29 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM CASO PECULIAR

NOME: ANA MARLEN HERNÀNDEZ ARANGO…

ORIENTADOR: ROMANNINY HEVILLYN SILVA COSTA ALMINO

 

Desde o início do meu trabalho em conjunto a minha equipe, nós consideramos melhor estabelecer como de especial importância a atenção no primeiro lugar, de grávidas e crianças, e de pessoas com doenças infecto contagiosas ou doenças crônicas descompensadas, erro que provocou o descuido de muitos outros pacientes que estavam precisando de um nível de atendimento de resposta rápida e maiores cuidados pela equipe de Estratégia de Saúde Família – ESF.

 Tive a sorte junto com a equipe de darmos conta da importância do controle dos pacientes com doenças de saúde mental, das condições de vida, hábitos e principais queixas na nossa área de saúde, além de nos permitir um melhor controle das pessoas com doenças mentais, para atendimento ou encaminhamento precoce segundo à necessidade.

Durante o Módulo: Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde tive a possibilidade de elaborar uma ficha espelho ou planilha que possibilitou começar a registrar as informações dos usuários com doenças mentais, além de avaliar o processo de atenção a saúde mental na minha Unidade, e se encontrava se organizada com requisitos mínimos segundo ao PMAQ (Programa de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção).

Diante disso, para fazer essa Microintervenção foi convocada a equipe para uma reunião para realizar a apresentação e discussão da ficha para o registro dos dados dos nossos pacientes.

Na reunião identificamos que o controle do registro dos pacientes que apresentavam problemas de saúde mental, encontrava se desatualizado, com respeito aos tratamentos e acompanhamentos médicos tanto no CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e do NASF (Núcleos de Apoio à Saúde da Família) como ao nosso atendimento na UBS. Pelo qual, as mudanças de tratamento a maioria das vezes era desconhecida.

Depois de ter sido aprovada na reunião a ficha de registro dos dados pela equipe, construímos entre todos os integrantes uma matriz de intervenção. Cada agente de saúde em conjunto com a enfermeira, e nas visitas domiciliares, começamos a preencher um registro único das pessoas com doenças de saúde mental da nossa área, com os dados acolhidos por cada um dos ACS (Agentes Comunitários da Saúde).

Foi de muita produtividade para ampliar minha experiência no processo de saúde da ESF, ter encontrado durante nossa intervenção uma família com grandes problemas de saúde mentais e fatores de risco característicos que me ajudaram a crescer como Professional.

Tratava se de um paciente de 83 anos, sexo masculino, aposentado, casado, não alfabetizado. Mora em casa própria com a esposa e três filhos, duas noras e dois netos pequenos. 

Segundo a ACS e a família, o paciente teve 8 filhos, atualmente possui 5 vivos. Há 1 ano ocorreu o falecimento de 3 filhos num acidente de automóvel e outro deles começou a fazer uso de drogas ilícitas. A esposa de 75 anos é alfabetizada, atualmente está com doença de Alzheimer a qual faz tratamento, já ocorreu de a mesma fugir de casa e ser encontrada pela agente comunitária da saúde nas ruas. Uns dos filhos que mora com o paciente é solteiro, alfabetizado, possui esquizofrenia e faz acompanhamento no CAPS. A doença estava controlada e foi registrada na ficha durante as visitas domiciliares realizadas.

O caso foi escolhido através de visita domiciliar juntamente com a ACS, a qual havia proposto um casal como pacientes para a realização do Projeto Terapêutico Singular.  A escolha deste caso foi devida as necessidades apresentadas pelo idoso durante visita domiciliar, o qual não era hipertensão ou diabetes descontrolada, mas sim influências do ambiente domiciliar. O problema levantado e que ficou mais evidente foi o paciente relatar estar sem desejos de viver e que ninguém prestava atenção nele, além de que falou para uma filha que não iria viver  mais, que ele estava ajeitando tudo para isso. 

Como o paciente já fazia acompanhamento no CAPS tomei a decisão em conjunto com a enfermeira de me reunir com o psiquiatra (médico do CAPS do nosso município) que estava dando atendimento ao paciente para procurar apoio para a construção do Projeto Terapêutico Singular – PTS para este caso.

            Com o psiquiatra deu para saber que permaneceu por dois períodos internados na sala de urgência psiquiátrica no hospital da capital por crises de depressão, na última, faz 8 meses, com tentativa de suicídio, além de que depois da morte dos filhos, o idoso começou a apresentar piora do estado geral.

Os principais fatores de risco isolados no caso foram o analfabetismo, o filho com esquizofrenia, cônjuge com doença de Alzheimer e o falecimento de 3 filhos há 3 anos de causa acidental. Neste caso, o paciente já tinha começado com tratamento medicamentoso faz mais de 3 anos.

No PTS, nosso principal objetivo, foi estimular a parte cognitiva garantindo melhora da qualidade de vida do paciente, a fim de propiciar que ele se torne ativo na promoção de sua saúde.

Para isso, realizamos um plano de intervenção que seria realizado pelo ACS, enfermeira e psicóloga, além da médica com visita domiciliar mensal, e reavaliações mensais na consulta.

 O plano baseia-se em incentivar à participação da paciente em atividades físicas ocorridas na Unidade de Saúde a qual possui educador físico, incentivo à participação do paciente em atividades de terapia ocupacional semanalmente, na Unidade como responsabilidade da psicóloga da equipe. O acompanhamento do tratamento medicamentoso e não medicamento será realizado pela médica, além do encaminhamento para atenção especializada se for necessário, além de continuar com o acompanhamento anterior no CAPS, com o médico psiquiatra. A enfermeira e ACS também farão, em conjunto, com a médica, visita domiciliar e acompanhamento do caso segundo o indicado. Foi necessário para um melhor acompanhamento da paciente e a sua família um laudo com cada uma das mudanças feitas no CAPS com respeito aos tratamentos, para um melhor acompanhamento e retroalimentação…

Usando a ESF neste caso tivemos a oportunidade de reorganizar o processo de trabalho com respeito à saúde mental na nossa área, fazendo uso de operações intersetoriais e ações de promoção, prevenção e atenção à saúde desvelando as desigualdades sociais e as iniquidades em saúde, compreendíamos como professionais, a importância da dinâmica dos sujeitos, lugares e condições onde eles se desenvolvem , garantindo a continuidade e a resolutividade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado.

