RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: O ACOMPANHAMENTO DOS PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
ESPECIALIZANDO: RODRIGO MOTA GOMES
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
Sou médico de um município do interior de Sergipe com aproximadamente 19.000 habitantes e sou responsável por uma área na zona rural com cerca de 3.500 usuários divididos em 5 povoados. Uma vez por semana a ESF realiza o atendimento em cada povoado, mas a depender da demanda um povoado pode receber mais de um atendimento na semana. Essa distribuição é determinada sempre na reunião mensal que ocorre para a avaliação do mês que passou e organização da agenda do mês que começará.
É sabido que as comorbidades cardiovasculares, junto com a diabetes, são responsáveis pela maioria dos problemas de saúde da população que frequenta a atenção básica. E também elas são a grande causa de morte nos país e no mundo. Então, uma das principais ações da atenção básica é prevenir, diagnosticar, tratar e acompanhar os usuários que apresentam tais patologias.A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) se encaixam, junto com a Doença Pulmonar Obstrutiva e Obesidade, no espectro das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
Durante a reunião mensal com a equipe para a elaboração da agenda do mês seguinte, foi realizada uma conversa sobre como é feito o acompanhamento dos pacientes portadores de hipertensão arterial e diabetes e respondido o questionário referente à microintervenção. Percebemos que o acompanhamento desses pacientes tem problemas devido ao fato de termos poucos atendimentos em cada povoado, então apenas dois povoados recebem atendimentos específicos para o HIPERDIA (pacientes com HAS e diabetes), pois são os povoados com um número maior de usuários, sendo os que normalmente recebem mais atendimentos no mês.
Notamos uma falta de protocolo de estratificação de risco tanto para os hipertensos, quanto para os diabéticos, então pensei em elaborar algo simples para os próprios agentes de saúde comunitário (ASC) saberem quais são os seus pacientes que apresentam risco elevado. Essa espécie de protocolo ainda se encontra em elaboração e será baseado na quantidade de medições anti-hipertensivas e o controle de medidas da PA. Tal protocolo poderá ser estendido para os pacientes diabéticos. Acreditamos que assim teremos mais controle e conhecimento dos pacientes, para até ter uma prioridade nos atendimentos na própria unidade ou eventual visita domiciliar.
Um ponto positivo que notamos no nosso atendimento aos suspeitos de HAS e DM é que não demoramos a realizar uma consulta inicial. Caso qualquer pessoa suspeite ser portador de alguma dessas patologias, ou por medidas realizadas em casa ou por medidas realizadas por profissionais de saúde em outras unidades, que leve a suspeita, basta entrar em contato com o seu respectivo ACS que o paciente tem uma consulta no próximo atendimento no seu povoado. Durante a consulta ele recebe toda a orientação acerca da doença e a conduta a ser tomada sobre o caso, podendo já ser diagnosticado ou então receberá um acompanhamento para elucidar a suspeita diagnóstica.
Em relação à obesidade notamos que temos uma falha na educação da comunidade. Não elaboramos nenhuma atividade educativa acerca da alimentação e de realização de atividades físicas. A falta de um NASF na cidade dificulta ainda mais um melhor atendimento a essa parcela da população, pois um profissional de educação física e nutrição poderiam trabalhar com mais atenção os obesos. O NASF também seria de muita utilidade para os pacientes hipertensos e diabéticos.
A microintervençãocontribuiu para a elaboração de uma espécie de protocolo de pacientes graves de HAS e de DM para os ACSs conhecerem melhor seus pacientes e aperfeiçoar os atendimentos aos mesmos. Estamos ainda em fase de elaboração, porém o ponto principal de critérios de gravidade estará na quantidade de medicamentos em uso. Os valores das medidas recentes também entrarão entre os critérios a serem avaliados.
Essa tabela ficará anexada ao prontuário do paciente e serviria de “triagem” para a marcação de consultas, que, em sua maioria, são agendadas pelos próprios ACS, assim, a matriz ajudaria nas escolhas dessa marcação. Caso o paciente faça uso de três ou mais medicamentos ele será classificado como paciente grave e terá prioridade no atendimento.Acreditamos que com essa tabela poderemos ter um melhor controle dessas patologias e os usuários possam ser mais bem acolhidos e tratados por nossa equipe de saúde.
NOME DO PACIENTE |
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PATOLOGIA HAS/DM |
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MEDICAMENTOS ANTIHIPERTENSIVOS |
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MEDICAMENTOS DE DIABÉTES |
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VALORES DE PA |
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VALORES DE GLICEMIA |
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QUESTIONÁRIO PARA MICROINTERVENÇÃO |
Em relação às pessoas com Hipertensão Arterial |
Em relação às pessoas com Diabetes Mellitus |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
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A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus? |
X |
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X |
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Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde? |
7 Dias |
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7 dias |
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A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão? |
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X |
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A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos? |
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X |
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A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade? |
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus? |
X |
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X |
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A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial? |
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X |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado? |
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X |
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A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade? |
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção? |
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X |
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X |
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A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção? |
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X |
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado? |
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X |
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A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários? |
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X |
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A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus? |
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X |
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EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos? |
X |
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Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação? |
X |
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Se SIM no item anterior, quais ações? |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Oferta ações voltadas à atividade física |
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X |
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Oferta ações voltadas à alimentação saudável |
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X |
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Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS |
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X |
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Encaminha para serviço especializado |
X |
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Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso |
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X |
Ponto(s)