepção, uma sala de farmácia, um consultório para o médico, um consultório para a enfermeira, uma sala para realizar os curativos, um consultório do cirurgião-dentista, uma sala de prontuários e outra para realizar os procedimentos, um banheiro e uma cozinha. Apesar de não ter as condições estruturais adequadas e não ter os meios de comunicação como internet, computador e telefone, ela conta com o mais importante que é uma equipe de trabalho completa e responsável e com a vontade de ajudar e prestar um bom atendimento a todas aquelas pessoas que em algum momento possam chegar a precisar.
A equipe da UBS realizou reunião para avaliar o trabalho da unidade de saúde através da Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ). A primeira coisa que concordamos foi que deveríamos realizar uma análise real, abrangente e séria do nosso trabalho em geral. Cada membro da equipe ofereceu suas opiniões e qual poderia ser suas possível soluções.
A AMAQ, na versão impressa, foi avaliada quanto a Educação Permanente, Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde, especificamente nas seguintes subdimensiões Organização do processo de trabalho e Atenção integral à saúde.
Durante a análise da AMAQ, realizada pela médica, enfermeira, técnica e enfermagem e cinco Agentes Comunitários de Saúde (ACS), foram identificados problemas quanto a atenção à saúde da pessoa com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus. Os problemas dizem respeito ao não conhecimento real da quantidade de hipertensos e diabéticos nas áreas de trabalho de cada um dos ACS ou seja, os usuários não estavam cadastrados; não conhecimento de fatores de risco que podem levar ao paciente a essa doença; não ter tido uma estratégia eficaz para ter um melhor acolhimento; não ter atendimento de qualidade com exame físico completo, avaliação nutricional, pedidos de exames complementares de acordo ao protocolo para identificar a gravidade das suas doenças e até outras doenças associadas.
Por tudo isso, a equipe construiu a Matriz de Intervenção abaixo e realizou uma microintervenção com o objetivo de melhorar a qualidade da atenção dos usuários hipertensos e diabéticos da UBS Nova Aparecida, município Santana do Matos, Rio Grande do Norte (RN).
MATRIZ DE INTERVENÇÃO
Descrição do padrão: A Equipe de Atenção Básica (EAB) organiza melhoria da atenção à saúde da pessoa com hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus na UBS Nova Aparecida, Santana do Matos, RN. |
Descrição de situação problema para o alcance do padrão: Dificuldade na atenção à saúde para os pacientes hipertensos e diabéticos. |
Objetivo/Metas: Melhorar a assistência as pessoas, desenvolvemos capacitações com os profissionais atuantes, ações educativas com a comunidade, melhoria dos registros, visitas domiciliares, busca de faltosos, incremento na qualidade das consultas. |
Estratégias para alcançar os objetivos/ metas |
Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento de execução) |
Recursos necessários p/ o desenvolvimen-to das atividades |
Resultados esperados |
Responsáveis |
Prazos |
Mecanismos e indicado-res p/ avaliar o alcance dos resultados |
Cadastrar pacientes hipertensos e diabéticos |
Aulas com ACS |
Ambiente adequado |
Aumentar o conhecimento |
Equipe |
3 meses |
Redução do número de não cadastrados. |
Promoção de ações educativas com a comunidade |
Palestra com a comunidade |
Salão |
Aumentar o conhecimento |
Equipe |
3 meses |
Melhorar conhecimento da comunidade. |
Durante a microintervenção educativa desenvolvemos capacitações com os profissionais atuantes, ações educativas com a comunidade, melhoria dos registros, visitas domiciliares, busca de faltosos e incremento na qualidade das consultas.
Inicialmente o projeto de microintervenção foi apresentado a toda equipe de saúde da unidade durante uma reunião. A partir disso, foi dado seguimento semanal para incorporação de novas medidas ou estratégias para melhoras. Na reunião foi apontado o problema encontrado, a microintervenção desejada e idealizada pela pesquisa, os objetivos e a metodologia do trabalho.
A microintervenção foi feita dentro da comunidade, junto aos pacientes hipertensos e diabéticos. Inicialmente foi aplicado um questionário com linguagem clara e compreensível aos pacientes (Figura 1), em seguida foram oferecidas palestras educativas sobre os fatores de riscos e fatores modificáveis, como nutrição, prática de exercícios físicos e dislipidemias. Após as palestras educativas, realizou-se uma etapa de avaliação, com o questionário buscando analisar os conhecimentos adquiridos pela população em comparação com os resultados iniciais, em que comprovamos que a técnica aplicada foi eficaz.
Idade |
_______ |
Sexo |
( ) |
F |
( ) |
M |
|
Doença |
( ) |
HAS |
( ) |
DM |
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Tratamento |
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Exame complementar |
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Fatores de risco |
_______________________________________________ |
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Controle de TA |
_______________________________________________ |
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Frequência de avaliação agendada |
__________________________________ |
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Conhece complicações de sua doença |
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Figura 1. Questionário aplicado a população da UBS Nova Aparecida.
Também foram realizadas atividades para os ACS acerca de ações de promoção e estratificação dos diferentes tipos de riscos em pacientes com HAS e DM, cadastramento dos pacientes hipertensos e diabéticos da nossa comunidade, incentivo a a trazer os usuários não acompanhados para realização de acolhimento nossa unidade.
Com este projeto de microintervenção educativa, espera-se aprimorar os conhecimentos sobre a estratificação de risco de HAS e DM na população da UBS Nova Aparecida, identificar e incrementar o nível de conhecimento dos pacientes sobre a doença, identificar e modificar as dificuldades relacionadas aos conhecimentos com os fatores de risco modificáveis e estilo de vida saudável e avaliar como melhorar a atenção a esses pacientes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Caderno de Atenção Básica nº 19. Brasília: Ministério de Saúde, 2006.
SARTORELLI, D. S.; FRANCO, L. J. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 19, supl. 1, p. S29-S36, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000700004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 maio 2018.
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