ESPECIALIZANDO: GABRIEL MERCONCHINI ALMAGUER

 

ORIENTADOR:  ISAAC ALENCAR PINTO

 

Desde os tempos mais antigos da humanidade já se registravam os primeiros caso de doenças mentais e desde esse tempo já existiam remédios e praticas que buscavam melhorar a situação ou encontrar uma explicação para as mesmas. Elas são consideradas atualmente como um dos principais problemas de saúde do século, pelo aumento considerável de pessoas que sofrem alguma doença deste tipo ou que por um motivo ou outro consumem algum tipo de substancia ou remédio considerado psicotrópico (BRASIL, 2007).

Para dar um maior apoio a essas pessoas que constantemente adoecem e que algumas vezes não conseguem sair dessa situação e dependem parcial ou totalmente de um tratamento psicotrópico, forem criadas os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), como apoio matricial importante para responder de uma forma mais ativa a alta prevalência que existe no Brasil de doenças mentais (BRASIL, 2007).   

No município de Caicó, contamos com a equipe NASF que, além de dar apoio, capacita frequentemente aos profissionais de saúde sobre a atenção à saúde mental. Temos também dois psiquiatras que fazem consulta ambulatorial, duas vezes por semana e um CAPS III em funcionamento 24 horas/dia. Dispomos também de leitos de atenção a crise, que atende toda a região Seridó.

Apesar dessa rede de serviços, apenas casos graves são encaminhados para ao psiquiatra devido à alta demanda que eles têm, o que provoca um acesso demorado ao atendimento e que ainda resultam ter poucos especialistas para atender a região completa. Existem dificuldades entre a comunicação do serviço de psiquiatria e a UBS, faltando a contrarreferência.

Na Unidade Básica de Saúde Wady Rocha, o maior numero de atendimentos realizados é precisamente os relacionados com a saúde mental pela alta demanda de usuários que consomem psicotrópicos. Foi determinado um dia na semana para renovar, reavaliar e renovar as receitas.

O que mais chamou minha atenção é que existem pacientes que consumem altas doses de algum remédio ou muitos remédios usados ao mesmo tempo. Quando isso ocorre são encaminhados para avaliação pelo psiquiatra pois eles mesmos referem que se encontram tomando ainda o remédio por falta de uma avaliação.

Além do alto número de pacientes consumindo psicotrópicos que são atendidos por consulta agendada programada de dois em dois meses, nas consultas de demanda livre o número de pacientes com queixas de relacionadas a algum sofrimento psíquico é muito alto. Os principais motivos de consulta são ansiedade, depressão, e transtornos do sono.

Quero compartilhar um caso que achei interessante porque o seu desfecho demonstrou que não são todos os casos de transtornos mentais que precisam ser tradados com psicotrópicos.

Trata-se de uma paciente feminina de 60 anos hipertensa em tratamento com losartana 50 mg, um comprimido de 12 em 12 horas e com hidroclorotiazida, um comprimido por dia. A mesma não apresentava antecedente pessoal de doença mental.

Ela se encontrava aposentada há 4 meses de um trabalho que havia realizado por mais de 30 anos e agora ficava na sua casa sozinha sem ter o que fazer. Entrou em um estado de intranquilidade, de falta de sono e acordava muitas vezes na madrugada, dormindo apenas 3 horas por noite. Havia também aumentado um pouco de peso e sua pressão estava descompensando porque também estava comendo muito.

Quando ela me falou tudo isso eu examinei buscando presença de alguma doença orgânica. Ao não ser encontrado nada positivo ao exame físico pensei rapidamente em uma doença de origem mental especificamente um transtorno de ansiedade. Imediatamente continuei falando com ela, expliquei seu possível diagnóstico e a possível causa que originou, além de algumas medidas psicoterapêuticas de como diminuir a ansiedade.