Para mim foi interessante e produtivo a troca de informação, foi a primeira vez que tinha a oportunidade de realizar um PTS. Com ele tive a possibilidade de isolar os fatores de risco e dar um atendimento ao paciente e a sua família com maior integralidade, o que possibilitou identificar muito melhor os sintomas e encaminhar o tratamento farmacológico e reabilitador do paciente com resultados favoráveis para ela e a sua família. 

Ainda continuamos com a acolhida dos dados dos pacientes com doença de saúde mental no nosso território, e o trabalho com a família em conjunto com o CAPS. Os resultados estão sendo muito mais satisfatórios do esperado.

 

FICHA DE REGISTRO DAS INFORMAÇÕES DE PACIENTES COM TRANSTORNO MENTAL OU NEUROLÓGICO.

UNIDADE BASICA DE SAÚDE ANA PEREIRA, ALTO ALEGRE, EQUIPE NO.1.

 

  1. 1.    IDENTIFICAÇAO DO PACIENTE/CLIENTE

NOME

PRONTUÁRIO

DATA DE NASC:

IDADE:

CNS

RAÇA/COR:

SEXO:

CPF

RG:

CPF:

FILIAÇAO

MAE:

PAI:

ENDEREÇO:

SEM RESIDÊNCIA FIXA:  

MORADOR DE RUA:  

TELEFONE:

RESPONSÁVEL:

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE -RESPONSÁVEL:

         

 

  1. 2.    ASPECTOS DA HISTÓRIA PSIQUIÁTRICA
    1. TENTATIVA GRAVE DE AUTO EXTERMÍNIO NO PASSADO: SIM ( ) NÃO
    2. SITUAÇÃO DE ABANDONO E/OU MAUS TRATOS: ( ) SIM ( ) NÃO
    3. CÁRCERE PRIVADO: SIM ( ) NÃO ( )
    4. SEM AUTONOMIA PARA AUTO-CUIDADO: SIM ( ) NÃO ( )
    5. JÁ AVALIADO POR EQUIPE DE SAÚDE MENTAL: ( ) SIM ( ) NÃO
    6. FAZ USO DE DROGAS ILÍCITAS? ( ) SIM ( ) NÃO

( ) QUAIS? __________________________________

  1. FAZ USO DE ALCOOL?

( ) NÃO 

( ) SIM

( ) DIARIAMENTE

( ) ALGUMAS VEZES NA SEMANA

( ) FINAL DE SEMANA

( ) ESPORADICAMENTE

 

  1. 3.    JÁ FEZ TRATAMENTO ANTERIORMENTE?

(  ) NÃO   (  ) INTERNAÇAO  (  )TRATAMENTO AMBULATORIAL (  ) OUTROS.

OBS:

  1. 4.    FAZ USO DE MEDICAÇAO CONTINUA?  

SIM ( )           NÃO ( )

QUAIS?            

HÁ QUANTO TEMPO?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. 5.    ANTECEDENTES NEUROLÓGICOS
  2. PRESENÇA DOS SEGUINTES AGRAVOS:

( ) EPILEPSIA

( ) NEUROCISTICERCOSE

( ) SEQUELA DE AVC

( ) DOENÇA DE PARKINSON

( ) OUTRAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS CRÔNICAS

QUÁIS? ________________________________________________

  1. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA PRÉVIA: ( ) SIM ( ) NÃO
  2. EM USO DE ANTICONVULSIVANTES: ( ) SIM ( ) NÃO
  3. EM USO DE ANTIPARKINSONIANO: ( ) SIM ( ) NÃO
  4. OUTRAS MEDICAÇOES NEUROLÓGICAS

              ________________________________________________

  1. 6.    TIPO DE ACOMPANHAMENTO/ENCAMINHAMENTOS:

( ) ACOMPANHADO PELO PSF

( ) ACOMPANHADO PELO CAPS

( ) ACOMPANHADO PELO PSF E CAPS

( ) SEM ACOMPANHAMENTO REGULAR DE NENHUM SERVIÇO

( ) CONSULTA AMBULATORIAL/ESPECIALIDADE:              ________________________________________________

( ) OUTROS ENCAMINHAMENTOS:

              ________________________________________________

  1. 7.    NECESSITA DE SUPERVISÃO PARA TRATAMENTO:

( ) NÃO

( ) VISITAS DOMICILIARES REGULARES

( ) BUSCA ATIVA PARA CONSULTA

( ) MONITORIZAÇÃO DOMICILIAR DA MEDICAÇÃO

  1. 8.    MEDICAÇÃO DE DEPÓSITO E INTERVALO DA APLICAÇÃO:

( ) NÃO

( ) 2 SEMANAS

( ) 3 SEMANAS

( ) 4 SEMANAS

 

Indicadores prioritários

Pessoas:

A- Que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas

B- Que apresentam transtorno mental severo e persistente

C- Egressas de internação psiquiátrica

D- Com transtornos convulsivos (epilepsia)

E- Com tentativas de suicídio

F- Que fazem uso inadequado de benzodiazepínicos

  1. 9.    DADOS DA AVALIAÇAO:

PROFISSIONAL

DATA

HORA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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