1 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

FERRAMENTAS ACOLHEDORAS PARA O CUIDADO DA SAÚDE MENTAL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

PEDRA PRETA

 

ESPECIALIZANDO: OSMEL SANCHEZ GARCIA

COLABORADORA: TATIANE LIMA BEZERRA

ORIENTADORA: DANIELE VIERA DANTAS

 

O relato de experiência 4 é baseado em uma microintervenção realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS)/Estratégia Saúde da Família (ESF) Centro I do munícipio de Pedra Preta, Rio Grande do Norte, na qual foi realizada uma reunião entre médico, enfermeiro, técnicos em enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e coordenador da atenção básica.

Em nosso PSF, temos uma equipe capacitada na atenção a Saúde Mental, destacando o trabalho dos ACS que tem conhecimento claro das pessoas em uso de psicofármacos; ações alternativas baseadas em reformulações preventivas, extra-hospitalares e multidisciplinares com manejo precoce, buscando o bem-estar geral das pessoas em nossa comunidade.

Na UBS, o tempo de espera para o primeiro atendimento de pessoas em sofrimento psíquico é entre 20 e 25 minutos e as consultas agendadas ocorrem três dias por semana, manhã e tarde, buscando ganhar maior cobertura de atendimento.

Essa microintervenção teve o intuito de identificar fragilidades e fortalezas na linha de cuidado em Saúde Mental de nossa comunidade; princiais queixas ou doenças comuns; criar planilha organizada, atualizada e de referência em nossa UBS, procurando uma estratégia para evitar uso abusivo e crônico de psicofármacos (benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, ansiolíticos); elencar os atendimentos de controle pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) dos pacientes modo geral e refletir sobre linha de cuidado de pacientes vulneráveis.

Nesse sentido, foi realizada a partir de uma reunião com a equipe, na qual se identificou que não existemcasos graves de usuários em sofrimento psíquico e tão pouco usuários de crack. No entento, no territorio existe alto grau de dependentes de álcool que recebem abordagem integral terapêutica dos profissionais do PSF e do NASF.

A partir disso, a estratégia prioritária foi de realizar avaliação de busca ativaentre as fichas de pacientes com transtornos mentais comuns em atendimento pelo NASF e com  doenças psiquiátrica que apresentam retorno com especialista, para conhecer os usuários crônicos de medicamentos benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, estabilizadores de humor, bem como os ansiolíticos de um modo geral e realizar re-avaliação dos casos oque continuam com os síntomas da doença. 

Durante a reunião criamos uma planilha com os dados gerais e as questões terapêuticas  de monitoramento para melhor organização e desenvolvimento do trabalho, conforme abaixo.

 

 

 

 

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

PREFEITURA MUNICIPAL DE PEDRA PRETA

CNPJ: 10.343.901/0001-30 EMAIL: smspedrapreta@re.gov.br

Rua Coronel José da Costa Alecrim nº 130 – Centro – Pedra Preta/RN – CEP 59547-000 – fone: (84) 3536-0038

PEDRA PRETA-RN

PSF I

ACS:

MÉDICO:

PACIENTE:

CARTÃO DO SUS:

SEXO:

IDADE:

MICROARÉA:

DATA E MÊS DA COLETA:

MEDICAMENTO:

TEMPO DE USO:

DIAGNÓSTICO:

DATA DO ULTIMO ATENDIMENTO:

NA FAMÍLIA MAIS ALGUÉM FAZ USO?

Ainda na reunião, discutiu-se sobre o caso da paciente X, residente com esposo, filha e neto, hipertensa, com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), apresentando perda de memória há cerca de cinco meses (esquece onde coloca os objetos em casa e de dar recados), insônia recente, indisposição, falta de vigor e refere medo de ter Doenca Alzheimer; realiza atividades domésticas com ajuda da filha. Ao exame físico: Avaliação Cardiopulmonar normal, Pressão Arterial=130x75mmHg, Frequência Cardíaca=69bpm, Frequência Respiratória=18mrp, sem edema periférico e com uso de medicações hipotensoras e psicofármacos.

Neste caso, foi formulada uma linha de cuidado para o bem-estar geral, norteada pelo fluxo do acolhimento em nosso PSF, com ações terapêuticas multidiscipinares em conjunto com o NASF do municipio, tratamento farmacológico e não farmacológico, referenciando aos serviços de Saúde Mental, iniciado pela ativação da linha de telefone do hospital geral de Saúde Mental, encaminhamento do caso e avaliação coordenada. Quando necessário, a paciente é encaminhada ao municipio vizinho de João Câmara ou Natal, segundo queixa ou transtorno, recebendo a contrarreferência e continuidade do tratamento em nosso PSF.

Para nossa equipe, é importante a definição de estratégias a partir das necessidades dos usuários, assegurando que o município tenha equipe de Saúde Mental, serviços substitutivos em nosso territorio garantindo o sistema de referência e contrarreferência, além de promover a integração dos serviços de saúde de forma a garantir a assistência integral dos usuários.

O fato de sentir-se ouvido, compreendido e respeitado em suas necessidades psicossociais cria o sentimento de autoconfiança, estimulando a autocompetência do usuário para a exploração de seus problemas e para encontrar possíveis soluções para eles. O fato da equipe de saúde estar preparada para atender a essas pessoas, ajuda a pessoa a mudar, desistindo de uma maneira de viver insatisfatória e adotando outra mais saudável. Nesse sentido, nosso objetivo, como profissionais de saúde, é estimular a autorreflexão e a tomada de decisões de forma mais consciente por parte do paciente na direção da mais autonomia possível. 

 

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