CAPÍTULO III: Planejamento reprodutivo, Pré-Natal e Puerpério
TÍTULO: PLANEJAMENTO REPRODUTIVO, PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO.
ESPECIALIZANDO: YUSI ELENA GONZÁLEZ LAFFITA.
ORIENTADOR: TULIO FELIPE VIEIRA.
Neste relato de experiência, será abordada a microintervenção sobre o atendimento ao planejamento familiar, pré-natal e puerpério na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Clara do Município São Paulo do Potengi, com a finalidade de mostrar como funciona o atendimento à saúde da mulher, adolescentes e gestantes na Unidade. Nesta experiência serão relatadas as estratégias realizadas pela Equipe de Atenção Básica para realizar melhoras no acolhimento e acompanhamento no pré-natal, puerpério e planejamento reprodutivo partindo da análise das potencialidades e fragilidades em relação ao processo de trabalho da equipe.
Ao princípio foi realizada uma reunião com a equipe de saúde para discutir quais são os maiores problemas encontrado referente ao planejamento reprodutivo, pré-natal e puerpério na Unidade, dessa forma, considerando a realidade caracterizada neste cenário de microintervenção e o levantamento realizado pelos profissionais da equipe Santa Clara, relacionado à saúde sexual e reprodutiva do bairro, os seguintes problemas foram identificados:
– Elevado número de gestantes com gravidez não planejada.
– Início tardio do acompanhamento de pré-natal.
– Gestação na fase jovem da vida, especialmente na adolescência.
_ Pouca percepção da educação de saúde pela população.
– Falha do método contraceptivo durante o período pré-concepcional e puerpério.
– Incidências de gestantes com Infecção de Trato Urinário (ITU).
Em relação ao problema da pouca percepção de saúde pela população, eu e a equipe estabelecemos um plano de ação com o grupo de gestantes para trabalhar com a promoção e prevenção de saúde. Em relação à Infecção do Trato Urinário (ITU) enquadrada como a forma mais comum de infecção bacteriana durante a gestação e que pode geral impacto para mãe e filho, representa a forma mais comum de infecção bacteriana na gestação, a ITU manifestam-se clinicamente por disúria, polaciúria, urgência miccional e dor no baixo ventre na cistite, arrepios de frio e lombalgia na pielonefrite, ou completa ausência de sintomas na bacteriúria assintomática. O diagnóstico, na maioria das vezes, com exceção da bacteriúria assintomática, é clínico. Deve-se levar em consideração fatores, como a condição da paciente, a tolerabilidade e a toxicidade materna e fetal para a escolha da melhor abordagem terapêutica. (BAUMGARTEN et al.2011).
A UBS Santa Clara oferece orientações sobre planejamento reprodutivo para homens e mulheres que procuram a Unidade, oferecendo preservativos de forma gratuita, como orientações sobre qual método contraceptivo é o mais indicado. Para o planejamento Reprodutivo os profissionais de saúde precisam de capacitações para realizar atividades educativas com grupos de usuários e assim explicar a variedade de contraceptivos existentes para que o indivíduo após da discussão com o profissional saiba escolher a melhor contracepção.
Referente ao atendimento em pré-natal e puerpério, a Unidade atende 21 gestantes, acompanhadas em consultas do pré-natal e em visitas domiciliares, com cobertura de 100 % das gestantes cadastradas na unidade. Ainda assim, fazemos busca ativa das gestantes, inclusive as adolescentes, feita pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Um levantamento periódico também é realizado mensalmente das gestantes do bairro, mesmo aquelas que fazem pré-natal em unidades privadas.
A partir das situações identificadas, a equipe de saúde decidiu pela organização do grupo de gestantes, para que as intervenções fossem colocadas em prática. Para a realização, as mulheres foram convidadas, durante consulta de pré-natal, a participar do encontro em data previamente agendada.
