ESPECIALIZANDO: GUILLERMO JOSÉ RODRÍGUEZ NIEBLA
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
COLABORADOR (A): SALMA MEIRA DE SOUZA
Nas últimas décadas o Brasil tem registrado um aumento nos casos de transtornos mentais: os usuários em uso crônico de benzodiazepínicos, antipsicóticos, antidepressivos e ansiolíticos vão aumentando e hoje nosso município, por exemplo, têm tantos pacientes que os serviços da rede, como o CAPS e NASF, não conseguem atender a todos, sendo necessário realizar o acompanhamento dessespacientes pelas unidades de saúde básica.
Antigamente nosso município não tinha CAPS, os pacientes com sofrimento psíquico perambulavam pelas ruas, sendo insultados e vítimas de preconceitos, tendo como única possibilidade de cuidado a transferência para internação em hospital psiquiátrico, longe de sua realidade local. A atual realidade mudou com o advindo do CAPS como dispositivo que faz parte da RAPS de Parelhas-RN, composta por um hospital geral com leito psiquiátrico, dois CRAS, um CREAS, oito UBS, um NASF e um Conselho de Saúde.
Nossa equipe possui um registro dos usuários em uso crônico de benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, estabilizadores de humor e ansiolíticos, mas não possui registro dos casos mais graves de usuários em sofrimento psíquicos e dos usuários com necessidade decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas.
Registro de Pacientes – UBS Santo Expedito Cruz do Monte.
Numero |
Nome |
Cart[ao SUS |
Idade |
Sexo |
Agendamento |
Encaminhamento |
Nome do remedio |
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de puntuario |
CAPS |
NASF |
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Programado |
Urgência |
Visita domiciliar |
||||||||||
1 |
XX |
J |
XXXXXXXXXX |
45 |
F |
X |
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X |
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XXXXXXXX |
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2 |
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3 |
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4 |
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6 |
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9 |
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10 |
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As consultas para essas pessoas são agendadas mensalmente para dar acompanhamento, tratamento e avaliação. O primeiro atendimento é realizado no mesmo dia que a pessoa chega à unidade básica de saúde.
Nossa equipe realiza ações, primeiramente os Agentes Comunitários de Saúde em visitas domiciliares fazem um registro para a notificação da existência de pacientes em sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais ou dependência química no território de abrangência da nossa UBS, posteriormente esses pacientes podem ser atendidos através de visitas domiciliares e/ou consultas clínicas na UBS pelo Médico e a Enfermeira.
Existe uma interação entre os serviços da rede mediante referência e contra referência, onde os pacientes são encaminhados de acordo com as necessidades de cada caso. Por exemplo, os pacientes psiquiátricos em tratamento no CAPS são encaminhados para a avalição da doença, renovação de receitas na UBS. Assim como os pacientes com transtornos mentais avaliados na UBS são encaminhados para no CAPS para tratamento psiquiátrico e psicológico.
Reuniu-se nossa equipe na UBS, para fazer uma atividade de consulta e avaliação do paciente (J) que apresenta sofrimento psíquico.
Como características do caso (J), observou-se: sexo feminino, 45 anos, apresentando comorbidade através de sintomas de alucinação, depressão, bipolaridade, obesidade mórbida, gravidez ectópica tendo como consequência o aborto pela impossibilidade de desenvolvimento fetal e posterior descoberta de câncer uterino.
O caso J foi visitado pela agente comunitária de seu território e ela se queixou de que não pode dormir, não têm apetite, não têm desejo de trabalhar. Foi encaminhado pela ACS para consulta na UBS sem prévio agendamento. Ao chegar ao posto de saúde foi feito o acolhimento e passou a consulta feita pelo médico e a enfermeira. Depois de fazer um interrogatório e exame físico chegou-se a conclusão que essa paciente estava apresentando uma síndrome depressiva.
Foi indicado exames nos quais foi diagnosticada uma gravidez e foi descontinuado o tratamento psicotrópico da doença psiquiátrica, a equipe viu a necessidade de entrar em contato com o CAPS para melhor atendimento da paciente, sendo atendida pela equipe do CAPS e acompanhada pela equipe da UBS. Posteriormente a gravidez foi interrompida por ser ectópica e foi diagnosticado um câncer do colo uterino.
Esse caso em específico nos ensinou a importância do matriciamento em rede e do cuidado do paciente com um olhar biopsícosocial, vendo-o como um todo, como um ser em sofrimento. Como desafio encontramos a necessidade de se manter um matriciamento em rede contínuo e como potencialidade encontrou-se a interrelação entre os serviços em nosso município para tentar resolver os casos.
Como mudanças observou-se a satisfação da paciente e sua família pelo trabalho de nossa equipe e, para nossa equipe, a mudança foi a boa interrelação entre as equipe que compõe a rede.Esperamos com a continuidade dessa microintervenção que os pacientes com sofrimentos psíquicos pertencentes a nossa área tenham uma atenção de qualidade.
Ponto(s)