5 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Aperfeiçoamento da equipe para implantar o acolhimento para melhoria dos serviços na Unidade de Saúde “Antônio Lucas de Souza”.

 

A Atenção Básica à Saúde segundo o Ministério da Saúde constitui um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo situados no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde voltados para a promoção da saúde a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação (BRASIL,2017).

Em 2004, iniciou-se a implementação da Política Nacional de Humanização (PNH) conhecida como HumanizaSUS, destacando nesse processo a humanização como um conjunto de estratégias capaz de viabilizar a qualificação da atenção e da gestão em saúde no SUS (BRASIL,2004).

O acolhimento é o momento de primeiro contato entre o usuário e o profissional do sistema de saúde é um elemento essencial para o atendimento humanizado além de importante instrumento de organização do serviço de saúde (SOUZA et al.,2008).

O acolhimento é um momento primordial no atendimento em saúde, momento em que o usuário chega à unidade e faz o primeiro contato com aquele que se dispõe a atende-lo e atenda suas demandas (SOUZA et al,2008).

Na prática percebe-se que esse momento do atendimento aos usuários muitas vezes é realizado de maneira inapropriada por diferentes obstáculos para o desenvolvimento: despreparo dos profissionais para o trabalho, limitação de espaço físico, tempo reduzido para o atendimento devido à grande demanda, dentre outros (NERY et al, .2009).

Atualmente, na Unidade Básica de Saúde em que trabalho ocorre como forma de acolhimento com classificação um atendimento inicial à população sem qualquer organização e ainda bem distante do princípio de humanização. Não há o atendimento baseado nas prioridades e realizando a classificação por risco para demandas agudas evitando na medida do possível as filas por ordem de chegada e, principalmente, a resolutividade e diminuição da espera desnecessária dos usuários.

Além disso, o agendamento de consultas programáticas, como no caso, do programa hiperdia, tornou-se algo completamente distorcido visando apenas à renovação de receitas.

O presente trabalho evidenciou falha que ocorre no acolhimento dos pacientes, principalmente, no acompanhamento longitudinal tão necessário aos pacientes portadores de doenças crônicas, falta de capacitação dos profissionais, falta de protocolo de acolhimento, excesso de consultas por demanda espontâneas e falha no agendamento de consultas.

O objetivo da microintervenção foi a elaboração de um plano de ação proposto na Unidade de Saúde para auxiliar na implantação de um acolhimento efetivo e de acordo com o demandado pelo Ministério de Saúde.

Nesse contexto, realizamos reunião com toda a equipe, foram selecionados textos científicos e artigos, após leitura foram analisados dados sobre a população assistida pela equipe evidenciando-se que o perfil das consultas de demandas espontâneas era de pacientes que não possuíam queixas agudas e que deveriam estar agendados para consultas, em momento, posterior. Em relação às consultas agendadas a maior parte era de pacientes que compareceram à unidade para renovar receitas.

Utilizou-se a revisão bibliográfica realizada e os dados levantados para elaboração de um protocolo de acolhimento próprio e desenvolvimento de um curso rápido em dois encontros para capacitação dos profissionais da equipe.

 

 

PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO

 

  1. 1.    PACIENTE CHEGA À UNIDADE DE SAÚDE COM QUEIXA AGUDA:

 

a)    Profissional recepcionista abre a ficha de atendimento e encaminha para o técnico de enfermagem, onde o mesmo fará aferição de sinais vitais e o encaminha pra o enfermeiro que faz a devida classificação de risco.

b)    Priorização do atendimento e encaminhamento para a consulta médica.

 

 

  1. 2.    PACIENTE CHEGA À UNIDADESAÚDE SEM QUEIXA AGUDA:

 

a)    Profissional recepciona, orienta e agenda consulta ou encaminha aos serviços necessários.

 

Esta microintervenção ressaltou a importância do acolhimento momento de primeiro contato entre o usuário e o profissional do sistema de saúde além de importante instrumento de organização do serviço de saúde.

O processo contribuiu para uma maior comunicação entre os atores com o aumento da capacidade gerencial de tomada de decisões e construção de consciência coletiva e responsabilização dos envolvidos para resolver os problemas da Unidade Básica de Saúde e da comunidade e também contribuiu com as necessidades e realidades locais.

Durante sua execução enfrentamos dificuldades como sobrecarga assistencial da equipe básica de saúde e insuficiência de recursos materiais.

Ressalta-se que esse processo de aprendizado deve ser contínuo e dinâmico e importante ainda que se introduza a participação da comunidade no processo dessa forma pretende-se alcançar a longo prazo um acolhimento efetivo, eficaz e humanizado.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Estabelece a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do SUS. 2017.

BRASIL. Ministério de Saúde. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

NERY, S.R. et al. Acolhimento no cotidiano das auxiliares de enfermagem nas unidades de saúde da família. Cienc Saúde Colet., v.14, p. 1411-9, 2009.

SOUZA, E.C.F. et al. Acesso e Acolhimento na Atenção Básica: uma análise da percepção dos usuários e profissionais de saúde. Cad. Saúde Pública, v. 24, n.1, p.100-10, 2008.

 

 

        

  

 

 

 

 

 

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