A base da promoção em saúde trata-se de conscientizar a população sobre a prevenção das doenças, e que a educação em saúde é uma das estratégias para tornar essa promoção possível em vários países e no Brasil. Na UBS temos uma meta de trabalho de educação em saúde através da metodologia de grupos de risco, onde levaremos a informação para as doenças mais prevalentes, como hipertensos, diabéticos, gestantes, adolescentes, entre outros.
Durante o evento, foram discutidos aspectos relacionados ao aleitamento materno exclusivo e aos métodos de contracepção no puerpério. Com relação à amamentação, mediante recurso visual, foram projetadas imagens sobre os benefícios do leite materno para a criança, orientações sobre a técnica correta da amamentação, enfatizando a importância do vínculo entre a mãe e o lactante, desde o momento pós-parto até o período mínimo de seis meses. Quanto à contracepção, foram apresentados os métodos disponíveis na Unidade Básica de Saúde, suas vantagens e as desvantagens; os que são contraindicados durante o período de lactação; os critérios de elegibilidade para laqueadura tubária e a vasectomia, segundo os protocolos do Ministério da Saúde.
Os resultados, após intervenção local na UBS Santa Clara, apontam a necessidade do trabalho com o público jovem, para reduzir as problemáticas elencadas, a partir do diagnóstico situacional.
Outros desafios a ser vencidos pela atenção básica referem-se ao número significativo de gestantes que procuram atendimento pré-natal tardiamente, Falta de registro e levantamento periódico das gestantes na comunidade, nessa direção, foi realizada uma reunião com toda a equipe e acordado com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) a elaboração de uma lista mensal atualizada das gestantes, com todos os dados relativos à data da última menstruação, data do último pré-natal e a indagação por parte ACS sobre o motivo de não comparecimento da paciente gestante ao pré-natal e posteriormente realizar todo o referente ao processo do atendimento da grávida.
O objetivo da presente intervenção foi programar uma estratégia com a finalidade de conseguir uma boa recepção pelos usuários á cerca da importância de realizar o método contraceptivo ideal para assim evitar possível gravidez não planejada e doenças de transmissão sexual, e comparecer as consultas quando suspeite gravidez, diminuir as complicações (pielonefrite) em gestantes com bacteriúria assintomáticas não tratadas.
Foi realizada uma reunião com a equipe para tratar o tema e foi estabelecido, que deverá ser informado a cada gestante que tão logo receba os resultados dos exames, deverá procurar a UBS para avaliação, mesmo que tenha já agendado a consulta do pré-natal para uma data mais próxima.
Desse modo, apesar as dificuldades, continuaremos realizando reuniões para avaliar outras fragilidades no processo do acompanhamento no pré-natal, puerpério e planejamento reprodutivo e elaborar na coletiva estratégia que colaborem a melhoria da qualidade de vida da comunidade assistida. Portanto, trabalhar com o grupo de gestantes na UBS é um trabalho muito positivo e com grandes benefícios, tanto para as gestantes que aprendem a cada encontro um pouco mais sobre sua saúde, como para a equipe que também é capacitada para acolher melhor essas gestantes.
A Rede Cegonha é um pacote de ações para garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizada para todas as mulheres. O trabalho busca oferecer assistência desde o planejamento familiar, passa pelos momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, pelo parto, pelos 28 dias pós-parto (puerpério), cobrindo até os dois primeiros anos de vida da criança (BRASIL, 2013). Esses grupos são muito importantes para o desenvolvimento da aprendizagem sobre a gestação e para preparar tanto a equipe de atendimento como a gestante para o momento do parto e do pós-parto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Baumgarten, M.C.S.; Silva, V.G.; Mastalir, F.P.; Klaus, F.; Azevedo, P.A. Infecção urinária na gestação: uma revisão de literatura. UNOPAR Cient. cienc. Biol. Saúde 2011;13 (Esp):333-42.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Rede Cegonha. manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
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