Orientei a pratica de alguma atividade física, orientei a realização de alguma tarefa da casa, e prescrevi o uso de um remédio natural fitoterapêutico. Além disso, encaminhei para acompanhamento psicológico.

Após ser avaliada pela psicóloga, ela retornou à unidade e falou que havia se recuperado totalmente. A psiquiatra orientou algumas outras medidas psicoterapêuticas e deixou o remédio fitoterapêutico: ela continuava usando mas falou que todos seus sintomas haviam desaparecido e já podia dormir bem.

 

Esse caso foi apresentado na reunião com a equipe de saúde e mesmo não sendo um dos mais importantes resultou um tanto curioso posto que algumas vezes vamos diretamente prescrevendo um remédio psicotrópico sem analisar que existem muitas outras possibilidades que podem ser utilizadas em determinados casos.

Na reunião foi analisada também a alta demanda de pacientes que visitam a unidade por esses motivos e o uso de múltiplos psicotrópicos em um mesmo paciente. Abordamos também a situação de sobrecarga que possui o CAPS e debatemos como isso afeta a avaliação dos casos mais urgentes e a reavaliação dos pacientes anteriores consomem muitos psicofármacos

Uma das propostas que deixaram ao final da reunião foi de ter uma capacitação de todos as técnicas alternativas e as práticas relaxantes que podem ser orientadas e usadas em pacientes dependo de seu transtorno mental.

Também se criou uma forma de registrar os pacientes que consomem psicotrópicos para ser usada pelos profissionais que realizam essas consultas e que resulte em uma forma mais organizada e controlada de acompanhar esses usuários.

USUÁRIOS QUE CONSOMEM PSICOTRÓPICOS

Prontuário

Nome

Idade

Sexo

Diagnóstico

Tratamento

Dose

Conduta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências

 

BRASIL. Saúde Mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo da atenção. Brasília: Ministério da Saúde, 2007

 

 

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2 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

 

 

TITULO: A ORGANIZAÇÃO E OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAUDE MENTAL NA UNIDADE BASICA DE SAUDE ’’WADY ROCHA” NO MUNICIPIO CAICÓ/RN .

 

ESPECIALIZANDO: GABRIEL MERCONCHINI ALMAGUER

 

ORIENTADOR:  ISAAC ALENCAR PINTO

 

Desde os tempos mais antigos da humanidade já se registravam os primeiros caso de doenças mentais e desde esse tempo já existiam remédios e praticas que buscavam melhorar a situação ou encontrar uma explicação para as mesmas. Elas são consideradas atualmente como um dos principais problemas de saúde do século, pelo aumento considerável de pessoas que sofrem alguma doença deste tipo ou que por um motivo ou outro consumem algum tipo de substancia ou remédio considerado psicotrópico (BRASIL, 2007).

Para dar um maior apoio a essas pessoas que constantemente adoecem e que algumas vezes não conseguem sair dessa situação e dependem parcial ou totalmente de um tratamento psicotrópico, forem criadas os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), como apoio matricial importante para responder de uma forma mais ativa a alta prevalência que existe no Brasil de doenças mentais (BRASIL, 2007).   

No município de Caicó, contamos com a equipe NASF que, além de dar apoio, capacita frequentemente aos profissionais de saúde sobre a atenção à saúde mental. Temos também dois psiquiatras que fazem consulta ambulatorial, duas vezes por semana e um CAPS III em funcionamento 24 horas/dia. Dispomos também de leitos de atenção a crise, que atende toda a região Seridó.

Apesar dessa rede de serviços, apenas casos graves são encaminhados para ao psiquiatra devido à alta demanda que eles têm, o que provoca um acesso demorado ao atendimento e que ainda resultam ter poucos especialistas para atender a região completa. Existem dificuldades entre a comunicação do serviço de psiquiatria e a UBS, faltando a contrarreferência.

