6 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: SAÚDE MENTAL NA COMUNIDADE 

ESPECIALIZANDO: Indira Gonzalez Boan

ORIENTADOR: Maria Betânia Morais de Paiva

 

A Atenção Básica tem como um de seus princípios possibilitarem o primeiro acesso das pessoas ao sistema de saúde, inclusive daquelas que demandam um cuidado em saúde mental. Podemos dizer que o cuidado em saúde mental na atenção básica é bastante estratégico pela facilidade de acesso das equipes aos usuários e vice-versa.

A Equipe de Saúde da Família (ESF) deve estar preparada para identificar situações de sofrimento mental e lidar adequadamente com pacientes com transtornos psíquicos na comunidade. Nesse papel, a equipe deve quebrar paradigmas e preconceitos enraizados no tratamento, praticando os ideais propostos na reforma psiquiátrica brasileira na perspectiva de garantir um cuidado integral e humanizado a esses pacientes. Aprofundar seus conhecimentos nas estratégias a serem abordadas permitirá contribuir para a melhora da qualidade de vida e possibilitar a reintegração desses pacientes ao contexto social,bem como,suporte adequado às famílias que tanto sofrem nesse contexto.

É muito comum o profissional que atua na atenção básica se deparar com situações de abuso de psicofármacos e álcool, que devem ser identificadas e abordadas precocemente Desse modo, o relato de experiência discorrerá sobre uma doença muito comum no meu território, o alcoolismo. O consumo exagerado de álcool é um problema que traz implicações não só para a comunidade, mas para a família em geral, gerando conflitosde diversas ordens que podem culminar em tentativa de suicídio de algum membro da família.

Minha equipe em parceira com os profissionais do Núcleo Ampliado em Saúde de Família (NASF) e do Centro de Apoio Psicossocial(CAPS) realizaramuma abordagem multiprofissional e interdisciplinarem usuário alcoolista que além do álcool utilizava medicação de uso controlado para induzir o sono. 

            J.N.B. de 60 anos de idade, morador da zona rural de município João Câmara, de PSF 11, agricultor companheiro de M.A. P. de 54 anos de idade, com três(03) filhos,sendo duas (02) mulheres e um (01) jovem. A esposa era responsável pelo sustento da casa, pois o marido não trabalha e os filhos ainda são adolescentes. Segundo a esposa, senhor JNB fica violento quando ingere bebida alcóolica.

 Na perspectiva de elaborar uma linha de cuidado para o paciente em análise, fizemos uma reunião com toda equipe de saúde com o objetivo de visitar e conhecer toda essa família, para tomar algumas medidas de caráter preventivo e ajudar no necessário.

Na visita domiciliar, o paciente se irrita por se achar exposto diante da equipe de saúde e depois dessa tensão inicial ressaltamos de forma empática e acolhedora a importância do abandono de álcool, assim como, as complicações para toda família com a continuidade do vício. Depois de escutar tudo, ele decide ir à consulta por vontade própria para um melhor atendimento e dar início ao tratamento tanto psicológico quanto medicamentoso. Ao longo do tratamento contamos com a participação do NASF e após a abordagem interdisciplinar para a reabilitação do paciente é possível observar sinais de melhora significativa do quadro clínico.

No primeiro momento tivemos as dificuldades comuns à área rural, principalmente, em virtudes do acesso as consultas especializadas e ao acompanhamento do NASF.

Mas com a microintervenção equipe fica mais preparada para atenção e acompanhamento adequado dos pacientes com necessidades de cuidado em saúde mental. Além disto, a comunidade melhora sua interação, o paciente melhora a sua autoestima e sua relação familiar. Esperamos com a continuidade nosso trabalho estabelecer estratégias de promoção de saúde, educação, controle de doenças e envolvimento da comunidade. 

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