28 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

 

ESPECIALIZANDO: FÉLIX MIGUEL CEDENO MORALES

ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO

 

A Unidade Básica de Saúde – UBS na qual foi realizada a Microintervenção sobre a linha de cuidado em Saúde Mental foi no Vertentes I e II, no Município de Assú/RN.

A unidade em estudo possui apoio matricial dos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF e aderiu ao PMAQ – Programa de Melhoria da Qualidade da Atenção Básica. Desde Março de 2014 a UBS faz um trabalho organizado sobre o registro dos usuários que utilizam psicotrópicos. Atualmente são 41 dependentes (pacientes), o livro de registro consta do nome, data de nascimento, endereço, medicação, número de prontuário e o Agente Comunitário de Saúde (ACS) o histórico de cada um, fazendo o controle para uma melhoria no tratamento desse usuário.

Antes de iniciar esse acompanhamento foi realizado um levantamento sobre a situação de cada paciente, reunião com a equipe de saúde da unidade e os profissionais do CAPS e NASF, discutindo os objetivos, funções e avaliações sobre o PMAQ, facilitando a continuidade desse acompanhamento. Os serviços oferecidos nessa linha de cuidado são realizados semanalmente através da prescrição/renovação de 20 a 30 receitas médicas: primeiro o paciente passa pelo atendimento no NASF e após a equipe avaliar, faz o encaminhamento para a USB, para o uso da medicação.

Durante esse período na unidade foi visto alguns casos de pessoas que sofrem algum transtorno mental. Um caso que aconteceu e está sendo acompanhado é de uma mulher que é agressiva com as pessoas, a mesma tem filhos, sendo um deles, bebê, ela mesma procurou ajuda na UBS e foi encaminhada para o psicólogo do NASF: ele irá avaliar se ela precisa ou não de medicação, vale salientar que essa paciente é uma ameaça para a própria família.

O acompanhamento dos pacientes que utilizam psicotrópicos é feito pelo CAPS, mensalmente para os casos mais complexos, e a cada três meses para os casos mais simples. A unidade que trabalho acompanha no atendimento a receitas medicas, analisando as mudanças na medicação que o usuário teve. Os responsáveis pela mudança da medicação, dosagem é o psicólogo e psiquiatra.

Como médico, faço a renovação das receitas controladas na própria UBS que atuo: é uma atividade que faz parte do cronograma médico, toda sexta-feira à tarde. As consultas são agendadas semanalmente. Durante a renovação é necessário que o paciente traga a comprovação do uso da medicação. Cada usuário tem sua carteirinha de controle, deixando uma cópia da receita anterior quando vai fazer o agendamento.

É de fundamental importância que os pacientes passem por uma avaliação com o especialista (psicólogo e psiquiatra) para identificar a evolução, os efeitos que a medicação traz para o usuário, e assim registrar se vai mudar a medicação, aumentar a dosagem, ou diminuir. Essas alterações devem ser repassadas para o médico da Unidade Básica de Saúde.

A unidade é referência no munícipio de Assú, por ser organizada, ter um bom atendimento e procurar melhorias para os dependentes psicotrópicos, porém há apenas um psicólogo do NASF para atender todas as Unidades Básicas de Saúde, o ideal seria aumentar o quadro de profissionais que dessem mais apoio para a unidade, como psicólogo, assistente social, entre outros.

A demanda de pacientes é muito grande, há muitos pacientes com medicação controlada, mas também há aqueles que não procuram ajuda e nem a família tem essa atenção que deveria ter. Sobre os usuários de drogas, na unidade não consta prontuários nem acompanhamento sobre esse tipo de pacientes, há uma resistência devido ao medo de serem denunciados.

Por consequente, diante de tudo que foi avaliado, observado em relação a saúde mental, a realidade é que assim como outras especialidades da medicina há muitos desafios, dificuldades e projetos que precisam ser melhorados, aplicados para atender a população e diminuir o índice de precariedade na saúde pública. Após todo estudo sobre saúde mental, o funcionamento na unidade, as organizações de apoio foi mais fácil para atender os pacientes psicotrópicos.

 

 

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