3 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS DOENÇAS CRÓNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA UNIDADE DE SAÚDE JAI CARVALHO (SE)

ESPECIALIZANDO: OSVALDO DE LA RIVERA GARCÍA

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

 

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são as principais causas de morte no mundo e têm causado aumento de mortes prematuras e diminuição de qualidade de vida, limitando as atividades laborais e de lazer, além de causar impactos econômicos para as famílias, comunidades e a sociedade em geral, agravando as iniquidades existentes. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2005).

“No Brasil, como nos outros países, as doenças crônicas não transmissíveis constituem o problema de saúde de maior magnitude. São responsáveis por 72,0% das causas de óbitos, com destaque para doenças do aparelho circulatório (DAC) (31,3%), câncer (16,3%), diabetes (5,2%) e doença respiratória crônica (5,8%), e atingem indivíduos de todas as camadas socioeconômicas e, de forma mais intensa, aqueles pertencentes a grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixa escolaridade e renda”. (MALTA et al., 2011, p.426).

 

Muitos autores apontam como DCNT de maior impacto (80%) na saúde pública as Doenças Cardiovasculares, o câncer, o Diabetes Mellitus e as Doenças Respiratórias Crônicas, sendo que as Doenças Reumáticas estão em elevado número, e estão tomando maior impacto na saúde pública brasileira. As DCNT se caracterizam por terem etiologia múltipla, muitos fatores de risco, longos períodos de latência, curso prolongado, origem não infecciosa. Seus principais fatores de risco incluem: o tabaco, a alimentação não saudável, a falta de atividade física e o consumo abusivo de álcool, responsáveis pelo sobrepeso, obesidade e elevada prevalência de hipertensão arterial e colesterol alto (MOURA et al., 2011).

Com o objetivo de avaliar as DCNT, segundo as informações do PMAQ, seguindo o modelo da AMAQ, A equipe de saúde realizou uma roda de conversa com os integrantes, a enfermeira, seis agentes comunitários e o médico. Para isto a equipe respondeu o questionário de avaliação das ações de saúde o que ele faz para melhorar a qualidade da atenção das pessoas com DCNT.

Nossa equipe têm um plano de ações para enfrentamento às DCNT baseada em atividades de promoção e prevenção, para o controle das DCNT e de seus fatores de risco. Avalia mensalmente os usuários doentes nas consultas de Hiper-Dia, utilizando os protocolos adaptados a nossa área. Para estratificação dos riscos fazemos cálculo do Índice de Massa Corporal, escores de Framingham para riscos cardiovasculares, teste de sensibilidade para o pé diabético, verificação da pressão arterial e da glicemia nas pessoas com sintomas, exames laboratoriais anuais e encaminhamentos para fazer fundo de olho. Além de isso, fazemos atividades educativas, palestras, com ajuda do NASF, para a modificação de estilos de vida, como dieta e pratica de exercícios físicos. Avaliando a pessoa integralmente e não a doença. Também fazemos atenção domiciliar às pessoas com necessidades imediatas.

Segundo a estratégia de trabalho, a equipe conta com o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes. Contamos com encaminhamentos às especialidades em caso de complicações, mas existe muita demora com essa consulta, e não a contra-referência não acontece. A equipe também conta com os medicamentos de primeira linha para tratamento de emergência.

Em relação às dificuldades: a UBS conta com inadequada estrutura, pequena, com barulhos e pouca ventilação e iluminação; a equipe faz consultas em quatro povoados distantes do município com dificuldades de transporte em casos dos traslados de emergências, com um dia para cada povoado, dificultando o seguimento diário do usuário em risco ou doente; a equipe não têm dentista para avaliar as doenças e riscos dentários; não temos acesso oportuno à especialidade de cardiologia, com demora nos agendamentos dos encaminhamentos; além disso o sistema de contra-refêrencia não funciona.

A equipe têm muitos desafios para melhorar o controle das DCNT, já que temos um número importante de pessoas em nossa população incluindo aos adolescentes, com fatores de risco, como o sedentarismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas, dieta inadequadas com alto conteúdo de calorias e grassa. Também apresentamos dificuldades para o rastreamento oportuno da retinopatia diabética e cuidados diários a portadores de pé diabético. Além disso, é necessário um serviço multidisciplinar, com apoio da gestão municipal, mais rápido e eficiente.

Conclui-se, enquanto metas individuais e coletivas, como trabalhos em grupos, precisam ser desenvolvidas para reduzir as doenças crônicas e seus fatores de risco, com ênfase especial na mudança do estilo de vida. Além disso é importante fazer ações de promoção e prevenção de saúde que estimulem a qualidade de vida da população, pois as consequências vão além da questão da saúde do portador, mas envolvem perdas elevadas e gastos surpreendentes para a economia do pais.

 Identificamos que a atuação nos fatores de risco é importante e essencial por se tratar de doenças que podem ser prevenidas. Assim, há necessidade de voltar ao ponto da vigilância para que se conheçam os principais e semelhantes fatores nas diversas patologias, visto que são de origem multifatorial.

 

Referências

 

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Prevenção de doenças crônicas: um investimento vital. Brasília: OPAS, 2005.

 

MALTA, D. C.; MORAIS NETO, O. L.; SILVA JUNIOR, J. B. Apresentação do plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 2011 a 2022. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v.20, n.4, p.425-438, dez. 2011.

 

MOURA, E. C., et al. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas: vigilância por meio de inquérito telefônico, VIGITEL. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.27, n.3, p.486-496, 2011.

 

 

QUESTIONÁRIO PARA MICROINTERVENÇÃO

Em relação às pessoas com Hipertensão Arterial

Em relação às pessoas com Diabetes Mellitus

QUESTÕES

SIM

NÃO

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?

X

 

X

 

Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?

7 DIAS

 

7 DIAS

 

A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?

X

 

 

 

A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?

X

 

 

 

A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?

 

 

X

 

Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?

X

 

X

 

A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?

X

 

 

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

X

 

 

 

A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?

X

 

 

 

Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?

 

X

 

X

A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?

 

X

 

X

Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

X

 

A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?

 

 

X

 

A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?

 

 

 

X

EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos?

X

 

Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação?

X

 

Se SIM no item anterior, quais ações?

QUESTÕES

SIM

NÃO

Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS

X

 

Oferta ações voltadas à  atividade física

X

 

Oferta ações voltadas à alimentação saudável

X

 

Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS

X

 

Encaminha para serviço especializado

X

 

Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso

X

 

 

 

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