Na Unidade Básica de Saúde Wady Rocha, o maior numero de atendimentos realizados é precisamente os relacionados com a saúde mental pela alta demanda de usuários que consomem psicotrópicos. Foi determinado um dia na semana para renovar, reavaliar e renovar as receitas.

O que mais chamou minha atenção é que existem pacientes que consumem altas doses de algum remédio ou muitos remédios usados ao mesmo tempo. Quando isso ocorre são encaminhados para avaliação pelo psiquiatra pois eles mesmos referem que se encontram tomando ainda o remédio por falta de uma avaliação.

Além do alto número de pacientes consumindo psicotrópicos que são atendidos por consulta agendada programada de dois em dois meses, nas consultas de demanda livre o número de pacientes com queixas de relacionadas a algum sofrimento psíquico é muito alto. Os principais motivos de consulta são ansiedade, depressão, e transtornos do sono.

Quero compartilhar um caso que achei interessante porque o seu desfecho demonstrou que não são todos os casos de transtornos mentais que precisam ser tradados com psicotrópicos.

Trata-se de uma paciente feminina de 60 anos hipertensa em tratamento com losartana 50 mg, um comprimido de 12 em 12 horas e com hidroclorotiazida, um comprimido por dia. A mesma não apresentava antecedente pessoal de doença mental.

Ela se encontrava aposentada há 4 meses de um trabalho que havia realizado por mais de 30 anos e agora ficava na sua casa sozinha sem ter o que fazer. Entrou em um estado de intranquilidade, de falta de sono e acordava muitas vezes na madrugada, dormindo apenas 3 horas por noite. Havia também aumentado um pouco de peso e sua pressão estava descompensando porque também estava comendo muito.

Quando ela me falou tudo isso eu examinei buscando presença de alguma doença orgânica. Ao não ser encontrado nada positivo ao exame físico pensei rapidamente em uma doença de origem mental especificamente um transtorno de ansiedade. Imediatamente continuei falando com ela, expliquei seu possível diagnóstico e a possível causa que originou, além de algumas medidas psicoterapêuticas de como diminuir a ansiedade.

Orientei a pratica de alguma atividade física, orientei a realização de alguma tarefa da casa, e prescrevi o uso de um remédio natural fitoterapêutico. Além disso, encaminhei para acompanhamento psicológico.

Após ser avaliada pela psicóloga, ela retornou à unidade e falou que havia se recuperado totalmente. A psiquiatra orientou algumas outras medidas psicoterapêuticas e deixou o remédio fitoterapêutico: ela continuava usando mas falou que todos seus sintomas haviam desaparecido e já podia dormir bem.

 

Esse caso foi apresentado na reunião com a equipe de saúde e mesmo não sendo um dos mais importantes resultou um tanto curioso posto que algumas vezes vamos diretamente prescrevendo um remédio psicotrópico sem analisar que existem muitas outras possibilidades que podem ser utilizadas em determinados casos.

Na reunião foi analisada também a alta demanda de pacientes que visitam a unidade por esses motivos e o uso de múltiplos psicotrópicos em um mesmo paciente. Abordamos também a situação de sobrecarga que possui o CAPS e debatemos como isso afeta a avaliação dos casos mais urgentes e a reavaliação dos pacientes anteriores consomem muitos psicofármacos

Uma das propostas que deixaram ao final da reunião foi de ter uma capacitação de todos as técnicas alternativas e as práticas relaxantes que podem ser orientadas e usadas em pacientes dependo de seu transtorno mental.

Também se criou uma forma de registrar os pacientes que consomem psicotrópicos para ser usada pelos profissionais que realizam essas consultas e que resulte em uma forma mais organizada e controlada de acompanhar esses usuários.

USUÁRIOS QUE CONSOMEM PSICOTRÓPICOS

Prontuário

Nome

Idade

Sexo

Diagnóstico

Tratamento

Dose

Conduta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências

 

BRASIL. Saúde Mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo da atenção. Brasília: Ministério da Saúde, 2007

 

 

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